Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil – Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural – Requisitos
NBR 15116 AGREGADOS RECICLADOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL |
Recycled aggregate of solid residue of building constructions – Requirements and methodologies
Palavras-chave: Resíduo sólido. Agregado. Resíduo da construção civil.
Pavimentação. Concreto. Obra. Projeto.
Descriptors: Residue from building construction. Paving. Concrete. Solid residue. Building. Aggregate. Project.
ICS 91.100.30; 93.080.20; 13.030.10
Número de referência ABNT NBR 15116:2004 12 páginas
NORMA BRASILEIRA ABNT NBR 15116
Primeira edição 31.08.2004
Válida a partir de 30.09.2004
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Prefácio | v |
Introdução | v |
1 Obje tivo | 1 |
2 Referências normativas | 1 |
3 Defini ções | 2 |
4 Classi ficação | 3 |
4.1 Class e A | 3 |
4.2 Class e B | 3 |
4.3 Class e C | 3 |
4.4 Class e D | 3 |
5 Requisi tos gerais | 3 |
5.1 Agregado de resíduo de concreto (ARC): | 3 |
5.2 Agregado de resíduo misto (ARM): | 3 |
6 Requisitos para agregado reciclado destinado a pavimentação | 4 |
6.1 Requisi tos gerais | 4 |
6.2 Requisi tos específicos | 4 |
Sumário Página
estrutural | 5 |
7.1 Requisitos gerais | 5 |
7.2 Requisitos específicos | 5 |
7.2.1 Requisitos de emprego | 5 |
7.2.2 Composição granulométrica | 5 |
7.2.3 Pré- molhagem | 6 |
8 Controle da qualidade e caracterização do agregado reciclado | 6 |
8.1 Formação de lotes de agregado reciclado | 6 |
caracterização | 6 |
8.3 En saios | 6 |
8.4 Acei tação e rejeição | 7 |
7 Requisitos para agregado reciclado destinado ao preparo de concreto sem função 8.2 Coleta e preparação de amostras de agregados reciclados para ensaios de
por análise visual | 8 |
A.1 Objetivo | 8 |
A.2 Definição | 8 |
A.3 Equipamentos | 8 |
A.4 Amostra | 8 |
A.5 Procedimento | 8 |
A.6 Resultados | 9 |
A.6.1 ARC | 9 |
A.6.2 ARM | 9 |
A.6.3 Materiais não minerais | 9 |
Anexo A (normativo) Determinação da composição dos agregados reciclados graúdos
reciclados miúdos por líquidos densos | 10 |
B.1 Objetivo | 10 |
B.2 Definição | 10 |
Anexo B (normativo) Determinação do percentual de materiais não-minerais dos agregados B.3 Equipa mentos......................................................................................................................................10
ABNT NBR 15116:2004
B.4 Materiais | 10 |
B.5 Amostra | 1 |
B.6 Procedimento | 1 |
iv © ABNT 2004 ─ Todos os direitos reservados B.7 Resultado............................................................................................................................................. 12
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Prefácio
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Fórum Nacional de Normalização. As Normas Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB), dos Organismos de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e das Comissões de Estudo Especiais Temporárias (ABNT/CEET), são elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos, delas fazendo parte: produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros).
A ABNT NBR 15116 foi elaborada no Comitê Brasileiro de Cimento, Concreto e Agregados (ABNT/CB-18), pela Comissão de Agregado Reciclado de Resíduos Sólidos da Construção Civil (CE–18:200.05). O Projeto circulou em Consulta Pública conforme Edital nº 05, de 31.05.2004, com o número Projeto 18:200.05-001.
Esta Norma contém o anexo A e B, de caráter normativo.
Introdução
A necessidade da gestão e do manejo corretos dos resíduos da construção civil, de forma a tornar viáveis destinos mais nobres para os resíduos gerados nesta atividade, foi estabelecida pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente, por meio da Resolução CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002.
