Os reservatórios de detenção, popularmente conhecidos como
“piscinões”, são estruturas hidráulicas que têm como função retirar e
acumular temporariamente um volume de água do sistema de drenagem,
contribuindo para a redução dos impactos da urbanização sobre os
processos hidrológicos de bacias urbanas, principalmente quando o
sistema de drenagem já está prestes a saturar perante um evento chuvoso
de maior magnitude. Tecnicamente essas estruturas são intituladas de
reservatórios de detenção, mas com o tempo passaram a ser chamadas de
“piscinões”.
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PISCINÃO NO PARQUE DAS ACÁCIAS EM UBERABA MG |
Essa retirada de água temporária pelos reservatórios de detenção tem
como principal função o amortecimento dos picos de cheias com
consequente redução dos efeitos das inundações urbanas, além de eventual
diminuição dos volumes de escoamento superficial (infiltração) e
consequentemente da poluição difusa. O armazenamento de água se dá por
um tempo relativamente curto e após os eventos chuvosos, os
reservatórios são esvaziados por gravidade ou por sistemas de
bombeamento.
O mundo está se tornando cada vez mais urbano, concentrando grandes
populações em cidades. Na maioria das vezes, sem qualquer planejamento.
Essa intensificação na urbanização afeta todo o sistema de drenagem,
através do aumento da quantidade de água drenada devido às novas áreas
impermeáveis.
Eventualmente, as áreas dos reservatórios podem ser
utilizadas nos períodos secos para outras finalidades, como recreação e
lazer, com quadras esportivas e/ou praças públicas e áreas verdes.
O Parque das Acácias, é um parque urbano público situado em Uberaba, no estado de Minas Gerais.
Foi estabelecido no ano de 2008 nas imediações do piscinão da cidade, o
qual foi projetado para gerenciar o escoamento das águas pluviais e
minimizar o risco de enchentes no centro da cidade. Com uma área total
de 14,7 hectares, o parque atende à população em geral, oferecendo
acesso seguro à prática de atividades físicas e esportivas, bem como
experiências socioculturais, educativas, ambientais, de lazer e
recreativas.
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PISCINÃO NO PARQUE DAS ACÁCIAS EM UBERABA MG |
Das instalações e características da infraestrutura do parque, destacam-se:
- Pista de caminhada com 1500 metros
- Pistas de skate e bocha
- Quiosques com pias e bancadas
- Instalações sanitárias para garantir a comodidade dos frequentadores.
- Áreas de recreação
- Lanchonete
- Quadras poliesportivas
- Caramanchões para descanso e abrigo.
- Pista de cooper com piso tátil que possibilita caminhada aos deficientes visuais.
- Academia pública
O parque foi criado como parte integrante de medidas municipais voltadas
para o controle de enchentes, e gerenciamento hídrico, tendo sua
localização no bairro Parque do Mirante, e informalmente conhecido como
"Piscinão". O seu estabelecimento teve como objetivo central a regulação
do fluxo de água proveniente de nascentes e regiões adjacentes, o que
contribuiu para a modulação dos cursos d'água da bacia hidrográfica
local. Com o tempo, o parque foi alvo de aprimoramentos,
transformando-se em um espaço voltado para o lazer e entretenimento dos
residentes de Uberaba
UTILIZAÇÃO DO SNIS - SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE SANEAMENTO E DO SIOP SISTEMA INTEGRADO DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO E DO SIOP
As cidades e suas populações têm sofrido com os impactos da urbanização acelerada, com desastres naturais, sobretudo envolvendo as águas urbanas. As perdas humanas e materiais presenciadas nos anos recentes, no Brasil e no mundo, alertam quanto à importância da transição para modelos de desenvolvimento urbano mais resilientes e sustentáveis. Neste caminho, o objetivo deste Texto para Discussão é apresentar dados e fazer uma reflexão acerca da trajetória e das condições atuais do Brasil quanto à gestão das águas urbanas.
Utiliza-se o recorte na drenagem pluvial sustentável como alternativa e tendência para a solução dos desafios do manejo das águas pluviais no presente e no futuro, inclusive em razão das variações e possíveis mudanças no clima. Utilizando-se dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) e do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop) destacam-se os elementos históricos e conjunturais dos serviços de drenagem urbana no Brasil. Ressalta-se a importância do incentivo à transição dos investimentos para a integração de iniciativas de drenagem ao conjunto de políticas urbano habitacionais, com foco nas infraestruturas de bases sustentáveis. Nesse sentido, são apontadas diretrizes para políticas públicas.
A FUNÇÃO DE UM PISCINÃO
A função de um “piscinão” (reservatório de detenção) é retirar, por
algum tempo, certa quantidade de água do sistema de drenagem (galerias,
canais, rios, etc…), justamente quando esse sistema está mais cheio,
durante uma chuva intensa.
