As proposições que deverão constar no plano
para implantação ou ampliação / revitalização da coleta seletiva devem
considerar os resultados dos diagnósticos realizados pelas três frentes de
trabalho — operacional, social e gerencial.
É necessário, portanto, haver
a socialização e discussão das informações levantadas nos diagnósticos feitos
pelas três equipes. Para tanto, é desejável que seja realizada uma reunião
ampliada do grupo gestor, com a participação de autoridades municipais ligadas
à questão, que possam contribuir na definição das proposições. Nessa reunião, é
apresentado o diagnóstico e são discutidas as proposições. Cada equipe deve
apresentar os resultados do diagnóstico referente à sua área, identificando, ao
máximo, as inter-relações ou interdependência entre as três frentes, enquanto são
discutidas as alternativas propostas para a implantação da coleta seletiva.
Assim, deve ser construída, de
forma integrada e participativa, a proposta para a implantação ou
ampliação/revitalização da coleta seletiva. Aqui, é de fundamental importância
levar-se em consideração a análise de mercado. Muitos programas de pequeno ou
grande porte sofreram frustrações por não se ter levado esse aspecto em
consideração. Não adianta uma boa mobilização, uma ótima logística, uma organização
coesa dos catadores, se não há pra quem vender. Essa análise do mercado local e
microrregional apresenta limites e possibilidades para o dimensionamento dos
equipamentos, dos bairros de abrangência, do número de catadores a serem
beneficiados, entre outros aspectos. O mercado baliza a definição de todos os
esforços e investimentos a serem feitos.
Após a definição conjunta dos
aspectos gerais, cada equipe realizará o detalhamento dos projetos de sua
frente de trabalho, conforme descrito a seguir.
Projeto
técnico-operacional
Em relação aos aspectos
técnico-operacionais, as maiores dificuldades, principalmente em cidades de
médio e grande porte, referem-se ao alto custo do processo na fase de coleta e
das instalações e equipamentos (galpões) para triagem e armazenamento. A partir
da análise de várias experiências, foi possível chegar a algumas proposições
que permitem reduzir significativamente o custo e viabilizar a adequada
inclusão dos catadores no processo.
Um fator determinante para o alto custo da
coleta seletiva em cidades de médio e grande porte é a realização da coleta
porta a porta, com veículos muito caros. A solução para esse problema é
realizar o sistema misto de coleta, com a coleta difusa (porta a porta) sendo
feita com equipamentos de menor custo (carrinhos manuais ou motorizados,
carroças com tração animal, triciclos motorizados, etc.) usados por catadores.
Os resíduos são então concentrados em pontos estratégicos como pátios de
igrejas, estacionamentos de supermercados, unidades do sistema de limpeza
urbana, etc., e só então é usado o transporte de maior custo, geralmente
veículos da prefeitura. Essa solução envolve também a setorização da coleta e
sua destinação para grupos organizados de catadores, que se responsabilizam
pela coleta em cada setor. É importante que os setores sejam definidos com a
participação dos catadores.
Para se chegar a essa solução
de forma consistente, é necessário fazer o planejamento correto de todas as
atividades envolvidas: coleta porta a porta pelos catadores, transporte de
cargas concentradas com uso de caminhões, além do apoio aos catadores na
organização da concentração das cargas.
A prefeitura deve ter uma participação
direta no planejamento e execução dos serviços de limpeza urbana, e as
atividades da coleta seletiva devem ser introduzidas no contexto desses
serviços. Os equipamentos devem ser dimensionados, e cabe também à prefeitura
viabilizar espaço físico para a triagem, enfardamento e armazenamento dos
materiais.
Assim, com base no diagnóstico
que mostra as características de cada município, devem-se definir, de forma
participativa, os principais critérios técnico-operacionais do programa:
A
forma de separação dos materiais
• todos os recicláveis juntos,
separados do restante do lixo;
• recicláveis, orgânicos e
rejeitos — quando há unidade de compostagem da matéria orgânica;
• recicláveis separados –
papel, metal, vidro e plástico – quando há contêineres por tipo de material.
A
forma de coleta
• porta a porta por catadores
— geralmente feita com carrinhos de mão ou carroças;
• ponto a ponto — com a
instalação de contêineres;
• em grandes geradores —
geralmente motorizada, pela prefeitura ou por organizações de catadores;
• porta a porta, motorizada —
geralmente feita pela prefeitura, em dias alternados à coleta convencional;
• mista — sistema mais usual e
econômico, principalmente para cidades de médio e grande porte, que envolve a
coleta por catadores em conjunto com a coleta motorizada, concentrada em pontos
estratégicos, e também o uso de contêineres, de forma integrada e complementar.
