15 março 2016

SUSTENTABILIDADE - GESTÃO FINANCEIRA

SUSTENTABILIDADE - GESTÃO FINANCEIRA

Para que um negócio se desenvolva, ele deve ser economicamente viável. E esta também é uma das dimensões da sustentabilidade. Manter o seu negócio estável e preparado para as exigências do mercado passa necessariamente por uma gestão financeira equilibrada. Em empresas orientadas à sustentabilidade, os ganhos não são apenas internos. Eles são estendidos a todos os envolvidos: colaboradores, fornecedores e clientes. 

SUSTENTABILIDADE - GESTÃO FINANCEIRA

SUSTENTABILIDADE - GESTÃO FINANCEIRA



NEGOCIO DE SUCESSO
Preocupação com o desmatamento, respeito à biodiversidade e adequação às normas. Foram estes princípios que levaram Sandro Santos, empresário da Cerâmica Montemar, a iniciar práticas sustentáveis, há 11 anos, e a estabelecer o diferencial do negócio. Localizada no coração da floresta amazônica, em Iranduba (AM), a empresa familiar passou a utilizar fontes alternativas nos fornos e buscar alternativas para reduzir os impactos de suas atividades.
Com a adesão ao Projeto Oleiro e Cerâmico do Sebrae em Amazonas, em 2007, a empresa ampliou resultados. Marcus Antonio de Souza Lima, gerente da Unidade de Acesso a Inovação, Tecnologia e Mercado no Sebrae em Amazonas e gestor do projeto na época, explica que as ações implementadas visaram a redução energética e aumento de produtividade. “Fizemos diversas melhorias com ações de gestão empresarial e inovação e tecnologia em todo o processo. Desenvolvemos iniciativas desde a extração da argila e melhorias pré-beneficiamento, secagem, aumento de qualidade, até a diversificação do produto e desenvolvimento do mercado”.

Para Marcus, as vantagens puderam ser percebidas principalmente no desenvolvimento de novas alternativas para a queima e na economia gerada na produção. “Conseguimos, de fato, trazer muita inovação e reduzir o consumo energético, tanto elétrico como térmico. Este foi o grande ganho”, ressalta.

Atualmente a empresa utiliza resíduos de madeiras, sobras de construção civil e resíduos de embalagens como insumo para a queima. Outra fonte utilizada são os caroços de frutas, como o açaí, abundante na região e de alto poder calorífico.

O empresário Sandro Santos aposta nesta grande vantagem para reduzir custos de produção. “Todos os materiais são doados por empresas da zona franca de Manaus. É vantajoso para nós e para elas, que obtêm a documentação da correta destinação destes resíduos”, explica. Todo o processo segue as normas estabelecidas pelo setor e é documentado, desde o processo legal de doação e transporte, até a utilização final das cinzas. “Com esta situação demos sobrevida aos aterros, que deixaram de receber um grande volume de descarte”, aponta.

O projeto também possibilitou a implantação de maquinários que reduziram impurezas, consumo de energia e índice de perdas no processo produtivo. Sandro lembra que, a princípio, as mudanças trouxeram investimentos, como o aumento da bateria de fornos e revisão da logística, mas o retorno em custos de produção foi significativo.

A participação no Programa de Apoio a Pesquisa e Inovação, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas, também trouxe vantagens: buscando novas alternativas de geração energética, foram testadas quatro espécies de crescimento rápido para geração de lenha. Outra pesquisa também incluiu o potencial gerador de energia do capim. “Um hectare de capim dá o dobro de quilocaloria que a lenha, e com corte duas vezes ao ano”, explica Marcus Lima. A partir destes resultados, a empresa passou a realizar uma prática consorciada com capim elefante e açaí.

Atualmente, a empresa possui um processo de secagem diferenciada. Enquanto a secagem natural levava cerca de 7 a 8 dias no inverno, e 3 a 4 dias no verão, o secador semicontínuo aproveita o calor gerado nos fornos, que seria lançado na atmosfera, e reduz o tempo de secagem para 16 a 20 horas.