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PISCINÃO GUAMIRANGA |
Reservatórios para a retenção de água são construídos no Brasil desde a década de 1990 como solução para reduzir o efeito de enchentes
e inundações em áreas urbanas. A construção desse tipo de
infraestrutura, que é uma alternativa ao aumento da canalização de rios
ou córregos, tem indicação sempre que um sistema de drenagem
falha e gera alagamentos em uma cidade consolidada. “Especialmente em
locais densamente ocupados e com redes de drenagem já implantadas, há
poucas opções para aumento da capacidade da rede de drenagem”, comenta o
engenheiro Marcelo Gomes Miguez, professor dos Programas de Engenharia
Ambiental e de Engenharia Urbana da Escola Politécnica da UFRJ
(Universidade Federal do Rio de Janeiro). Segundo ele, os piscinões são úteis justamente por permitirem manobrar os volumes de chuva pelo controle das vazões que entram e saem de suas estruturas.
PROJETO E DIMENSIONAMENTO DE PISCINÕES
Entre os desafios por
trás do projeto e construção de piscinões está a identificação do
terreno ideal para receber o reservatório. “O piscinão protege as áreas a
jusante de onde está instalado, de forma que não adianta construí-lo
próximo à foz, assim como não é efetivo colocá-lo na cabeceira da
bacia”, alerta o engenheiro José Rodolfo Scarati Martins, professor do
departamento de engenharia Hidráulica e Ambiental da Escola Politécnica
da Universidade de São Paulo (Poli-USP). Ele explica que os piscinões
são dimensionados a partir de cálculos hidrológicos para determinar qual
volume precisa ser retido. Conhecido este volume, parte-se para
localizar a área, que muitas vezes precisa ser desapropriada.
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PISCINÃO GUAMIRANGA |
Em
função das características do projeto, os piscinões podem ganhar funções
complementares, além de reservar água. Podem, por exemplo, contribuir
para a revitalização de espaços degradados e agregar áreas verdes e de
recreação.
OS PISCINÕES ECOLÓGICOS
Os Piscinões Ecológicos construídos em áreas livres permitem a
percolação da água no solo e tem como principal finalidade promover a
redução das ondas de pico da drenagem urbana, durante as fortes
precipitações no período chuvoso, garantindo a retenção das águas e
minimizando os efeitos das enchentes, ao mesmo tempo em que promovem a
recarga do lençol freático, atuando como uma “grande bacia de retenção”.
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Curso d’água : Ribeirão dos Couros |
O local de implantação dos Piscinões Ecológicos poderá receber
paisagismo, obras de infraestrutura e lazer, o que permitirá o seu uso
como espaço público pela população, diferentemente do que ocorre com os
piscinões convencionais construídos em grandes centros urbanos, no qual a
comunidade muitas vezes se manifesta contra sua implantação.
VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS PISCINÕES
Além
de garantir a redução dos problemas de inundações localizadas, o
armazenamento do escoamento superficial tem os seguintes potenciais
benefícios:
• Caráter multifuncional, agregando áreas verdes e de recreação e lazer em consonância com projetos urbanísticos;
• Facilidade de limpeza e menor custo em função de concentrar os sedimentos e lixo (retenção);
• Redução da poluição difusa de origem pluvial (concentração da poluição difusa);
•
Dispensa da necessidade de sistemas de drenagem a jusante, quando é
possível adequar a vazão afluente de acordo com a capacidade do canal,
ou redução dos seus custos.
Da mesma forma, esse tipo de dispositivo
hidráulico possui alguns inconvenientes e dificuldades associados à sua
implementação e operação:
• Custo da aquisição da área com eventual desapropriação;
• No caso de estruturas com bombeamento, há risco de falhas na operação;
• Falta de manutenção constante e adequada pode propiciar a proliferação de vetores de doenças de veiculação hídrica;
• Utilização inadequada para lançamento irregular de resíduos sólidos
• Dificuldade na obtenção de áreas (inexistência)
CONCLUSÕES
A implantação de reservatórios de
detenção em locais onde não há alternativas para melhoria das condições
de escoamento do canal por meio de ampliação (alargamento e/ou
rebaixamento), é sem dúvida uma solução eficiente para atenuar os
efeitos maléficos das inundações.
Entretanto, há de se ter
cuidado com a visão de que a solução venha a se tornar uma prática
revolucionária em relação aos conceitos tradicionais em drenagem urbana,
como se fosse uma solução mais eficiente.
Na área de drenagem de
águas pluviais tem-se atualmente o conceito da importância de manter as
vazões naturais, o mais próximo possível durante o desenvolvimento dos
projetos, ou pelo menos compensar eventuais incrementos nas vazões de
pico por meio de armazenamento e infiltração através de técnicas como o
caso da chamada Lei das Piscininhas, implantada em alguns municípios da
Região da Grande São Paulo, que sem dúvida, diminuem de alguma forma os
impactos da urbanização.
Fonte: aecweb.com.br / repositorio.ipea.gov.br / escoladecontas.tcm.sp.gov.br / .wikipedia.org