30 junho 2020

ELABORAR PREPOSIÇÕES PARA UMA COLETA SELETIVA COM INCLUSÃO SOCIAL COM PROJETO TECNICO OPERACIONAL


As proposições que deverão constar no plano para implantação ou ampliação / revitalização da coleta seletiva devem considerar os resultados dos diagnósticos realizados pelas três frentes de trabalho — operacional, social e gerencial.

É necessário, portanto, haver a socialização e discussão das informações levantadas nos diagnósticos feitos pelas três equipes. Para tanto, é desejável que seja realizada uma reunião ampliada do grupo gestor, com a participação de autoridades municipais ligadas à questão, que possam contribuir na definição das proposições. Nessa reunião, é apresentado o diagnóstico e são discutidas as proposições. Cada equipe deve apresentar os resultados do diagnóstico referente à sua área, identificando, ao máximo, as inter-relações ou interdependência entre as três frentes, enquanto são discutidas as alternativas propostas para a implantação da coleta seletiva.

Assim, deve ser construída, de forma integrada e participativa, a proposta para a implantação ou ampliação/revitalização da coleta seletiva. Aqui, é de fundamental importância levar-se em consideração a análise de mercado. Muitos programas de pequeno ou grande porte sofreram frustrações por não se ter levado esse aspecto em consideração. Não adianta uma boa mobilização, uma ótima logística, uma organização coesa dos catadores, se não há pra quem vender. Essa análise do mercado local e microrregional apresenta limites e possibilidades para o dimensionamento dos equipamentos, dos bairros de abrangência, do número de catadores a serem beneficiados, entre outros aspectos. O mercado baliza a definição de todos os esforços e investimentos a serem feitos.

Após a definição conjunta dos aspectos gerais, cada equipe realizará o detalhamento dos projetos de sua frente de trabalho, conforme descrito a seguir.



ELABORAR PREPOSIÇÕES PARA UMA COLETA SELETIVA COM INCLUSÃO SOCIAL COM PROJETO TECNICO OPERACIONAL


Projeto técnico-operacional

Em relação aos aspectos técnico-operacionais, as maiores dificuldades, principalmente em cidades de médio e grande porte, referem-se ao alto custo do processo na fase de coleta e das instalações e equipamentos (galpões) para triagem e armazenamento. A partir da análise de várias experiências, foi possível chegar a algumas proposições que permitem reduzir significativamente o custo e viabilizar a adequada inclusão dos catadores no processo.

Um fator determinante para o alto custo da coleta seletiva em cidades de médio e grande porte é a realização da coleta porta a porta, com veículos muito caros. A solução para esse problema é realizar o sistema misto de coleta, com a coleta difusa (porta a porta) sendo feita com equipamentos de menor custo (carrinhos manuais ou motorizados, carroças com tração animal, triciclos motorizados, etc.) usados por catadores. Os resíduos são então concentrados em pontos estratégicos como pátios de igrejas, estacionamentos de supermercados, unidades do sistema de limpeza urbana, etc., e só então é usado o transporte de maior custo, geralmente veículos da prefeitura. Essa solução envolve também a setorização da coleta e sua destinação para grupos organizados de catadores, que se responsabilizam pela coleta em cada setor. É importante que os setores sejam definidos com a participação dos catadores.

Para se chegar a essa solução de forma consistente, é necessário fazer o planejamento correto de todas as atividades envolvidas: coleta porta a porta pelos catadores, transporte de cargas concentradas com uso de caminhões, além do apoio aos catadores na organização da concentração das cargas.

A prefeitura deve ter uma participação direta no planejamento e execução dos serviços de limpeza urbana, e as atividades da coleta seletiva devem ser introduzidas no contexto desses serviços. Os equipamentos devem ser dimensionados, e cabe também à prefeitura viabilizar espaço físico para a triagem, enfardamento e armazenamento dos materiais.


Assim, com base no diagnóstico que mostra as características de cada município, devem-se definir, de forma participativa, os principais critérios técnico-operacionais do programa:

A forma de separação dos materiais

• todos os recicláveis juntos, separados do restante do lixo;
• recicláveis, orgânicos e rejeitos — quando há unidade de compostagem da matéria orgânica;
• recicláveis separados – papel, metal, vidro e plástico – quando há contêineres por tipo de material.

