(Grupo Gestor). Esse Grupo
será responsável pela realização do diagnóstico e pela apresentação das
proposições, ambos de forma participativa O diagnóstico propicia o conhecimento
da realidade do município, o que, por sua vez, possibilitará a definição das
proposições que irão orientar a implantação do programa. Algumas medidas
emergenciais já poderão ser implantadas na fase de diagnóstico. A coordenação
colegiada também é responsável pelo acompanhamento da implantação e por
eventuais correções de rumo necessárias ao aprimoramento do projeto
CRIAÇÃO DA INSTÂNCIA COLEGIADA ORGANIZADA(GRUPO GESTOR) PARA A COLETA SELETIVA |
1 1. Criar coordenação colegiada – Grupo Gestor
Uma pessoa só não consegue implantar a
coleta seletiva. Para planejar e implantar a coleta seletiva é desejável ter um
grupo de pessoas com capacidade técnica e com interesse, que se responsabilize
pela condução do processo. Esse grupo deve constituir-se em uma instância
colegiada de coordenação denominada Grupo Gestor ou pode ter outro nome que se
considere mais apropriado.
É importante levar em
consideração outras instâncias colegiadas já existentes no município, visto que
uma delas pode atuar como Grupo Gestor, ainda que tenha que se adequar para
cumprir essa função. Em muitos municípios foram instituídos Fóruns Municipais
Lixo e Cidadania, que têm exatamente o papel de buscar soluções para os
problemas sócio-ambientais relacionados ao lixo municipal. Em outros, pode
haver conselhos de políticas públicas sociais ou outras instâncias que devem
ser inseridas no processo.
A participação de técnicos do órgão
responsável pela limpeza urbana da prefeitura é essencial, mas é desejável
também envolver representantes das áreas de assistência social, meio ambiente,
educação, saúde, etc. Além disso, é importante, desde o início, informar as
pessoas da comunidade envolvida sobre os passos que serão dados e convidá-las a
participar. Muitas informações e soluções são obtidas com o apoio da
comunidade.
Entretanto, em um programa de
coleta seletiva, os resultados serão tanto mais positivos quanto mais o Poder
Público for capaz de articular e mobilizar parcerias com diversos segmentos da
sociedade, incluindo Câmara Municipal e representantes de órgãos estaduais e
federais presentes nos municípios. Está cada vez mais evidente a necessidade de
compartilhar as responsabilidades para se ter uma cidade melhor.
CRIAÇÃO DA INSTÂNCIA COLEGIADA ORGANIZADA(GRUPO GESTOR) PARA A COLETA SELETIVA |
É muito importante, para o êxito de um
programa de coleta seletiva em um município, que o prefeito se comprometa
pessoalmente com a proposta.
É desejável que ele tenha
ciência do processo que vai ser implementado, reconhecendo os benefícios que
poderão ser gerados, mas também assumindo a responsabilidade por viabilizar os
recursos necessários — pessoas e infra-estrutura. A implementação do programa
implica, portanto, a destinação de recursos financeiros que poderão vir do
próprio orçamento municipal, de parcerias com empresas instaladas na região
e/ou ser captados em organismos nacionais e internacionais. Além da questão
financeira, o projeto requer o envolvimento de diversas áreas da administração
municipal, o que significa que elas devem ser chamadas a participar, de
preferência pelo próprio prefeito ou por alguém designado por ele.
Dependendo do porte do município, deve ser
criado um setor específico na prefeitura para se responsabilizar pela condução
da coleta seletiva.
É necessário que haja um coordenador do Grupo Gestor — o interlocutor
formal do projeto — preferencialmente um técnico da prefeitura.
Recomenda-se subdividir o Grupo Gestor em três equipes: técnico
operacional, sociale gerencial
A equipe técnico-operacional é
responsável pelas soluções de engenharia e logística do projeto;
A equipe social deve
cuidar do apoio à organização ou ao fortalecimento de associações ou cooperativas
de catadores, além das atividades de mobilização social para o engajamento da população
no programa;
A equipe gerencial
trabalha com os aspectos legais, financeiros, de mercado e organizativos das
associações ou cooperativas de catadores.
CRIAÇÃO DA INSTÂNCIA COLEGIADA ORGANIZADA(GRUPO GESTOR) PARA A COLETA SELETIVA |
Uma
situação especial em relação à constituição do grupo gestor ocorreu em
Brumadinho - MG2, onde o CETEC deu suporte técnico ao trabalho de adequação e
ampliação do programa de coleta seletiva no âmbito da elaboração do PGIRSU em
2004. Nesse município foram constituídos dois grupos gestores: um no distrito
sede e outro na zona urbana de Casa Branca. Com alguns membros em comum (os
técnicos que representavam as secretarias municipais, dentre outros), os dois
grupos gestores atuaram de forma integrada.
A capacitação do Grupo Gestor é determinante para o sucesso do Programa.
Para
o amadurecimento dos participantes de um Programa de Coleta Seletiva é muito
importante haver uma capacitação inicial e uma sistemática de reuniões de
avaliação durante as quais se busca a construção de alternativas viáveis e
adequadas à realidade local. Todos os parceiros devem ser valorizados e é
importante compartilhar compromissos para o desenvolvimento do Programa.
No
início do processo, deve-se fazer a sensibilização para o projeto e o
nivelamento das informações com a troca de conceitos e a aproximação entre as
diferentes áreas. É interessante usar dinâmicas que busquem entrosamento,
descontração e troca de informações, visões e ideias. Os técnicos da área de
engenharia devem interagir com os técnicos e agentes da área social e também da
área gerencial, buscando a compreensão de todas as dimensões envolvidas
no
trabalho e uma confiança mútua entre os membros das equipes.
Nos
municípios apoiados pelo CETEC, foram realizadas, no início do trabalho,
oficinas de percepção e sensibilização relacionadas às questões do lixo e
oficinas de Diagnóstico Participativo. Os seminários e as oficinas de
construção coletiva do diagnóstico também se constituem em espaços de capacitação,
por permitirem um envolvimento mais direto dos diferentes atores sociais locais
na produção do conhecimento sobre a realidade da limpeza urbana e sobre os
aspectos ligados à implantação da coleta seletiva.
Nas
oficinas, deve-se cuidar para que o local seja apropriado, procurando ao máximo
desverticalizar as relações, reordenando as cadeiras num semicírculo, visando
fugir de uma atmosfera “formal de palestra” para se assemelhar a um encontro
comunitário onde as pessoas possam se expressar com menos constrangimento.
Esses cuidados favorecem uma construção democrática dos trabalhos, podendo
quebrar barreiras entre a prefeitura, a população, especialistas e catadores.
Fonte:crea-mg.org.br
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