O atendimento aos limites a serem respeitados e o potencial de uso destes resíduos remetem a um conjunto de Normas Brasileiras que abrangem os resíduos sólidos da construção civil, resíduos volumosos e resíduos inertes, incluindo-se as diretrizes para projeto, implantação e operação de áreas de triagem, áreas de reciclagem e aterros, bem como o estabelecimento de requisitos para os agregados reciclados que podem ser gerados e sua aplicação em obras de engenharia.
Esta Norma trata especificamente da utilização dos agregados reciclados em camadas de pavimentação e em preparo de concretos sem função estrutural. A utilização no preparo de concretos com função estrutural depende ainda de estudos que viabilizem esta tecnologia e que serão tratados em normalização específica.
NORMA BRASILEIRA ABNT NBR 15116:2004
Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil – Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural – Requisitos
1 Objetivo
1.1 Esta Norma estabelece os requisitos para o emprego de agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil.
1.2 Os agregados reciclados de que trata esta Norma destinam-se:
a) a obras de pavimentação viária: em camadas de reforço de sub-leito, sub-base e base de pavimentação ou revestimento primário de vias não pavimentadas;
b) a preparo de concreto sem função estrutural.
b) a preparo de concreto sem função estrutural.
2 Referências normativas
As normas relacionadas a seguir contêm disposições que, ao serem citadas neste texto, constituem prescrições para esta Norma. As edições indicadas estavam em vigor no momento desta publicação. Como toda norma está sujeita a revisão, recomenda-se àqueles que realizam acordos com base nesta que verifiquem a conveniência de se usarem as edições mais recentes das normas citadas a seguir. A ABNT possui a informação das normas em vigor em um dado momento.
Resolução CONAMA 307, de 05/07/2002 – Gestão dos resíduos da construção civil
ABNT NBR 7181:1984 – Solo – Análise granulométrica
ABNT NBR 7211:1983 – Agregado para concreto – Especificação
ABNT NBR 7218:1987 – Agregados – Determinação do teor de argila em torrões e materiais friáveis
ABNT NBR 7809:1983 – Agregado graúdo – Determinação do índice de forma pelo método do paquímetro
ABNT NBR 8953:1992 – Concreto para fins estruturais – Classificação por grupos de resistência
ABNT NBR 9895:1987 – Solo – Índice de suporte Califórnia
ABNT NBR 9917:1987 – Agregados para concreto – Determinação de sais, cloretos e sulfatos solúveis
ABNT NBR 9936:1987 – Agregados – Determinação do teor de partículas leves
ABNT NBR 7181:1984 – Solo – Análise granulométrica
ABNT NBR 7211:1983 – Agregado para concreto – Especificação
ABNT NBR 7218:1987 – Agregados – Determinação do teor de argila em torrões e materiais friáveis
ABNT NBR 7809:1983 – Agregado graúdo – Determinação do índice de forma pelo método do paquímetro
ABNT NBR 8953:1992 – Concreto para fins estruturais – Classificação por grupos de resistência
ABNT NBR 9895:1987 – Solo – Índice de suporte Califórnia
ABNT NBR 9917:1987 – Agregados para concreto – Determinação de sais, cloretos e sulfatos solúveis
ABNT NBR 9936:1987 – Agregados – Determinação do teor de partículas leves
ABNT NBR 10004:19871) – Resíduos sólidos – Classificação
1) A ser substituída em novembro de 2004, pela edição de 2004.