A forma de coleta

• porta a porta por catadores — geralmente feita com carrinhos de mão ou carroças;
• ponto a ponto — com a instalação de contêineres;
• em grandes geradores — geralmente motorizada, pela prefeitura ou por organizações de catadores;
• porta a porta, motorizada — geralmente feita pela prefeitura, em dias alternados à coleta convencional;
• mista — sistema mais usual e econômico, principalmente para cidades de médio e grande porte, que envolve a coleta por catadores em conjunto com a coleta motorizada, concentrada em pontos estratégicos, e também o uso de contêineres, de forma integrada e complementar.

- Onde implantar

• em toda a cidade;
• em parte da cidade;
• em distritos e povoados;
• em condomínios, empresas e instituições diversas (grandes geradores).

- Quem será responsável pela coleta

• prefeitura (diretamente ou terceirizada);
• catadores;
• prefeitura e catadores de forma integrada.

- Veículos para coleta

• caminhões-baú;
• caminhões adaptados com sobre guardas ou gaiolas;
• carrinhos-de-mão;
• carroças;
• trator com carreta.

- Outros equipamentos e materiais para coleta

• sacos plásticos ou de outro material, para uso pela população;
• contêineres para Locais de Entrega Voluntária;
• instalações ou contêineres para armazenamento temporário de material coletado manualmente pelos catadores, para posterior coleta motorizada.

- Frequência de coleta

• geralmente uma vez por semana;
• mais vezes – se não for possível acondicionar o material por uma semana, definir o número de dias para coleta seletiva, preferencialmente em dias alternados à coleta convencional (quando a coleta convencional for diária, recomenda-se que a coleta seletiva seja feita uma vez por semana, substituindo um dia da coleta convencional, exceto em áreas centrais comerciais, onde em geral a coleta seletiva é feita diariamente pelos catadores).

Uma vez definidos esses critérios, deve-se detalhar:

- Projeto executivo de coleta

• roteiros de coleta – geralmente feitos pela equipe técnica da prefeitura, a mesma responsável pelo planejamento da coleta convencional; deve-se traçar e monitorar o cumprimento dos roteiros, tanto do caminhão quanto dos catadores (que não devem percorrer distâncias superiores a 3 km por dia), identificando locais estratégicos para o confinamento dos recicláveis por eles coletados, para que estes possam ser posteriormente transportados pelo caminhão até os galpões de triagem; havendo opção pela coleta com catadores, a participação destes no planejamento é indispensável;
• definição de horários;
• equipes;
• equipamentos de segurança.

- Projeto de galpão para triagem dos materiais

• elaboram-se projetos para adequação de galpão(ões) próprio(s) ou para alugar, ou projetos de galpões a serem construídos em geral em terrenos viabilizados pela prefeitura (maiores orientações sobre projetos de galpões são apresentadas mais à frente neste mesmo item);

• caso haja Usina de Triagem e Compostagem em funcionamento ou abandonada, elaborar projeto para adequar instalações, se for o caso;

• especificar equipamentos para enfardamento, pesagem e armazenamento (balança, prensa, sacos, tambores, etc.).

Em relação à forma de coleta, deve-se observar que o sistema chamado de coleta seletiva ponto a ponto, em geral implantado de forma complementar ao sistema de coleta porta a porta, envolve a instalação de contêineres pela prefeitura, geralmente com recipientes individualizados e identificados por cores para os diferentes tipos de recicláveis. São chamados de PEVs (Postos de Entrega Voluntária) ou LEVs (Locais de Entrega Voluntária). Os equipamentos são distribuídos em locais públicos da cidade, e a população deve colocar nos contêineres o material previamente triado em sua residência. Nesse sistema há uma melhor separação do material, com um índice de rejeito muito menor. Os contêineres também dão maior visibilidade ao programa. As desvantagens são a vulnerabilidade ao vandalismo, com a depredação dos equipamentos, e a menor adesão da população, que precisa ter uma atuação muito mais pró-ativa, de separar e levar os materiais para serem coletados. Os contêineres devem receber programação visual e ser instalados em locais rigorosamente selecionados, como condomínios, praças, edifícios públicos, enfim, em locais que possibilitem maior visibilidade e, ao mesmo tempo, possam contar com “adotantes”, ou seja, padrinhos que contribuam para a integridade física dos equipamentos, para evitar depredações.
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Quanto aos veículos para coleta seletiva, uma boa opção, tanto no sistema porta a porta quanto no ponto a ponto, é a adaptação de um caminhão-carroceria com gaiola metálica, ampliando sua capacidade volumétrica. Em carroceria de 9 m3, a capacidade volumétrica pode chegar a cerca de 20 m3 com a ampliação, como mostrado na figura a seguir.