-
Onde implantar
• em toda a cidade;
• em parte da cidade;
• em distritos e povoados;
• em condomínios, empresas e
instituições diversas (grandes geradores).
-
Quem será responsável pela coleta
• prefeitura (diretamente ou terceirizada);
• catadores;
• prefeitura e catadores de
forma integrada.
-
Veículos para coleta
• caminhões-baú;
• caminhões adaptados com
sobre guardas ou gaiolas;
• carrinhos-de-mão;
• carroças;
• trator com carreta.
-
Outros equipamentos e materiais para coleta
• sacos plásticos ou de outro
material, para uso pela população;
• contêineres para Locais de
Entrega Voluntária;
• instalações ou contêineres
para armazenamento temporário de material coletado manualmente pelos catadores,
para posterior coleta motorizada.
-
Frequência de coleta
• geralmente uma vez por
semana;
• mais vezes – se não for
possível acondicionar o material por uma semana, definir o número de dias para
coleta seletiva, preferencialmente em dias alternados à coleta convencional (quando
a coleta convencional for diária, recomenda-se que a coleta seletiva seja feita
uma vez por semana, substituindo um dia da coleta convencional, exceto em áreas
centrais comerciais, onde em geral a coleta seletiva é feita diariamente pelos
catadores).
Uma vez definidos esses
critérios, deve-se detalhar:
-
Projeto executivo de coleta
• roteiros de coleta –
geralmente feitos pela equipe técnica da prefeitura, a mesma responsável pelo
planejamento da coleta convencional; deve-se traçar e monitorar o cumprimento dos
roteiros, tanto do caminhão quanto dos catadores (que não devem percorrer
distâncias superiores a 3 km por dia), identificando locais estratégicos para o
confinamento dos recicláveis por eles coletados, para que estes possam ser
posteriormente transportados pelo caminhão até os galpões de triagem; havendo
opção pela coleta com catadores, a participação destes no planejamento é
indispensável;
• definição de horários;
• equipes;
• equipamentos de segurança.
-
Projeto de galpão para triagem dos materiais
• elaboram-se projetos para
adequação de galpão(ões) próprio(s) ou para alugar, ou projetos de galpões a
serem construídos em geral em terrenos viabilizados pela prefeitura (maiores orientações
sobre projetos de galpões são apresentadas mais à frente neste mesmo item);
• caso haja Usina de Triagem e
Compostagem em funcionamento ou abandonada, elaborar projeto para adequar
instalações, se for o caso;
• especificar equipamentos
para enfardamento, pesagem e armazenamento (balança, prensa, sacos, tambores,
etc.).
Em relação à forma de
coleta, deve-se observar que o sistema chamado de coleta seletiva ponto a
ponto, em geral implantado de forma complementar ao sistema de coleta porta a
porta, envolve a instalação de contêineres pela prefeitura, geralmente com
recipientes individualizados e identificados por cores para os diferentes tipos
de recicláveis. São chamados de PEVs (Postos de Entrega Voluntária) ou LEVs
(Locais de Entrega Voluntária). Os equipamentos são distribuídos em locais
públicos da cidade, e a população deve colocar nos contêineres o material
previamente triado em sua residência. Nesse sistema há uma melhor separação do
material, com um índice de rejeito muito menor. Os contêineres também dão maior
visibilidade ao programa. As desvantagens são a vulnerabilidade ao vandalismo,
com a depredação dos equipamentos, e a menor adesão da população, que precisa
ter uma atuação muito mais pró-ativa, de separar e levar os materiais para
serem coletados. Os contêineres devem receber programação visual e ser instalados
em locais rigorosamente selecionados, como condomínios, praças, edifícios
públicos, enfim, em locais que possibilitem maior visibilidade e, ao mesmo
tempo, possam contar com “adotantes”, ou seja, padrinhos que contribuam para a
integridade física dos equipamentos, para evitar depredações.
Quanto aos veículos para
coleta seletiva, uma boa opção, tanto no sistema porta a porta quanto no ponto
a ponto, é a adaptação de um caminhão-carroceria com gaiola metálica, ampliando
sua capacidade volumétrica. Em carroceria de 9 m3, a capacidade volumétrica
pode chegar a cerca de 20 m3 com a ampliação, como mostrado na figura a seguir.