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2 © ABNT 2004 ─ Todos os direitos reservados
ABNT NBR 15114:2004 – Resíduos sólidos da construção civil - Áreas de reciclagem - Diretrizes para projeto, implantação e operação
ABNT NBR 15115:2004 – Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil - Execução de camadas de pavimentação – Procedimentos
ABNT NBR NM 26:2001 – Agregados – Amostragem
ABNT NBR NM 27:2001 – Agregados – Redução da amostra de campo para ensaios de laboratório
ABNT NBR NM 30:2001 – Agregado miúdo – Determinação da absorção de água
ABNT NBR NM 46:2003 – Agregados – Determinação do material fino que passa através da peneira 75 µm, por lavagem
ABNT NBR NM 53:2003 – Agregado graúdo – Determinação de massa específica, massa específica aparente e absorção de água
ABNT NBR NM 248:2003 – Agregados – Determinação da composição granulométrica
ABNT NBR NM-ISO 3310-1:1997 – Peneiras de ensaio – Requisitos técnicos e verificação – Parte 1: Peneiras deensaio com tela de tecido metálico
ABNT NBR NM 27:2001 – Agregados – Redução da amostra de campo para ensaios de laboratório
ABNT NBR NM 30:2001 – Agregado miúdo – Determinação da absorção de água
ABNT NBR NM 46:2003 – Agregados – Determinação do material fino que passa através da peneira 75 µm, por lavagem
ABNT NBR NM 53:2003 – Agregado graúdo – Determinação de massa específica, massa específica aparente e absorção de água
ABNT NBR NM 248:2003 – Agregados – Determinação da composição granulométrica
ABNT NBR NM-ISO 3310-1:1997 – Peneiras de ensaio – Requisitos técnicos e verificação – Parte 1: Peneiras deensaio com tela de tecido metálico
3 Definições
Para efeitos desta Norma, aplicam-se as seguintes definições:
3.1 resíduos da construção civil: Resíduos provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto, solo, rocha, madeira, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha.
3.2 agregado reciclado: Material granular proveniente do beneficiamento de resíduos de construção ou demolição de obras civis, que apresenta características técnicas para a aplicação em obras de edificação e infra-estrutura.
3.3 concreto de cimento Portland sem função estrutural, com agregado reciclado: Material destinado a usos como enchimentos, contrapiso, calçadas e fabricação de artefatos não estruturais, como blocos de vedação, meio-fio (guias), sarjeta, canaletas, mourões e placas de muro. Estas utilizações em geral implicam o uso de concretos de classes de resistência C10 e C15 da ABNT NBR 8953.
3.4 reciclagem: Processo de reaproveitamento de um resíduo, após ter sido submetido à transformação.
3.5 reutilização: Processo de reaplicação de um resíduo, sem transformação deste.
3.5 reutilização: Processo de reaplicação de um resíduo, sem transformação deste.
3.6 beneficiamento: Ato de submeter um resíduo a operações e/ou processos que tenham por objetivo dotá-lo de condições que permitam que seja utilizado como matéria-prima ou produto.
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4 Classificação Esta classificação atende à Resolução CONAMA 307.
4.1 Classe A
São os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como:
― resíduos de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem;
― resíduos de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento e outros), argamassa e concreto;
― resíduos de processo de preparo e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios e outros) produzidos nos canteiros de obras.
4.2 Classe B
São os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras e outros.
4.3 Classe C
São os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou sua recuperação, tais como os produtos oriundos do gesso.
4.4 Classe D
São os resíduos perigosos oriundos do processo de construção (tintas, solventes, óleos e outros) ou aqueles contaminados oriundos de demolições, reformas e reparos (clínicas radiológicas, instalações industriais e outros) enquadrados como classe I da ABNT NBR 10004.
5 Requisitos gerais
Os resíduos sólidos de construção civil classificados conforme 4.1 (classe A), oriundos de áreas de reciclagem de acordo com a ABNT NBR 15114, na forma de agregados destinados às aplicações estabelecidas em 1.2, devem ser classificados de acordo com 5.1 e 5.2.
5.1 Agregado de resíduo de concreto (ARC):
É o agregado reciclado obtido do beneficiamento de resíduo pertencente à classe A, composto na sua fração graúda, de no mínimo 90% em massa de fragmentos à base de cimento Portland e rochas. Sua composição deve ser determinada conforme o anexo A e atender aos requisitos das aplicações específicas.
5.2 Agregado de resíduo misto (ARM):
É o agregado reciclado obtido do beneficiamento de resíduo de classe A, composto na sua fração graúda com menos de 90% em massa de fragmentos à base de cimento Portland e rochas. Sua composição deve ser determinada conforme o anexo A e atender aos requisitos das aplicações específicas.
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6 Requisitos para agregado reciclado destinado a pavimentação
6.1 Requisitos gerais
O agregado reciclado pode ser utilizado em pavimentação, desde que proveniente de material classe A e atenda aos requisitos da tabela 1.