Podem também ser usados caminhões com menor capacidade de carga e volume, comumente chamados de “veículos 3/4” ( tipo Mercedez 702 ou similar ), desde que a carroceria seja também adaptada. Apesar de menos potentes, têm um custo de locação e/ou operação mais barato, sendo mais versáteis e apropriados para a coleta seletiva, devido ao peso específico reduzido dos materiais recicláveis não compactados. Para a coleta com esses tipos de veículos, esses caminhões devem ser equipados também com “big bags”, sacos de ráfia onde são acondicionados os recicláveis soltos, evitando que se dispersem pelo trajeto afora.

Para a realização da coleta, devem ser capacitados motorista e garis da prefeitura, de forma a torná-los parceiros das associações de catadores. Isso evita que os materiais recicláveis sejam desviados e que sejam destinados aos galpões de triagem os materiais de pior qualidade.

Esses trabalhadores, devidamente capacitados, podem contribuir ainda para a orientação da comunidade.
 
FIGURAS A SEGUIR MOSTRA FIGURAS DE CARRINHOS DE CATADORES QUE FAZEM COLETA PORTA A PORTA

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ELABORAR PREPOSIÇÕES PARA UMA COLETA SELETIVA COM INCLUSÃO SOCIAL COM PROJETO TECNICO OPERACIONAL

Os veículos de coleta seletiva devem receber programação visual que identifique o programa implantado no município, pois constituem importante instrumento de divulgação e mobilização comunitária.

A Coleta Seletiva Mista, conjugando várias formas de coleta, em função das diferenças localizadas no município, é o sistema considerado mais apropriado.

Em Araguari–MG9, posteriormente à implantação em 2001, o CETEC também apoiou, em 2004, o projeto de ampliação da coleta seletiva no âmbito da elaboração do PGIRSU que previu a modalidade mista, incorporando 3 formas conjugadas:

• um sistema de coleta porta a porta, mecanizada;
• uma coleta porta a porta executada por catadores com carrinhos em alguns bairros da sede, agregada à coleta mecanizada em locais estratégicos; e
• uma coleta ponto a ponto nos “Locais de Entrega Voluntária” – LEVs, com o uso de contêineres em edifícios públicos e escolas.

Também foram implementadas as seguintes ações:

• Coleta nos contêineres instalados em um distrito e em três povoados;
• Coleta em empresas consideradas grandes geradoras de recicláveis.
A proposta de expansão da coleta seletiva em Araguari teve como base fatores como geração de recicláveis, proximidade geográfica ao galpão e potencial de mobilização. À equipe operacional local coube traçar e monitorar o cumprimento dos roteiros tanto do caminhão quanto dos catadores, identificando locais estratégicos para o confinamento dos recicláveis por eles coletados, para que estes pudessem ser posteriormente transportados pelo caminhão até os galpões de triagem. Alguns locais de confinamento seriam as previstas no programa de gestão dos resíduos de construção e demolição.

Os bairros onde se iniciou a experiência de coleta seletiva porta a porta foram escolhidos em função da logística, isto é, por se tratar de locais de fácil acesso ao galpão e com médio a alto poder aquisitivo, e ainda porque, pela caracterização dos resíduos, verificou-se, ali, maior percentual de geração de materiais recicláveis.

A região central também foi indicada, por ser uma das áreas que apresentou maior percentual de materiais recicláveis, significativo grau de organização social e por ser uma área plana, que facilita a coleta pelos catadores. Foram definidas as diretrizes para todos os procedimentos operacionais, incluindo a separação e o acondicionamento dos recicláveis nas fontes geradoras, a coleta, recepção e armazenamento, a triagem e enfardamento e retirada dos rejeitos. Definiuse pela construção do galpão de triagem em um terreno da prefeitura.

Os dias da semana para realizar a coleta seletiva foram fixados em função dos dias da coleta convencional, optando-se pelos dias alternados a esta. A comunidade foi devidamente orientada a separar os materiais secos e limpos, acondicioná-los e guardá-los até o dia da coleta seletiva. A equipe operacional foi orientada a aproveitar os roteiros da coleta convencional otimizando-os sempre que possível.

Para a área central, por se tratar de região predominantemente comercial, previu-se a coleta porta a porta diária pelos catadores, distribuídos em duplas e utilizando. A equipe operacional ficou responsável por identificar um local para confinamento dos recicláveis coletados pelos catadores, para que os materiais fossem posteriormente transportados no caminhão até o galpão.