Podem também ser usados
caminhões com menor capacidade de carga e volume, comumente chamados de
“veículos 3/4” ( tipo Mercedez 702 ou similar ), desde que a carroceria seja também
adaptada. Apesar de menos potentes, têm um custo de locação e/ou operação mais barato,
sendo mais versáteis e apropriados para a coleta seletiva, devido ao peso
específico reduzido dos materiais recicláveis não compactados. Para a coleta
com esses tipos de veículos, esses caminhões devem ser equipados também com
“big bags”, sacos de ráfia onde são acondicionados os recicláveis soltos,
evitando que se dispersem pelo trajeto afora.
Para a realização da coleta,
devem ser capacitados motorista e garis da prefeitura, de forma a torná-los
parceiros das associações de catadores. Isso evita que os materiais recicláveis
sejam desviados e que sejam destinados aos galpões de triagem os materiais de
pior qualidade.
Esses trabalhadores,
devidamente capacitados, podem contribuir ainda para a orientação da comunidade.
FIGURAS
A SEGUIR MOSTRA FIGURAS DE CARRINHOS DE CATADORES QUE FAZEM COLETA PORTA A PORTA
Adicionar legenda |
Os veículos de coleta seletiva
devem receber programação visual que identifique o programa implantado no
município, pois constituem importante instrumento de divulgação e mobilização comunitária.
A Coleta Seletiva Mista, conjugando várias
formas de coleta, em função das diferenças localizadas no município, é o
sistema considerado mais apropriado.
Em Araguari–MG9,
posteriormente à implantação em 2001, o CETEC também apoiou, em 2004, o projeto
de ampliação da coleta seletiva no âmbito da elaboração do PGIRSU que previu a
modalidade mista, incorporando 3 formas conjugadas:
• um sistema de coleta porta a
porta, mecanizada;
• uma coleta porta a porta
executada por catadores com carrinhos em alguns bairros da sede, agregada à
coleta mecanizada em locais estratégicos; e
• uma coleta ponto a ponto nos
“Locais de Entrega Voluntária” – LEVs, com o uso de contêineres em edifícios
públicos e escolas.
Também
foram implementadas as seguintes ações:
• Coleta nos contêineres
instalados em um distrito e em três povoados;
• Coleta em empresas
consideradas grandes geradoras de recicláveis.
A proposta de expansão da
coleta seletiva em Araguari teve como base fatores como geração de recicláveis,
proximidade geográfica ao galpão e potencial de mobilização. À equipe
operacional local coube traçar e monitorar o cumprimento dos roteiros tanto do
caminhão quanto dos catadores, identificando locais estratégicos para o
confinamento dos recicláveis por eles coletados, para que estes pudessem ser
posteriormente transportados pelo caminhão até os galpões de triagem. Alguns
locais de confinamento seriam as previstas no programa de gestão dos resíduos
de construção e demolição.
Os bairros onde se iniciou a
experiência de coleta seletiva porta a porta foram escolhidos em função da
logística, isto é, por se tratar de locais de fácil acesso ao galpão e com médio
a alto poder aquisitivo, e ainda porque, pela caracterização dos resíduos,
verificou-se, ali, maior percentual de geração de materiais recicláveis.
A região central também foi
indicada, por ser uma das áreas que apresentou maior percentual de materiais recicláveis,
significativo grau de organização social e por ser uma área plana, que facilita
a coleta pelos catadores. Foram definidas as diretrizes para todos os
procedimentos operacionais, incluindo a separação e o acondicionamento dos
recicláveis nas fontes geradoras, a coleta, recepção e armazenamento, a triagem
e enfardamento e retirada dos rejeitos. Definiuse pela construção do galpão de
triagem em um terreno da prefeitura.
Os dias da semana para
realizar a coleta seletiva foram fixados em função dos dias da coleta convencional,
optando-se pelos dias alternados a esta. A comunidade foi devidamente orientada
a separar os materiais secos e limpos, acondicioná-los e guardá-los até o dia
da coleta seletiva. A equipe operacional foi orientada a aproveitar os roteiros
da coleta convencional otimizando-os sempre que possível.
Para a área central, por se
tratar de região predominantemente comercial, previu-se a coleta porta a porta
diária pelos catadores, distribuídos em duplas e utilizando. A equipe
operacional ficou responsável por identificar um local para confinamento dos
recicláveis coletados pelos catadores, para que os materiais fossem
posteriormente transportados no caminhão até o galpão.
