07 julho 2020

PLANEJAMENTO/PROPOSIÇÕES DE COLETA SELETIVA NA ESCOLAS E UNIVERSIDADES – EXECUÇÃO - MONITORAMENTO, AVALIAÇÃO E MANUTENÇÃO DO PROCESSO

Projeto técnico-operacional / Logística

Da mesma forma que em empresas e instituições, nas escolas e universidades devem ser adotadas estratégias e providências para a implantação da coleta seletiva na Unidade. O planejamento usual consta das etapas descritas a seguir:

Definir os tipos de materiais recicláveis a serem selecionados, considerando:
1) diagnóstico elaborado;

2) disponibilidade de locais de armazenamento;

3) logística de coleta possível;

4) possibilidade de absorção, no mercado local, dos vários tipos de materiais (copinhos plásticos, CD, disquetes, outros);

5) capacidade da cooperativa ou associação de catadores para a coleta de determinados recicláveis, tendo em vista a especificidade do material ou a sua periculosidade em atenção às normas de segurança (é interessante priorizar, no início dos trabalhos, a separação de papéis).

Definir o fluxo e a frequência do recolhimento dos materiais recicláveis; a periodicidade da coleta varia em função da quantidade de material e da capacidade de armazenamento.

PLANEJAMENTO/PROPOSIÇÕES DE COLETA SELETIVA NA ESCOLAS E UNIVERSIDADES – EXECUÇÃO - MONITORAMENTO, AVALIAÇÃO E MANUTENÇÃO DO PROCESSO
Cidade possui 60 Pontos de Entrega Voluntária (PEVs). Foto: Comunicação Guaçuí

Identificar os locais para disposição de coletores para recolhimento de materiais: mesas de trabalho, ilhas de impressão, máquinas fotocopiadoras, recepção e copa, dentre outros locais geradores de materiais recicláveis e fluxo de pessoas.

Definir os locais para armazenamento de materiais recicláveis recolhidos, separadamente do lixo; o material deve ficar guardado em local previamente estabelecido, limpo, protegido do tempo, evitando-se a presença de insetos e roedores.

Definir as atribuições e tarefas específicas e rotinas necessárias: quem vai fazer o quê, quando e como nas diversas etapas da operacionalização do projeto - seleção, coleta, pesagem, controles, entrega dos materiais, medição, etc; é preciso definir quem manuseia o material do local onde é gerado (salas de aula, corredores, pátio, cozinha, etc.) até o local de armazenamento.

Elaborar cronograma de implantação e execução levantar e solicitar materiais e equipamentos necessários para operar a coleta seletiva:

Levantar e solicitar materiais e equipamentos necessários para operar a coleta seletiva:

Sacos plásticos ou coletores de cores diferentes, cestas/caixas de coleta de papel, coletores de copos descartáveis; fragmentadora de papéis sigilosos, balança para pesagem do material.

 Sensibilização / mobilização

Definir estratégias de sensibilização, informação e envolvimento da direção e de toda a comunidade escolar. De acordo com o CEMPRE, 2001, é fundamental obter:

- O apoio da diretoria,

- O entusiasmo dos professores,

- A adesão do pessoal da limpeza (copeiras, faxineiras),

- A participação dos alunos e dos pais,

- O envolvimento de outros empregados, estagiários, prestadores de serviços, porteiros, telefonistas, recepcionistas, etc.

Uma estratégia importante é envolver o máximo possível de pessoas (da Diretoria, professores, demais funcionários, alunos e pais) em todas as atividades, desde o diagnóstico, e, principalmente, compartilhar com eles a definição das proposições para a organização e implantação da coleta seletiva. As pessoas se sentem corresponsáveis e participam com muito mais envolvimento quando fazem parte do planejamento e das decisões.

Devem ser realizadas atividades como oficinas, palestras, mostras de vídeo, depoimentos de catadores e de funcionários de outras escolas ou universidades com experiência na coleta seletiva, visitas a cooperativas de catadores e a aterros sanitários/lixões, apresentações lúdicas, confecção de murais, dentre outros instrumentos de comunicação interna.

O mais importante, entretanto, é constituir um projeto pedagógico que envolva todas as disciplinas, de forma a incorporar, em cada área, conteúdos relacionados às questões do lixo, suas consequências ambientais, sociais, na saúde, etc. e a importância de promover mudanças para reduzir a geração e para viabilizar o reaproveitamento e a reciclagem de materiais.

PLANEJAMENTO/PROPOSIÇÕES DE COLETA SELETIVA NA ESCOLAS E UNIVERSIDADES – EXECUÇÃO - MONITORAMENTO, AVALIAÇÃO E MANUTENÇÃO DO PROCESSO
Alunos do Colégio Ágape visitam lixão de Patos

Outras ações que devem ser realizadas:

Produzir ou reproduzir material de comunicação: cartazes, folders, boletins, cartilhas, vídeos, etc.