Tabela 1 — Requisitos gerais para agregado reciclado destinado a pavimentação
Agregado reciclado classe A Normas de ensaios Propriedades
Graúdo Miúdo Agregado graúdo Agregado miúdo
Composição granulométrica Não uniforme e bem graduado com coeficiente de uniformidade Cu > 10 ABNT NBR 7181
Dimensão máxima característica ≤ 63 m ABNT NBR NM 248 Índice de forma ≤ 3 - ABNT NBR 7809 -
Teor de material passante na peneira de 0,42 mmEntre 10% e 40% ABNT NBR 7181
Materiais não minerais de mesmas características1) 2 Anexo A Anexo B
Materiais não minerais de características distintas1) 3 Anexo A Anexo B
Contaminantes - teores máximos em relação à massa do agregado reciclado
(%) Sulfatos 2 ABNT NBR 9917
1) Para os efeitos desta Norma, são exemplos de materiais não minerais: madeira, plástico, betume, materiais carbonizados, vidros e vidrados cerâmicos.
6.2 Requisitos específicos
O agregado reciclado deve ser classificado quanto ao tipo de emprego na execução de camadas de pavimentos, segundo parâmetros de capacidade de suporte e expansibilidade, conforme tabela 2, medidos pela metodologia de ensaios prevista na ABNT NBR 9895.
Tabela 2 — Requisitos específicos para agregado reciclado destinado a pavimentação
Aplicação
ISC (CBR) % Expansibilidade % Energia de compactação
Material para execução de reforço de subleito ≥ 12 ≤ 1,0 Normal
Material para execução de revestimento primário e sub-base ≥ 20 ≤ 1,0 Intermediária
Material para execução de base de pavimento1) ≥ 60 ≤ 0,5 Intermediária ou modificada
1) Permitido o uso como material de base somente para vias de tráfego com N ≤ 106 repetições do eixo padrão de 8,2 tf (80 kN) no período de projeto.
Os materiais que não atenderem aos requisitos da tabela 2 podem ser estabilizados granulometricamente ou pela adição de cimento Portland ou cal hidratada, conforme ABNT NBR 15115.
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7 Requisitos para agregado reciclado destinado ao preparo de concreto sem função estrutural
7.1 Requisitos gerais
O agregado reciclado pode ser utilizado em concreto sem função estrutural, desde que proveniente de material classe A.
O uso de agregado reciclado em concreto apenas pode ser realizado se não contrariar exigências contidas nas normas pertinentes à aplicação específica em cada caso.
7.2 Requisitos específicos
7.2.1 Requisitos de emprego
Em concreto sem função estrutural, admite-se o emprego de agregado reciclado classe A, substituindo parcial ou totalmente os agregados convencionais.
O resíduo de classe A a ser beneficiado para a obtenção de agregados tipo ARC e/ou tipo ARM deve obedecer aos requisitos da tabela 3.
Tabela 3 — Requisitos para agregado reciclado destinado ao preparo de concreto sem função estrutural
Agregado reciclado classe A
ARC ARM Normas de ensaios Propriedades
Agregado graúdo miúdo
Teor de fragmentos à base de cimento e rochas (%) ≥90 - <90 - Anexo A - Absorção de água (%) ≤ 7 ≤ 12 ≤ 12 ≤ 17 ABNT NBR NM 53 ABNT NBR NM 30
Cloretos 1 ABNT NBR 9917
Sulfatos 1 ABNT NBR 9917
Materiais não minerais1)
2 Anexo A
Anexo B
2 Anexo A
Anexo B
Torrões de argila 2 ABNT NBR 7218
Contaminantes - teores máximos em relação à massa do agregado reciclado (%)
Teor total máximo de contaminantes 3 -
Teor de material passante na malha 75 µm (%) ≤10 ≤ 15% ≤ 10% ≤ 20%ABNT NBR NM 46
1) Para os efeitos desta Norma, são exemplos de materiais não minerais: madeira, plástico, betume, materiais carbonizados, vidros e vidrados cerâmicos.
