31 agosto 2016

ANÁLISE DOS RESULTADOS REALIZADAS NAS USINAS DE RECICLAGEM A, B, C D, E - ANÁLISE DOS RESULTADOS

ANÁLISE DOS RESULTADOS

Esta PUBLICAÇÃO começa a apresentar a análise dos resultados NAS PESQUISAS REALIZADAS NAS USINAS DE RECICLAGEM A, B, C D, E JÁ POSTADAS, descrevendo os aspectos relevantes para a avaliação da destinação dos resíduos de construção e demolição, desde sua chegada à usina até a produção do reciclado, atendendo o objetivo desta pesquisa.

ANÁLISE DOS RESULTADOS REALIZADAS NAS USINAS DE RECICLAGEM A, B, C D, E
ANÁLISE DOS RESULTADOS REALIZADAS NAS USINAS DE RECICLAGEM A, B, C D, E

A partir dos dados apresentados nas entrevistas e observação in loco, foi realizada a análise do conteúdo das entrevistas, identificando-se os assuntos relatados pelos entrevistados de cada usina; em seguida, os resultados foram agrupados e organizados em categorias e subcategorias, para interpretação.

As categorias e subcategorias foram definidas com base no roteiro de entrevista, nos relatos dos entrevistados e nas observações in loco e são resultantes da análise de todos os dados coletados. 

A Tabela abaixo facilita o entendimento dessas categorias e subcategorias. 

CATEGORIAS
SUBCATEGORIAS


INSTALAÇÕES
DAS USINAS
LOCALIZAÇÃO
GEOGRÁFICA
LAYOUT
PROCESSO DE
IMPLANTAÇÃO
RELAÇÃO COM A
MUNICIPALIDADE

ORIGEM DA
MATÉRIA-PRIMA

PROCESSO DE
RECICLAGEM

ETAPAS DE PRODUÇÃO


EQUIPAMENTOS
PRODUTOS GERADOS

ATORES SOCIAIS
ENVOLVIDOS
AGENTES DIRETOS
AGENTES INDIRETOS

Representação das categorias e subcategorias

Categoria − Instalações das Usinas

A análise dessa categoria foi baseada mais na observação do que nos relatos dos entrevistados, em razão da própria natureza da categoria.

Associadas às instalações das usinas têm-se as subcategorias, intituladas de localização geográfica, layout e processo de implantação. Serão analisados, a seguir, os aspectos pertinentes.

Localização geográfica

Foi constatado que as usinas estão instaladas próximas aos centros urbanos − consequentemente, próximas às fontes geradoras dos RCD − estão adequadas às distâncias convenientes aos usuários. Conta-se com boas condições de tráfego, contribuindo para a melhoria do fluxo de transporte.

As áreas ocupadas pelas usinas permitem classificá-las em pequeno e grande porte; trata-se, em várias delas, de áreas com vocação de recebimento de resíduos. A usina B está instalada em uma antiga pedreira, em área superior a 150.000 metros quadrados; antes degradada, a área foi recuperada pela utilização dos RCD no aterramento da cava. A usina D possui área aproximada de 100.000 metros quadrados e está localizada ao lado de um aterro sanitário. As usinas A, C e E possuem áreas inferiores a 4.000 metros quadrados inseridas em bairros com população de baixa renda (A e E) e com indústrias instaladas (C). Dessa forma, pode-se afirmar que o uso do solo é compatível com os empreendimentos: antiga pedreira (B), em área no entorno da qual encontram-se rodovia e empresas de sucatas (C), em área vizinha ao aterro sanitário (D) e em região de “bota-fora” (E). A característica de localização da usina A sugere que tenha sido usada como área de deposição irregular, mas na investigação esse fato não foi confirmado.

Layout (Nos Layouts postado neste blogger as fotografias são baseadas de uma usina de reciclagem não são as mesmas das pesquisas realizadas).

A pesquisa constatou que as usinas foram preliminarmente estudadas e planejadas, atendendo as questões logísticas de acessos e as questões operacionais. A distribuição dos equipamentos apresentados nos layouts mostra os elementos básicos, comuns ao porte para as usinas: pátios de descarga, pátios de estocagem, localização dos equipamentos de produção e administração.