Planejar evento de lançamento da coleta seletiva – definir tipo de evento, data, convidados, material necessário e divulgação do lançamento do projeto para público interno e externo. O evento pode ser uma boa oportunidade para apresentar os resultados do diagnóstico a toda a comunidade escolar, incluindo as famílias, reforçando a importância da implementação do projeto para reverter as situações negativas, relacionadas principalmente ao desperdício de materiais.

É importante que cada escola proponha atividades que possibilitem explorar e aprofundar o caráter educativo da prática da coleta seletiva. Como observado pelo CEMPRE, 2001, as experiências cotidianas, os valores culturais da região, os problemas enfrentados pela comunidade onde a escola está inserida, é que poderão fornecer os melhores elementos para estimular o desenvolvimento de inúmeras atividades que poderão ser realizadas solas. Algumas sugestões de atividades:

- Concurso de cartazes e de “slogans”;

- Debate sobre a gestão do lixo na cidade;

- Artes cênicas (teatro, mímica, dança, músicas, desfiles de roupas “recicladas”);

- Redações ou pesquisas.

PLANEJAMENTO/PROPOSIÇÕES DE COLETA SELETIVA NA ESCOLAS E UNIVERSIDADES – EXECUÇÃO - MONITORAMENTO, AVALIAÇÃO E MANUTENÇÃO DO PROCESSO
Incentivar medidas relacionadas aos 3Rs. A coleta seletiva viabilizará o 3º R, da Reciclagem. Mas, antes, é importante estimular ações de Redução e Reutilização:
  
- Imprimir somente o necessário, fazer impressões e cópias utilizando a frente e verso do papel.

- Utilizar meios eletrônicos para comunicação, evitando a utilização desnecessária de papel.

- Estimular o uso de copos ou canecas duráveis, em substituição aos copos descartáveis (pode-se buscar patrocínio para confecção de canecas).

- Estimular feira de trocas (de livros, CDs e outros objetos).

- Utilizar brinquedos pedagógicos feitos com sucata, na realização de atividades lúdicas e artísticas.

- Estimular a reutilização de potes, vidros e latas para colocar lápis, canetas, botões, carretéis de linha, bolas de gude, papel para rascunho, etc.

- Realizar oficinas de reciclagem artesanal de papel.

O Programa USP Recicla apresenta exemplos práticos de ações de Reutilização. Foi instituído o projeto das canecas duráveis, no qual os copos descartáveis dos Restaurantes da USP estão sendo gradativamente substituídos por canecas individuais, laváveis e duráveis. São incentivadas também, por meio de normas contratuais, as cantinas (terceirizadas) dos campi a oferecerem utensílios duráveis aos seus clientes. A Feira da Sucata e da Barganha, também na USP, é outro exemplo que surgiu com o intuito de incentivar a vivência do 2º R. Nessa Feira, os participantes trazem objetos de sua casa para trocar ou vender, e ainda têm oportunidade de realizar pequenos consertos de roupas, calçados e bicicletas.

Contato com Catadores

Realizar contatos com entidades apoiadoras de catadores para identificar cooperativas ou associações.

Selecionar cooperativa ou associação de catadores que se responsabilizará pela coleta dos materiais recicláveis, e se possível visitá-la para conhecer a sua real estrutura e forma de trabalho.

Marcar reunião com organizações de catadores. É fundamental que haja um acordo formal para haver garantia de coleta regular.

No caso de universidades públicas federais, habilitar formalmente associações e cooperativas, de acordo com o Termo de Compromisso instituído pelo Decreto 5940/06.

EXECUÇÃO

Realizar evento de lançamento.

Desenvolver atividades permanentes de informação e sensibilização.

Distribuir os coletores de materiais recicláveis, material de comunicação e didático e demais equipamentos necessários.

MONITORAMENTO, AVALIAÇÃO E MANUTENÇÃO DO PROCESSO

Realizar vistorias periódicas para verificação do cumprimento das rotinas estabelecidas para a seleção, coleta e destinação dos materiais, localizando eventuais focos de desperdício.

Fazer o controle e o registro do material selecionado e coletado.

Divulgar os resultados do projeto.

Identificar facilitadores e dificultadores do processo e reformular estratégias com redirecionamento das ações, quando necessário.

Estabelecer rotina de reuniões da Comissão Coordenadora para avaliação e revitalização das ações. De acordo com o CEMPRE, 2001, devem ser avaliadas as seguintes questões, dentre outras:

- A periodicidade da coleta é respeitada?

- O número de coletores é satisfatório?

- A localização dos coletores está adequada?

- O envolvimento da comunidade escolar é satisfatório?

- A participação das famílias e da comunidade do entorno é satisfatória?

- O tema está sendo trabalhado nas diversas disciplinas?

- Observam-se melhorias na limpeza da escola e arredores?

- Verifica-se a adoção dos conceitos de Redução e Reutilização?

Fonte do texto: crea-mg.org.br
Fonte da imagem: catingueiraonline.com / diaadiaes.com.br

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