Os catadores, por sua vez, foram capacitados para o cumprimento dos roteiros e o processamento dos recicláveis no galpão (triagem, prensagem, enfardamento), para o adequado uso dos Equipamentos de Proteção Individual – EPIs, bem como para a adequada divisão das “sobras” provenientes da comercialização (gestão do empreendimento). Como a prefeitura não dispunha de recursos imediatos ou fontes de financiamento a curto prazo, sugeriu-se que fosse alugado um galpão.

Com relação ao projeto para os galpões de triagem dos materiais, devem ser previstas áreas cobertas, adequadamente dimensionadas e equipadas para o desenvolvimento das atividades de recepção, pesagem, estocagem preliminar, triagem, prensagem/enfardamento, armazenamento, beneficiamento preliminar e comercialização dos materiais recicláveis.

Também deve haver espaços para o funcionamento de sua estrutura administrativa.
Geralmente a implantação dos programas em parceria com organizações de catadores envolve a cessão de áreas municipais, onde são instalados os galpões de triagem e armazenamento dos recicláveis.

É importante fazer o dimensionamento adequado dos espaços a serem utilizados, bem como dos equipamentos necessários para a pesagem (de materiais a granel e de fardos), trituração, enfardamento e movimentação (horizontal e vertical) dos fardos, para que os catadores possam exercer essas atividades de maneira mais organizada e produtiva

BARRACÃO DA AÇÃO RECICLAGEM EM PASSOS MG ASSOCIAÇÃO DE CATADORES QUE NÃO RECEBE APOIO DO PODER PUBLICO DO MUNICIPIO


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BARRACÃO DA COOCARES EM PASSOS MG COOPERATIVA DE CATADORES DA CIDADE QUE NÃO TEM APOIO DA PREFEITURA



Na elaboração do projeto básico, deve-se adotar preferencialmente o princípio de construção modular, ou seja, implanta-se o empreendimento de forma gradual, na proporção do aumento progressivo do volume dos recicláveis.

Na concepção do empreendimento deve-se considerar que grande parte das atividades desenvolvidas consiste de operações manuais, dependentes de força física e, assim, o sentido do fluxo normal de processamento dos recicláveis – recepção até a expedição dos fardos – deve ser, preferencialmente, em declive.

Setor de recebimento dos recicláveis

Quando os materiais recicláveis são levados ao galpão por caminhões, é desejável que a descarga desses caminhões seja feita por gravidade, sendo os materiais lançados em silos e que caem diretamente em mesas de triagem. Na medida do possível, a descarga de materiais recicláveis levados aos galpões por carrinhos ou carroças também deve ser feita por gravidade. No dimensionamento dos silos, deve-se prever volume necessário para vários dias de coleta.

Setor de triagem dos recicláveis

Para a triagem dos recicláveis, devem ser utilizadas mesas de triagem, preferencialmente dispostas transversalmente em relação aos silos, com tambores, bombonas ou “big bags” para o acondicionamento dos recicláveis separados por tipos e dos rejeitos. A vantagem de mesas localizadas transversalmente ao silo em relação a uma única mesa longitudinal é que as mesas transversais possibilitam que cada triador separe apenas um ou dois tipos de material, o que aumenta significativamente a produtividade, enquanto na mesa longitudinal ao silo, todos os triadores precisam separar todos os tipos de recicláveis.


As mesas de triagem devem possuir largura suficiente e altura ergonomicamente compatível para o espalhamento e seleção dos materiais. Devem ser dotadas de pequena declividade transversal (Đ1,5%), no sentido dos silos para o setor de triagem, favorecendo a drenagem de líquidos; e de abas (laterais e frontal) que impeçam o vazamento do material em processo de seleção para fora da área de trabalho. Devem receber acabamento impermeabilizante resistente à abrasão e à corrosão, que permita a sua sistemática higienização e desinfecção.

Recomenda-se não implantar mesas muito extensas, limitando-as à faixa de 3,5 a 6,0m, porque extensões maiores causam dificuldades à operação de arraste de materiais. Assim, pode-se também limitar o uso de cada mesa ao processamento de 5 t/d de materiais.

Apenas em municípios de maior porte, com atividade muito intensa, justifica-se o uso de esteiras para a triagem. Além de terem um custo de implantação adicional em relação à mesa, referente a equipamentos eletromecânicos e instalação (cerca de R$ 30 mil, com 12m de comprimento), as esteiras também acarretam um custo de manutenção superior a R$ 1.000/mês. Além disso, se a esteira quebra, o processo de triagem fica interrompido até que seja feito o conserto, o que pode levar a uma descontinuidade da operação totalmente indesejada, já que a cidade não pára de gerar resíduos, e os catadores também não podem deixar de fazer o seu trabalho. Outro aspecto negativo é o índice de rejeitos, que é muito maior nas esteiras (cerca de 20 a 30%) em relação às mesas (5%). Finalmente, as mesas possibilitam que as pessoas trabalhem no seu ritmo, com mais motivação. A esteira exclui os mais lentos e os mais idosos.