7.2.2 Composição granulométrica
A composição granulométrica do agregado final a ser utilizado no concreto sem função estrutural deve estar de acordo com a ABNT NBR 7211. A composição granulométrica do agregado reciclado pode ser corrigida pela adição de agregados convencionais.
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7.2.3 Pré-molhagem
Para o preparo de concreto sem função estrutural com agregado reciclado que atenda à tabela 3, é necessária a pré-molhagem dos agregados miúdo e graúdo. A prática tem mostrado que valores em torno de 80% do teor de absorção de água do agregado reciclado em uso são adequados.
8 Controle da qualidade e caracterização do agregado reciclado
8.1 Formação de lotes de agregado reciclado
Os lotes de agregados reciclados devem ser formados segundo a tipificação do resíduo classe A, ou seja, ARM ou ARC. O lote deve ser formado para cada graduação granulométrica (bica corrida, brita zero, brita um, areia etc.) e compreender a produção dentro do período de um mês, considerando-se o volume máximo de 1 500 m3 para cada lote, ou o que primeiro ocorrer.
8.2 Coleta e preparação de amostras de agregados reciclados para ensaios de caracterização
a) amostras parciais: coletadas aleatoriamente ao menos duas vezes por dia e por tipo de resíduo sólido (ARM ou ARC). Cada amostra parcial deve conter cerca de 10 kg e deve ser coletada do material processado, de acordo com a ABNT NBR NM 26;
A coleta de material para ensaios deve ser efetuada na pilha de agregados reciclados, em vários pontos distintos, devendo-se evitar que esta seja efetuada na base e na superfície da pilha.
O material coletado deve ser convenientemente acondicionado em invólucro ou recipiente que evite sua contaminação;
b) amostra de campo: é formada reunindo-se várias amostras parciais em número suficiente para os ensaios de laboratório. Cada lote de agregado reciclado deve ter uma amostra de campo formada por no mínimo 10 amostras parciais;
c) amostra de ensaio: porção obtida por redução da amostra de campo, conforme a ABNT NBR NM 27, utilizada em ensaios de laboratório. A amostra de ensaio deve ser de no mínimo 60 kg.
b) amostra de campo: é formada reunindo-se várias amostras parciais em número suficiente para os ensaios de laboratório. Cada lote de agregado reciclado deve ter uma amostra de campo formada por no mínimo 10 amostras parciais;
c) amostra de ensaio: porção obtida por redução da amostra de campo, conforme a ABNT NBR NM 27, utilizada em ensaios de laboratório. A amostra de ensaio deve ser de no mínimo 60 kg.
8.3 Ensaios
Devem ser realizados os ensaios de caracterização do agregado reciclado, de acordo com o que estabelece a tabela 4.
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Tabela 4 — Determinação do tipo e frequência de execução de ensaios
Frequência de ensaios
Propriedades Método de ensaio Concreto sem função estrutural Camada de pavimento
ABNT NBR 7181 Não se aplica A cada lote Composição granulométrica
ABNT NBR NM 248 A cada lote Não se aplica
Teor de material passante na peneira 75 µm ABNT NBR NM 46 A cada lote Não se aplica
Agregado graúdo ABNT NBR NM 53 Absorção de água Agregado miúdo ABNT NBR NM 30 A cada lote Não se aplica
Torrões de argila e materiais friáveis ABNT NBR 7218 A cada lote Não se aplica Índice de forma (agregado graúdo) ABNT NBR 7809 Não se aplica A cada lote Índice de suporte Califórnia e expansibilidade ABNT NBR 9895 Não se aplica A cada lote Composição do agregado graúdo Anexo A A cada lote
Percentual de materiais não minerais no agregado miúdo Anexo B A cada lote
Teor de cloretos ABNT NBR 9917 Uma vez por mês ou 6 0 m3 1) Não se aplica
Teor de sulfatos ABNT NBR 9917 Uma vez por mês ou 6 0 m3 1) 1) O que primeiro ocorrer.
Outros ensaios devem ser executados quando estabelecidos em normas específicas a cada aplicação.
8.4 Aceitação e rejeição Um lote de agregado reciclado somente deve ser aceito quando cumprir todas as prescrições desta Norma.