Os catadores, por sua vez,
foram capacitados para o cumprimento dos roteiros e o processamento dos
recicláveis no galpão (triagem, prensagem, enfardamento), para o adequado uso
dos Equipamentos de Proteção Individual – EPIs, bem como para a adequada
divisão das “sobras” provenientes da comercialização (gestão do empreendimento).
Como a prefeitura não dispunha de recursos imediatos ou fontes de financiamento
a curto prazo, sugeriu-se que fosse alugado um galpão.
Com relação ao projeto para os galpões de
triagem dos materiais, devem ser previstas áreas cobertas, adequadamente
dimensionadas e equipadas para o desenvolvimento das atividades de recepção,
pesagem, estocagem preliminar, triagem, prensagem/enfardamento, armazenamento,
beneficiamento preliminar e comercialização dos materiais recicláveis.
Também deve haver espaços para
o funcionamento de sua estrutura administrativa.
Geralmente a implantação dos
programas em parceria com organizações de catadores envolve a cessão de áreas
municipais, onde são instalados os galpões de triagem e armazenamento dos recicláveis.
BARRACÃO DA AÇÃO RECICLAGEM EM PASSOS MG ASSOCIAÇÃO DE CATADORES QUE NÃO RECEBE APOIO DO PODER PUBLICO DO MUNICIPIO |
BARRACÃO DA COOCARES EM PASSOS MG COOPERATIVA DE CATADORES DA CIDADE QUE NÃO TEM APOIO DA PREFEITURA |
Na elaboração do projeto
básico, deve-se adotar preferencialmente o princípio de construção modular, ou
seja, implanta-se o empreendimento de forma gradual, na proporção do aumento
progressivo do volume dos recicláveis.
Na concepção do empreendimento
deve-se considerar que grande parte das atividades desenvolvidas consiste de
operações manuais, dependentes de força física e, assim, o sentido do fluxo
normal de processamento dos recicláveis – recepção até a expedição dos fardos –
deve ser, preferencialmente, em declive.
Setor
de recebimento dos recicláveis
Quando os materiais
recicláveis são levados ao galpão por caminhões, é desejável que a descarga
desses caminhões seja feita por gravidade, sendo os materiais lançados em silos
e que caem diretamente em mesas de triagem. Na medida do possível, a descarga
de materiais recicláveis levados aos galpões por carrinhos ou carroças também
deve ser feita por gravidade. No dimensionamento dos silos, deve-se prever volume
necessário para vários dias de coleta.
Setor
de triagem dos recicláveis
Para a triagem dos
recicláveis, devem ser utilizadas mesas de triagem, preferencialmente dispostas
transversalmente em relação aos silos, com tambores, bombonas ou “big bags”
para o acondicionamento dos recicláveis separados por tipos e dos rejeitos. A
vantagem de mesas localizadas transversalmente ao silo em relação a uma única
mesa longitudinal é que as mesas transversais possibilitam que cada triador separe
apenas um ou dois tipos de material, o que aumenta significativamente a
produtividade, enquanto na mesa longitudinal ao silo, todos os triadores
precisam separar todos os tipos de recicláveis.
As mesas de triagem devem
possuir largura suficiente e altura ergonomicamente compatível para o
espalhamento e seleção dos materiais. Devem ser dotadas de pequena declividade transversal
(Đ1,5%), no sentido dos silos para o setor de triagem, favorecendo a drenagem de
líquidos; e de abas (laterais e frontal) que impeçam o vazamento do material em
processo de seleção para fora da área de trabalho. Devem receber acabamento
impermeabilizante resistente à abrasão e à corrosão, que permita a sua
sistemática higienização e desinfecção.
Recomenda-se não implantar
mesas muito extensas, limitando-as à faixa de 3,5 a 6,0m, porque extensões
maiores causam dificuldades à operação de arraste de materiais. Assim, pode-se também
limitar o uso de cada mesa ao processamento de 5 t/d de materiais.
Apenas em municípios de maior
porte, com atividade muito intensa, justifica-se o uso de esteiras para a
triagem. Além de terem um custo de implantação adicional em relação à mesa,
referente a equipamentos eletromecânicos e instalação (cerca de R$ 30 mil, com
12m de comprimento), as esteiras também acarretam um custo de manutenção
superior a R$ 1.000/mês. Além disso, se a esteira quebra, o processo de triagem
fica interrompido até que seja feito o conserto, o que pode levar a uma
descontinuidade da operação totalmente indesejada, já que a cidade não pára de
gerar resíduos, e os catadores também não podem deixar de fazer o seu trabalho.