Setor de processamento primário e acondicionamento

Nesse setor devem ser dimensionadas áreas para a instalação de equipamentos como prensas verticais (para papéis, papelão e plásticos) e horizontais (para embalagens metálicas leves), trituradores para vidros, triturador para papéis sigilosos, monovias, etc.; e para estacionamento e circulação de máquinas e/ou equipamentos móveis a serem utilizados no transporte de fardos e outros tipos de cargas, como empilhadeiras (elétricas ou GLP) e carrinhos de acionamento manual. Deverá ser prevista a instalação de uma balança eletrônica de plataforma, com capacidade para a pesagem dos fardos de até 500 kg.


Setor de estocagem dos recicláveis e de armazenamento dos rejeitos
No caso dos fardos de papéis e papelão, é imprescindível que a estocagem seja feita em área coberta. Para estocagem de plásticos e metálicos, é desejável que também haja área coberta, embora não imprescindível. Vidros triturados podem ser estocados ao ar livre, desde que haja escoamento de eventuais águas de chuvas. Devem-se prever baias em número suficiente para o armazenamento dos diferentes tipos de materiais triados, conforme mostrado na figura a seguir
.
As áreas de estocagem dos recicláveis a serem comercializados e a dos rejeitos devem situar se em local imediatamente adjacente ao de saída do galpão, de modo a facilitar as operações de manobra e carregamento dos veículos a serem utilizados para o escoamento dos materiais.

Deve-se prever capacidade para estocagem de produção semanal, viabilizando expedição de cargas fechadas.

Infraestrutura administrativa e de apoio operacional

As instalações de apoio da central de triagem devem incluir sanitários com ducha, escritório, e um refeitório que possa ser usado como sala de aula para alfabetização dos catadores.


A Tabela 1, a seguir, apresenta as estimativas para áreas adequadas de galpão e respectivos custos de implantação (CETEC, ano base 2007) por faixa populacional, com o número estimado de catadores.
Tabela 1 – Referência para dimensionamento e custo de implantação de galpões para triagem de materiais – CETEC, 2007
* Trata-se de um número médio de pessoas (catadores) que deverão estar nas funções de triagem, prensagem e estocagem dos materiais, isto é, trabalhando na parte de operação interna do galpão.

** Para municípios com mais de 60 catadores, recomenda-se a implantação de mais de um galpão, em função da necessidade, de forma a evitar que haja galpões com áreas superiores a 720 m2.

Destaca-se que, nos galpões da faixa 1 (72m2), a instalação de apoio da central de triagem não deve incluir o refeitório, devendo ter apenas um banheiro com ducha e um pequeno escritório, ocupando área máxima de 18m2.

Deve-se observar ainda que a área para implantação do galpão deve ser uma contrapartida da prefeitura e, preferencialmente, localizar-se na área urbana, perto do centro de massa de geração de materiais recicláveis.

A Tabela 2, a seguir, apresenta a relação de equipamentos e os respectivos custos, em 2008, para a instalação de uma central de triagem com 48 catadores.

Tabela 2 – Custo médio de equipamentos para galpões de triagem com 48 catadores (576m2) – CETEC, 2008

Em Lagoa Santa–MG13, a primeira proposta relacionada ao projeto técnico-operacional foi suspender a concessão do uso privado do galpão e dos equipamentos da coleta seletiva e disponibilizá-los novamente para a associação dos catadores, medida que foi prontamente acatada pela prefeitura. Considerando-se o potencial de produção de recicláveis e o número de trabalhadores, concluiu-se que a área construída do galpão de triagem seria insuficiente. A equipe operacional propôs, então, agrupar os catadores em duplas (enquanto um coleta, o outro tria). Foi também proposta a ampliação do pé-direito do galpão, a implantação de um silo para descarga do material e de boxes para o acondicionamento do material solto pós-triagem.

O galpão administrativo foi considerado satisfatório para as funções para as quais foi construído, incluindo um refeitório que seria usado como sala de reuniões e eventual sala de aula para alfabetização dos catadores.

Fonte do texto: crea-mg.org.br

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