CONCLUSÕES
O presente
trabalho teve como
objetivo identificar os
fatores regionais presentes
em cidades que possuem programas
de reciclagem e em cidades
que ainda não
os possuem, com
a finalidade de identificar, entre os vários fatores
analisados, quais explicam mais as diferenças entre os dois grupos de cidades.
A aplicação da análise discriminante permitiu identificar, pela média dos
grupos e o nível de significância das variáveis em estudo, as diferenças entre
os dois grupos de cidades com reciclagem e
sem reciclagem. De
posse dessas variáveis
significativas é possível,
através de um
modelo parcimonioso, analisar
tanto para cidades da amostra como para aquelas fora da amostra, se as mesmas apresentam
condições favoráveis ou não à implantação de programas de reciclagem de RCD. E
desta maneira, contribuir para
um melhor planejamento
de estratégias que
possam facilitar a
implantação destes programas,
tornando essa implantação
mais transparente, menos
onerosa e com
maiores chances de sucesso.
Por outro
lado, a análise
de cluster, classificou
as cidades em
três clusters ou grupos
com características semelhantes.
Observa-se, também, que da amostra
de cidades analisadas
nos três clusters, mesmo tratando-se de cidades
grandes e de capitais de alguns estados, as mesmas apresentam diferenças bem
marcantes no que se refere
aos serviços de
saneamento básico, limpeza
pública, educação e
renda média, que
influenciam nos programas
de reciclagem de RCD,
conforme demonstrado pelo
modelo.
O método de análise revelou
que as cidades mais propensas à reciclagem ou as que receberam o escore mais alto,
são as que
apresentam melhores condições
socioeconômicas e administrativas. Por
outro lado, as cidades que
obtiveram um escore baixo, apresentam condições precárias nos seus sistemas de saneamento básico,
educação e programa
de coleta seletiva.
Infere-se que estas
cidades terão dificuldades na
implementação de programas
de reciclagem, visto
que devem resolver
outros problemas básicos, pois
carecem de infra-estrutura para apoiar a reciclagem de RCD.
Mediante as
conclusões deste trabalho,
é possível incentivar
a reciclagem, por
meio das seguintes
ações gerais:
·
promoção de acordos voluntários entre o setor
da cadeia de produção do resíduo de forma a se comprometer com a não geração,
diminuição e reciclagem do mesmo. O governo, as ONGs e entidades
do terceiro setor
devem servir como
impulsionadoras e organizadoras
destas medidas;
- · sugere-se que o governo tome a real responsabilidade de mudar aspectos das forças macro ambientais que afetam a reciclagem, promovendo legislação, apoio financeiro, fiscalização e a definição de um órgão que coordene as questões relacionadas aos resíduos, de forma que os programas de reciclagem não sejam atingidos quando da mudança de governo ou partido, de forma a dar continuidade às diretrizes e ações previstas;
- · elaboração de políticas e planos integrados para o município visando o desenvolvimento sustentável urbano, onde sejam previstas ações relacionadas à exploração de matéria prima (agregados), zoneamento ambiental, habitação, saneamento básico, reciclagem de RCD e uso de agregado reciclado;
- · promoção de incentivos para aquelas empresas com melhor desempenho ambiental, como prêmios, onde seja considerada a gestão e minimização do RCD;
- · ampliar as exigências referentes aos resíduos nas diretrizes do PBQP-H, programa que tem serevelado importante para a adoção de um melhor padrão de qualidade na cadeia produtiva da construção civil.
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Fonte do texto das 5 partes do trabalho:I CONFERÊNCIA LATINO-AMERICANA DE CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL - X ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO18-21 julho
2004, São Paulo. ISBN 85-89478-08-4.Nébel A. A. da Costa; Newton C. A.
da Costa Jr;Mônica M. L. Detoni;Paulo Maurício Selig; Janaíde
Cavalcante Rocha