Outro aspecto negativo é o índice de rejeitos, que é muito maior nas esteiras
(cerca de 20 a 30%) em relação às mesas (5%). Finalmente, as mesas possibilitam
que as pessoas trabalhem no seu ritmo, com mais motivação. A esteira exclui os
mais lentos e os mais idosos.
Setor
de processamento primário e acondicionamento
Nesse setor devem ser
dimensionadas áreas para a instalação de equipamentos como prensas verticais
(para papéis, papelão e plásticos) e horizontais (para embalagens metálicas
leves), trituradores para vidros, triturador para papéis sigilosos, monovias,
etc.; e para estacionamento e circulação de máquinas e/ou equipamentos móveis a
serem utilizados no transporte de fardos e outros tipos de cargas, como
empilhadeiras (elétricas ou GLP) e carrinhos de acionamento manual. Deverá ser
prevista a instalação de uma balança eletrônica de plataforma, com capacidade para
a pesagem dos fardos de até 500 kg.
Setor
de estocagem dos recicláveis e de armazenamento dos rejeitos
No caso dos fardos de papéis e
papelão, é imprescindível que a estocagem seja feita em área coberta. Para
estocagem de plásticos e metálicos, é desejável que também haja área coberta, embora
não imprescindível. Vidros triturados podem ser estocados ao ar livre, desde
que haja escoamento de eventuais águas de chuvas. Devem-se prever baias em
número suficiente para o armazenamento dos diferentes tipos de materiais
triados, conforme mostrado na figura a seguir
.
As áreas de estocagem dos
recicláveis a serem comercializados e a dos rejeitos devem situar se em local imediatamente
adjacente ao de saída do galpão, de modo a facilitar as operações de manobra e
carregamento dos veículos a serem utilizados para o escoamento dos materiais.
Deve-se prever capacidade para
estocagem de produção semanal, viabilizando expedição de cargas fechadas.
Infraestrutura
administrativa e de apoio operacional
As instalações de apoio da
central de triagem devem incluir sanitários com ducha, escritório, e um
refeitório que possa ser usado como sala de aula para alfabetização dos
catadores.
A Tabela 1, a seguir,
apresenta as estimativas para áreas adequadas de galpão e respectivos custos de
implantação (CETEC, ano base 2007) por faixa populacional, com o número
estimado de catadores.
Tabela 1 – Referência para
dimensionamento e custo de implantação de galpões para triagem de materiais –
CETEC, 2007
* Trata-se de um número médio
de pessoas (catadores) que deverão estar nas funções de triagem, prensagem e
estocagem dos materiais, isto é, trabalhando na parte de operação interna do
galpão.
** Para municípios com mais de
60 catadores, recomenda-se a implantação de mais de um galpão, em função da
necessidade, de forma a evitar que haja galpões com áreas superiores a 720 m2.
Destaca-se que, nos galpões da
faixa 1 (72m2), a instalação de apoio da central de triagem não deve incluir o
refeitório, devendo ter apenas um banheiro com ducha e um pequeno escritório, ocupando
área máxima de 18m2.
Deve-se observar ainda que a
área para implantação do galpão deve ser uma contrapartida da prefeitura e,
preferencialmente, localizar-se na área urbana, perto do centro de massa de
geração de materiais recicláveis.
A Tabela 2, a seguir,
apresenta a relação de equipamentos e os respectivos custos, em 2008, para a
instalação de uma central de triagem com 48 catadores.
Tabela 2 – Custo médio de
equipamentos para galpões de triagem com 48 catadores (576m2) – CETEC, 2008
Em Lagoa Santa–MG13, a
primeira proposta relacionada ao projeto técnico-operacional foi suspender a
concessão do uso privado do galpão e dos equipamentos da coleta seletiva e disponibilizá-los
novamente para a associação dos catadores, medida que foi prontamente acatada pela
prefeitura. Considerando-se o potencial de produção de recicláveis e o número
de trabalhadores, concluiu-se que a área construída do galpão de triagem seria
insuficiente. A equipe operacional propôs, então, agrupar os catadores em
duplas (enquanto um coleta, o outro tria). Foi também proposta a ampliação do
pé-direito do galpão, a implantação de um silo para descarga do material e de
boxes para o acondicionamento do material solto pós-triagem.
Fonte do texto: crea-mg.org.br
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