Nos relatos encontram-se fatos que registraram o interesse dos responsáveis pelas usinas, ao visitar e conhecer o processo de reciclagem de outras usinas. A usina A inspirou-se na experiência de Belo Horizonte, ao passo que os interessados em instalar a usina E investigaram a usina A, que já estava em operação. A usina C é frequentemente visitada por público diverso: municípios conurbados, pesquisadores nacionais e internacionais. As usinas B e D também recebem visitas de pesquisadores e demais interessados. A usina D é equipada com sala de eventos, para diversas finalidades. Esses fatos demonstram a importância das usinas como modelo e motivação para geração de outras novas usinas.

Processo de implantação

As usinas podem ser consideradas como instalações móveis, pois foram projetadas para serem transferidas para outras áreas, se necessário. Como exemplo disso, tem-se a usina B, implantada originariamente na zona sul da cidade, em 1991, e que atualmente encontra-se em outra região (zona leste). Com exceção da usina D, as outras podem ser removidas sem prejuízo aos equipamentos.

Nota-se que as datas de implantação das usinas são recentes: 1999, 2000, 2002 e 2004, respectivamente usinas C, A, E e D, sugerindo interesse e preocupação crescentes com as questões referentes aos resíduos das atividades construtivas, sua destinação e reciclagem.
A 1ª Tabela sintetiza características encontradas entre as usinas, interpretadas pelos relatos apresentados nas pesquisas. Na 2ª, encontram-se trechos de relatos a respeito dessa categoria.
Instalações das usinas.

Usinas
A
B
C
D
E
Localização
Cidade interior
Grande centro
Urbano
Grande centro
Urbano
Grande centro
Urbano
Cidade interior
Área
3.500 m2

150.000m2
3.500 m2
100.000m2

3.500m2 a
7.000 m2
Porte
Pequeno
Grande
Pequeno
Grande
Médio
Data
Implantação
2000
1991
1999
2004
2002
Entorno
Bairro popular
Bairro popular
Bairro industrial
Aterro sanitário
Bairro popular
Área de
Vocação
“Bota-fora”
Pedreira
Indústria
Área ociosa
Matadouro
“Bota-fora”


















Instalações das usinas: relatos
Usinas
Relatos




A
[...] Nós fomos em Belo Horizonte em 97/98, ver ela funcionando as máquinas funcionando, [...] fez um trabalho de adaptar [...] a nossa necessidade. E está funcionando. Porque [...] foi 2000, mais foi assinado no finalzinho do ano o contrato, e nós começamos a implantar no ano de 2001, foi o ano inteirinho para implantar, tal, para máquinas, para implantar porque é um processo muito complicado e porque você tem que deliberar, você tem que determinar que tipo de máquina, qual a capacidade, qual o roteiro, de que maneira que ela funciona, a planta, onde vai ser colocado cada máquina, tudo isso é muito, muito demorado. E aí o ano de 2000 inteirinho foi pra fazer esse planejamento [ENTREVISTADO A1].

B
Era uma pedreira antiga, né. Essa pedreira eles tomam a área e costuma ser reaproveitada. Então tão aterrando a área todinha, enorme desde 23 de outubro de 99 começou [...] Não é uma área particular [ENTREVISTADO B2].



C
[...] Eu comecei aqui em [...] 99, eu gerenciei uma empresa 23 anos, e aí me aposentei e achei que era novo e para manter a família...Comprei um caminhão e fui jogar um dia, estava com meu filho, fui jogar um dia uma caçamba no bota-fora, uma beirada de rio. Cheguei lá vi aquele absurdo [...] madeira [...] uma pessoa que tem [...] uma mente com uma preservação ambiental, cheguei na minha casa e fiz uma reunião com meus próprios filhos: olha isso que agente faz não pode fazer. Aí comecei a fazer reunião com o grupo [...] caçamba fazer primeiro uma conscientização e hoje Graças a Deus São Paulo já está bem evoluído através destas idéias [ENTREVISTADO C1].


D
[...] temos licença da Cetesb [...] para instalar numa área adequada, faz parte do Complexo Delta (aterro sanitário) aqui é uma área industrial própria como se foi feito licenciamento certinho pela Cetesb e nós temos nove exigências para estar atendendo, que é a contenção
da poeira, contenção do ruído, tenho o projeto de drenagem que toda água que cai dentro da usina [ENTREVISTADO D2].


E
O projeto foi desenvolvido, e como uma das áreas de concentração de deposição onde um de nós está instalado, que fica mais entre a região norte e oeste da cidade, havia uma grande concentração de local irregular muito grande, próximo à rodovia que liga a cidade, então,
nós nos deslumbramos de estarmos instalados aqui [ENTREVISTADO E1]

Fonte do texto:.ietsp.com.br/ UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS/Nelma Almeida Cunha