Reciclagem nas Usinas
A utilização dos resíduos de construção como
material de aterro é uma prática usual. Sem nenhum tratamento, ele é depositado
em aterros ou em bota-foras, mas este procedimento tende a 30 mudar graças à
implantação de novas políticas públicas, é a conscientização da necessidade de um
desenvolvimento sustentável, para o qual as usinas de reciclagem surgem como
alternativa de redução desses resíduos.
RECICLAGEM DE ENTULHOS NAS USINAS |
A existência de mecanismos que facilitem o
descarte dos resíduos e que auxiliem a segregação na captação e na remoção
interromperá o contínuo aterramento de materiais reaproveitáveis e o
esgotamento das áreas que sustentam o desenvolvimento urbano. Segundo Pinto
(2000), com a atração dos resíduos para áreas estruturadas, a solução dos
bota-foras poderá ser substituída por centrais de reciclagem, em que o
processamento dos RCD deve ser simplificado, obedecendo-se ao fluxo de seleção
e descontaminação, trituração e expedição, transformando-os em nova
matéria-prima a ser utilizada em serviços e obras da construção civil.
Os RCD possuem propriedades
que, por meio da reciclagem, possibilitam sua aplicação na construção civil de
maneira abrangente, desde a pavimentação, seu uso para produção de concreto,
até a contenção, para prevenção de processos erosivos. Segundo Angulo et al.
(2002) e Angulo & John (2002), no Brasil somente uma parcela mínima dos
RCD, potencialmente recicláveis como agregados, é de fato reciclada, e grande
parte desse agregado produzido é destinada à pavimentação.
RECICLAGEM DE ENTULHOS NAS USINAS |
Atualmente, no Brasil, existem
várias usinas de reciclagem, a maioria administrada por municipalidades e
algumas poucas pela iniciativa privada. Os resultados sociais e ambientais têm sido
favoráveis, apesar de todas as dificuldades encontradas pelos seus
administradores: técnicas, legais e sociais.
Angulo et. al (2001)
reconhecem a importância das usinas brasileiras sob o ponto de vista tecnológico
e ambiental, mas alertam para o fato de que elas não solucionam o problema de forma
global, pois os resíduos não são constituídos somente de minerais não
metálicos, favoráveis à produção de agregado. Eles contêm metais ferrosos e não
–ferrosos e madeira, entre outros resíduos. A classificação e a garantia de
qualidade ainda não estão desenvolvidas e os procedimentos e equipamentos
empregados nas usinas afetam as características dos agregados reciclados:
composição, teor de impurezas, granulometria, forma e resistência. A
variabilidade dos agregados contendo resíduos afeta o desempenho do concreto.
Para viabilizar essa aplicação, serão necessárias modificações no processo de
reciclagem e métodos confiáveis de caracterização.
Fonte do texto:.ietsp.com.br/ UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS/Nelma Almeida Cunha