Cidades mais inclusivas,
seguras, sustentáveis e resilientes a desastres ou a eventos incomuns são as
metas deste objetivo, conhecido como ODS das cidades. Por isso, um primeiro
ponto é a urbanização de favelas (11.1).
Como a mobilidade urbana é
fundamental para que o indivíduo exerça sua cidadania, a melhoria da oferta de
serviços de transporte, com atendimento para todos os tipos de grupos,
incluindo os em vulnerabilidade, mulheres, pessoas com deficiência e idosos, é
foco da meta 11.2.
A preservação da cultura
(11.4), o fortalecimento dos espaços de participação (11.3), a redução do
número de mortes, de pessoas afetadas por catástrofes e de prejuízos (11.5) e a
redução dos impactos ambientais pela vida e produção econômica nas cidades
complementam as metas deste ODS.
Mais de metade da população
mundial agora vive em áreas urbanas. Em 2050, esse número aumentará para 6,5
bilhões de pessoas (dois terços de toda a humanidade). O rápido crescimento
das cidades junto com o aumento da migração rural para a urbana levou a um boom
nas mega-cidades. Em 1990, havia dez mega-cidades com 10 milhões de habitantes
ou mais. Em 2014, existem 28 mega-cidades, lar de um total de 453 milhões de
pessoas.
A pobreza extrema é muitas
vezes concentrada em espaços urbanos e os governos nacionais e municipais lutam
para acomodar o aumento da população nessas áreas. O desenvolvimento
sustentável não pode ser alcançado sem transformar significativamente a forma
como construímos e gerenciamos nossos espaços urbanos. Tornar as cidades
seguras e sustentáveis significa assegurar o acesso a habitações seguras e a
custo razoável e melhorar os assentamentos de favelas. Também envolve
investimentos em transportes públicos, criação de espaços públicos verdes e
melhoria do planejamento e gestão urbana de forma participativa e inclusiva.
De acordo com a previsão da
ONU apresentada em 2014 no relatório sobre o aumento da população urbana, em
2050 as cidades do mundo terão 2,5 bilhões de novos moradores além dos 3,9
bilhões atuais. Em 2030, a projeção é que 13 novas megacidades – com 10 milhões
de habitantes ou mais – se somem às 28 já existentes.
Considerando que os altos
índices de pobreza extrema, desigualdade social e violência se concentram nas
cidades; o objetivo número onze do documento que visa “tornar as cidades e os
assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis” se torna
uma medida urgente, assim como a sua meta de “garantir o acesso de todos a
moradia segura e aos serviços básicos e reconhecer a necessidade de urbanizar
as favelas”.
Para Barbara Herthel, diretora
nacional de formação e voluntariado da organização TETO Brasil, o ODS 11 é um
dos objetivos mais ambiciosos uma vez que relaciona desenvolvimento urbano e a
necessidade do enfrentamento para urbanizar assentamentos precários e favelas e
melhores condições de vida para a população.
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Barbara aponta a importância
do trabalho horizontal do TETO com as comunidades nesse cenário e de suas
ações, do diagnóstico e construção à disseminação de conhecimento sobre favelas
no nosso país. “O TETO colabora com o
ODS 11 uma vez que visa promover o Direito à Cidade e transformar os locais
mais precários do Brasil em Comunidades Sustentáveis, por meio do protagonismo
dos moradores e moradoras, da participação da juventude e do engajamento de
todos os atores da sociedade”, conta.
Entre os desafios para o
alcance do objetivo, a diretora ainda aborda o cenário atual brasileiro e a
redução do orçamento do Ministério das Cidades, que significa também a
diminuição drástica no investimento em saneamento básico e urbanização de
favelas.
Entende-se por sustentáveis as
comunidades que possuam processos autogestionáveis, que trabalham em rede com
outras comunidades e organizações, e planejam as suas ações a médio e longo
prazo. Para Rosângela, mais conhecida como “Fia”, moradora da comunidade
Portelinha, em Guarulhos, a ideia de sustentabilidade ainda está muito distante
de sua realidade. “Sempre tem um ponto nesses debates em que as pessoas mais
pobres são diferenciadas e esquecidas. Para mim, o primeiro passo para uma
comunidade ser sustentável é a gente ser olhado e ter a nossa opinião ouvida. ”
Conectar a agenda global a
ações locais fomenta a importância das entidades e lideranças comunitárias
pensarem juntas em atividades de desenvolvimento e reflexões sobre os espaços
que são hoje segregados dos direitos básicos de acesso às cidades.
CIDADES E COMUNIDADES SUSTENTÁVEIS É MAIS UM ITEM A SER VISTO DOS ODS 2030 |
METAS
A SEGUIR PARA AS CIDADES E COMUNIDADES SUSTENTÁVEIS
11.1 até
2030, garantir o acesso de todos a habitação segura, adequada e a preço
acessível, e aos serviços básicos e urbanizar as favelas
11.2 até
2030, proporcionar o acesso a sistemas de transporte seguros, acessíveis,
sustentáveis e a preço acessível para todos, melhorando a segurança rodoviária
por meio da expansão dos transportes públicos, com especial atenção para as
necessidades das pessoas em situação de vulnerabilidade, mulheres, crianças,
pessoas com deficiência e idosos
11.3 até
2030, aumentar a urbanização inclusiva e sustentável, e as capacidades para o
planejamento e gestão de assentamentos humanos participativos, integrados e
sustentáveis, em todos os países
11.4
fortalecer esforços para proteger e salvaguardar o patrimônio cultural e
natural do mundo
11.5 até
2030, reduzir significativamente o número de mortes e o número de pessoas
afetadas por catástrofes e substancialmente diminuir as perdas econômicas
diretas causadas por elas em relação ao PIB global, incluindo os desastres
relacionados à água, com o foco em proteger os pobres e as pessoas em situação
de vulnerabilidade
11.6 até
2030, reduzir o impacto ambiental negativo per capita das cidades, inclusive
prestando especial atenção à qualidade do ar, gestão de resíduos municipais e
outros
11.7 até
2030, proporcionar o acesso universal a espaços públicos seguros, inclusivos,
acessíveis e verdes, aos espaços públicos verdes, particularmente para as
mulheres e crianças, pessoas idosas e pessoas com deficiência
11.a
apoiar relações econômicas, sociais e ambientais positivas entre áreas urbanas,
peri-urbanas e rurais, reforçando o planejamento nacional e regional de
desenvolvimento
11.b até
2020, aumentar substancialmente o número de cidades e assentamentos humanos
adotando e implementando políticas e planos integrados para a inclusão, a
eficiência dos recursos, mitigação e adaptação às alterações climáticas, a
resiliência a desastres; e desenvolver e implementar, de acordo com o “Sendai
Framework” para a redução do risco de desastres 2015-2030, o gerenciamento
holístico do risco de desastres em todos os níveis
11.c
apoiar os países menos desenvolvidos, inclusive por meio de assistência técnica
e financeira, para construções sustentáveis e resilientes, utilizando materiais
locais
Fonte:
planalto.gov.br
Fonte: visoesdefuturo.fundacaotelefonica.org.br
Fonte: techo.org
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