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Anexo A (normativo)
Determinação da composição dos agregados reciclados graúdos por análise visual
A.1 Objetivo
Este método estabelece os procedimentos para a determinação da composição dos agregados reciclados graúdos de resíduos classe A da construção civil, destinados ao preparo de concretos sem função estrutural e em pavimentação.
A.2 Definição
Para os efeitos deste método, aplica-se a seguinte definição:
A.2.1 composição: Relação, expressa percentualmente, entre as massas das espécies minerais e materiais não minerais identificadas pelo critério visual e a massa total de fragmentos.
A.3 Equipamentos
a) balança com capacidade mínima de 10 kg com resolução de 0,1 g;
b) estufa com temperatura ajustável a (105 ± 5)°C;
c) peneira metálica com abertura de malha 4,8 m, conforme ABNT NBR NM-ISO 3310-1;
d) bandeja metálica para secagem do material.
a) balança com capacidade mínima de 10 kg com resolução de 0,1 g;
b) estufa com temperatura ajustável a (105 ± 5)°C;
c) peneira metálica com abertura de malha 4,8 m, conforme ABNT NBR NM-ISO 3310-1;
d) bandeja metálica para secagem do material.
A.4 Amostra
Da amostra de ensaio obtida conforme 8.2 devem ser separados aproximadamente 4 kg, conforme ABNT NBR NM 27.
A.5 Procedimento
a) lavar a amostra em água corrente utilizando-se uma peneira de malha 4,8 m;
b) secar a amostra lavada em estufa a (105 ± 5)°C até constância de massa;
c) deixar a amostra resfriar até atingir a temperatura ambiente, em um período máximo de 6 h, e determinar a massa total (MT), com aproximação de 0,1 g;
d) separar cada fragmento presente na amostra, segundo os critérios:
a) lavar a amostra em água corrente utilizando-se uma peneira de malha 4,8 m;
b) secar a amostra lavada em estufa a (105 ± 5)°C até constância de massa;
c) deixar a amostra resfriar até atingir a temperatura ambiente, em um período máximo de 6 h, e determinar a massa total (MT), com aproximação de 0,1 g;
d) separar cada fragmento presente na amostra, segundo os critérios:
― grupo 1 = fragmentos que apresentam pasta de cimento endurecida em mais de 50% do volume;
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― grupo 2 = fragmentos constituídos por rocha em mais de 50% do volume;
― grupo 3 = fragmentos de cerâmica branca ou vermelha, com superfície não polida, em mais de 50% do volume;
― grupo 4 = fragmentos de materiais não minerais de natureza orgânica como madeira, plástico, betume e materiais carbonizados, e de contaminantes como vidros, vidrados cerâmicos e gesso; e) determinar as massas de cada grupo, com aproximação de 0,1 g; f) determinar as porcentagens de cada grupo (G1, G2, G3, G4), dividindo os valores de cada massa encontrada em relação à massa total (MT). A soma das porcentagens de massa de G1, G2, G3 e G4 deve totalizar 100%.
A.6 Resultados
A.6.1 ARC
Considera-se agregado tipo ARC aquele que apresenta a soma dos percentuais dos grupos 1 e 2 (G1 + G2) maior ou igual a 90%.
A.6.2 ARM
Considera-se agregado tipo ARM, aquele que apresenta a soma dos percentuais dos grupos 1 e 2 (G1 + G2) menor que 90%.
A.6.3 Materiais não minerais A percentagem obtida para o grupo 4 corresponde aos teores de materiais não minerais.
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Anexo B (normativo)
Determinação do percentual de materiais não-minerais dos agregados reciclados miúdos por líquidos densos
B.1 Objetivo
Este método estabelece o procedimento para a determinação do percentual de fragmentos não-minerais presentes nos agregados reciclados miúdos pelo emprego de líquido densos.
B.2 Definição
Para os efeitos deste método, aplica-se a seguinte definição:
B.2.1 percentual de fragmentos não-minerais: Relação entre a massa dos fragmentos não-minerais identificados pela separação por líquidos densos e a massa total dos fragmentos.
