25 junho 2020

1º PASSO DO ROTEIRO PARA IMPLANTAÇÃO DA COLETA SELETIVA


ROTEIRO PARA IMPLANTAÇÃO DA COLETA SELETIVA

Antes de iniciar um projeto de coleta seletiva, é essencial planejar e preparar bem a sua implantação!

Muitas vezes, ao se considerar que a implantação da coleta seletiva é relativamente simples, inicia-se um projeto sem o devido planejamento, havendo, por isso, a necessidade de refazer partes do trabalho, ou pode-se até incorrer em insucesso da iniciativa.

Na implementação da coleta seletiva, seja em um município, um bairro, um condomínio, uma empresa ou uma escola, o planejamento das atividades a serem desenvolvidas segue essencialmente o mesmo roteiro. É claro que o esforço e o aprofundamento em cada atividade vão depender do tipo do município, da empresa, da escola ou do condomínio.

 
ROTEIRO PARA IMPLANTAÇÃO DA COLETA SELETIVA
ROTEIRO PARA IMPLANTAÇÃO DA COLETA SELETIVA

Serão aqui detalhadas inicialmente as etapas e atividades que devem compor o planejamento da implantação ou ampliação da coleta seletiva em municípios. Em seguida, são resumidamente descritas as atividades para a implantação da coleta seletiva em empresas/instituições, escolas e condomínios. Por serem grandes geradores de resíduos, é importante que o programa de coleta seletiva municipal estimule e apóie o desenvolvimento de iniciativas nesses locais. Entretanto, mesmo que o município ainda não tenha iniciado o seu programa, os projetos podem ser implantados nesses locais de forma independente, havendo, para tanto, a necessidade de um cuidado maior no desenvolvimento das atividades, especialmente com a destinação adequada dos materiais.

Como o roteiro para implantação ou ampliação da coleta seletiva em municípios tomou como referência a metodologia consolidada a partir da experiência do CETEC, optou-se por intercalar, na descrição das atividades, o relato da aplicação prática em alguns dos municípios mineiros apoiados pelo CETEC. O intuito, portanto, não é o de relatar a totalidade das experiências, mas apenas ilustrar as atividades metodológicas para facilitar sua compreensão.

ROTEIRO PARA IMPLANTAÇÃO

Antes de iniciar um projeto de coleta seletiva, é essencial planejar e preparar bem a sua implantação!

Coleta seletiva municipal

Em uma situação ideal, o planejamento da Coleta Seletiva em um município deve ser feito no âmbito da elaboração de um Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – PGIRSU, que inclui o planejamento de todas as atividades de limpeza da cidade, incluindo a coleta regular dos resíduos, além do seu tratamento e destino final adequados.

A coleta seletiva é uma alternativa para promover a reciclagem de materiais que deve estar, preferencialmente, associada a outras formas de recuperação de resíduos como a compostagem dos resíduos orgânicos, e não pode prescindir de um sistema de tratamento e disposição final — em geral aterro sanitário — que sempre será necessário para tratar os rejeitos.

O planejamento da coleta seletiva deve considerar a situação de cada município. As soluções serão diferentes em função do porte, dos recursos disponíveis, da estrutura da prefeitura, da cultura local e do histórico de limpeza urbana no município.

Assim, é importante observar algumas situações que podem ser encontradas:

• em alguns municípios pode haver programa de coleta seletiva já implantado, precisando ser ampliado ou revitalizado;

• em algumas situações, a experiência não foi bem-sucedida e precisa ser totalmente revista;

• em outros, o processo é totalmente novo para a cidade;

• em muitos municípios os catadores trabalham em lixões ou nas ruas, de forma autônoma;
• há casos em que já existem catadores organizados em associações ou cooperativas, mas podem continuar trabalhando em lixões ou nas ruas;

• também há diferença se um município possui órgão de limpeza urbana estruturado, com equipe qualificada;

• outros podem se destacar por terem uma área de desenvolvimento social mais atuante;
• em outras situações o projeto tem como referência a área ambiental;

• pode haver também grande apoio da área de saúde, com a parceria — muito importante — dos agentes do Programa Saúde da Família – PSF.

Enfim, há um leque de possibilidades que dependem da realidade de cada município. As atividades propostas neste Manual devem, portanto, ser adequadas aos diferentes cenários municipais.

Uma situação que merece destaque refere-se à possibilidade de gestão associada entre municípios, que vem sendo estimulada pelo governo federal principalmente a partir da Lei de Consórcios, a Lei Federal no 11.107, de 06/04/2005, que dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos. A gestão associada entre municípios, envolvendo todo o sistema de gestão de resíduos ou apenas parte dele, tem o objetivo de melhorar a relação custo-benefício dos serviços prestados e é cada vez mais reconhecida como estratégia muito eficiente para a gestão do lixo urbano.

Um exemplo de solução compartilhada para elaboração de Planos de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos – PGIRSU foi apoiada pelo CETEC, em 2006, em Itajubá – MG1 e 5 municípios vizinhos – Delfim Moreira, Piranguinho, Piranguçu, São José do Alegre e Wenceslau Braz. Itajubá, município de maior porte e com equipe qualificada, implantou um projeto de coleta seletiva no âmbito do PGIRSU e se propôs a assessorar os outros municípios na implantação das ações para o manejo sustentável dos resíduos na microrregião.

Com tanta diversidade de situações nos municípios, o roteiro aqui apresentado não poderia se linear, com atividades sequenciais, passo a passo. Ao contrário, em função da realidade de cada município, há várias frentes de trabalho que podem ser desenvolvidas em paralelo e que podem vir a se integrar. Em alguns casos pode ocorrer que algumas ações, pela sua importância ou urgência, sejam colocadas em prática ainda na fase de planejamento, desde que não haja atropelos entre elas ou implementações precipitadas.

Para o sucesso da coleta seletiva, o município deverá estar preparado para oferecer um sistema de coleta de recicláveis eficiente. De maneira geral, implantar um sistema de coleta seletiva significa:
• sensibilizar as pessoas para reconhecerem que o material reciclável não é lixo; portanto, deve ser recolhido separadamente;
• oferecer condições para que a população possa dispor seletivamente os materiais recicláveis;
• dispor de centro de triagem para separação, classificação e armazenamento desses materiais, para sua futura comercialização.
• promover a gestão eficiente do centro de triagem, armazenamento e comercialização, apoiando a criação ou o fortalecimento de organizações de catadores.

Fonte:crea-mg.org.br