B.3 Equipamentos
a) balança com capacidade mínima de 10 kg, com resolução de 0,1 g;
b) densímetro com resolução de 0,01 g/cm3;
c) estufa com temperatura ajustável a (105 ± 5)ºC;
d) bandeja metálica para secagem do material;
e) béqueres com capacidade de 500 mL;
f) escumadeira com tela de peneira com abertura de malha 0,300 m;
g) peneira com abertura de malha 0,300 m, conforme ABNT NBR NM-ISO 3310-1;
h) haste para agitação;
i) kitassato;
j) papel-filtro;
k) bomba de vácuo
; l) lupa.
a) balança com capacidade mínima de 10 kg, com resolução de 0,1 g;
b) densímetro com resolução de 0,01 g/cm3;
c) estufa com temperatura ajustável a (105 ± 5)ºC;
d) bandeja metálica para secagem do material;
e) béqueres com capacidade de 500 mL;
f) escumadeira com tela de peneira com abertura de malha 0,300 m;
g) peneira com abertura de malha 0,300 m, conforme ABNT NBR NM-ISO 3310-1;
h) haste para agitação;
i) kitassato;
j) papel-filtro;
k) bomba de vácuo
; l) lupa.
B.4 Materiais Cloreto de zinco ou outro líquido denso, conforme especificado na ABNT NBR 9936.
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B.5 Amostra
Da amostra de ensaio obtida conforme 8.2 devem ser separados aproximadamente 200 g, conforme ABNT NBR NM 27.
B.6 Procedimento
n) verificar, com auxílio da lupa, se o material seco retirado com a escumadeira é não-mineral.
Caso contrário, repetir o ensaio utilizando solução aquosa com líquido denso de massa específica 0,2 g/cm3 menor que o ensaio inicial.
a) secar a amostra até constância de massa, à temperatura de (105 ± 5)°C;
b) deixar a amostra resfriar até atingir a temperatura ambiente, em um período máximo de 6 h;
c) peneirar a amostra na peneira com abertura de malha 0,300 m, até que, em 1 min de peneiramento contínuo, não passe mais que 1% da massa retida;
d) determinar a massa seca do material retido (M1), com aproximação de 0,1 g;
e) preparar em béquer solução aquosa de cloreto de zinco, com a massa específica, verificada por meio do densímetro, mantida no valor de (1,90 ± 0,01) g/cm3;
f) introduzir cuidadosamente a amostra no béquer com a solução aquosa de líquido denso;
g) agitar o líquido com auxílio da haste e deixar repousar por 5 min;
h) retirar as partículas flutuantes com auxílio da escumadeira;
i) verter o líquido do primeiro béquer sobre o segundo, passando-o através da escumadeira. Tomar cuidado para que apenas as partículas flutuantes sejam vertidas com o líquido;
j) retornar ao primeiro béquer o líquido que foi coletado no segundo e, após nova agitação, repetir o processo de decantação descrito anteriormente, até que a amostra esteja livre de partículas flutuantes;
k) lavar com água (no caso de uso de cloreto de zinco) o material retirado com a escumadeira para remover o líquido denso;
l) secar o material retirado com escumadeira após a lavagem em estufa a (105 ± 5)°C até constância de massa; m) determinar a massa M2 do material seco retirado com a escumadeira com aproximação de 0,1 g.n) verificar, com auxílio da lupa, se o material seco retirado com a escumadeira é não-mineral.
Caso contrário, repetir o ensaio utilizando solução aquosa com líquido denso de massa específica 0,2 g/cm3 menor que o ensaio inicial.
NOTA Para reaproveitar o cloreto de zinco, filtrar o material do primeiro béquer contendo material sedimentado, no conjunto papel-filtro acoplado ao kitassato e bomba de vácuo.
ABNT NBR 15116:2004
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B.7 Resultado Calcular o percentual de materiais não-minerais a partir da equação:
M Pnm
Onde:
Pnm é o percentual de materiais não-minerais, em porcentagem; M1 é a massa seca total da amostra retida na peneira 0,300 m, em gramas; M2 é a massa seca de materiais não-minerais, em gramas.