As cinzas provenientes da queima dos fornos tem uma destinação específica: agricultura. São realizados estudos e acompanhamento com a Embrapa, e a empresa mantém uma horta, com produção para a família, colaboradores e comunidade. Sandro explica que a alta acidez do solo local é equilibrada com as cinzas, ricas em potássio, aumentando a produtividade. “Todos nós consumimos: família, colaboradores e ainda doamos para uma entidade filantrópica”.

A exploração de argila também segue padrões de baixo impacto ambiental. Seguindo o Programa de Recuperação de Áreas Degradadas, a empresa instalou tanques de piscicultura após a retirada da argila, já com o respectivo licenciamento. Em seu primeiro ciclo, o projeto já possui cerca de 100 mil peixes da espécie Tambaqui. “Ainda estamos em fase experimental, realizando ajustes, mas poderá ser um novo negócio”, ressalta.

Recentemente, a empresa realizou uma ação denominada Montemar Novo Sorriso, proporcionando cuidados de saúde e higiene bucal aos colaboradores. Com adesão de 90%, eles puderam ganhar mais qualidade de vida. “62% dos participantes precisou de restauração completa. Eles ganharam novos sorrisos”, comenta orgulhoso. Além desta iniciativa, a empresa já alfabetizou diversos funcionários na sede da empresa, possui parcerias com o Sesi e realiza treinamentos constantes.

Sandro ressalta que as parcerias são fundamentais. “A ideia é alinhar e buscar apoio. Sozinhos a gente não consegue chegar lugar nenhum”. Para ele, as dificuldades encontradas no setor envolvem a escassez de mão de obra, no entanto, as vantagens de adotar práticas sustentáveis são grandes. “Existe um ganho de tranquilidade, de estar trabalhando com uma situação confortável, alinhada com os órgãos ambientais. Além disso, alguns clientes exigem este fator, que as empresas tenham estes processos. Este é o maior ganho e já conseguimos abrir muitas portas”. - See more at: http://sustentabilidade.sebrae.com.br/portal/site/Sustentabilidade/menuitem.23dec8f3abd1fb4f73042f20a27fe1ca/?vgnextoid=3378a9606bfd4410VgnVCM100000b072010aRCRD&vgnextfmt=default#sthash.KFuMpWj1.dpuf

Uso de resíduos do setor industrial na queima, preservação ambiental e desenvolvimento da comunidade.
“Ao adotar práticas sustentáveis] existe um ganho de tranquilidade, de estar trabalhando com uma situação confortável, alinhada com os órgãos ambientais. Além disso, alguns clientes exigem este fator, que as empresas tenham estes processos. ”





Negocio de sucesso Sobre a empresa

Ramo de atuação: cerâmica
Tempo de mercado: 25 anos
Localização: Iranduba (AM)
Colaboradores:  48
Como o Sebrae ajudou: Projeto Oleiro e Cerâmico do Sebrae em Amazonas

 
Preocupação com o desmatamento, respeito à biodiversidade e adequação às normas. Foram estes princípios que levaram Sandro Santos, empresário da Cerâmica Montemar, a iniciar práticas sustentáveis, há 11 anos, e a estabelecer o diferencial do negócio. Localizada no coração da floresta amazônica, em Iranduba (AM), a empresa familiar passou a utilizar fontes alternativas nos fornos e buscar alternativas para reduzir os impactos de suas atividades.

Com a adesão ao Projeto Oleiro e Cerâmico do Sebrae em Amazonas, em 2007, a empresa ampliou resultados. Marcus Antônio de Souza Lima, gerente da Unidade de Acesso a Inovação, Tecnologia e Mercado no Sebrae em Amazonas e gestor do projeto na época, explica que as ações implementadas visaram a redução energética e aumento de produtividade. “Fizemos diversas melhorias com ações de gestão empresarial e inovação e tecnologia em todo o processo. Desenvolvemos iniciativas desde a extração da argila e melhorias pré-beneficiamento, secagem, aumento de qualidade, até a diversificação do produto e desenvolvimento do mercado”.

Para Marcus, as vantagens puderam ser percebidas principalmente no desenvolvimento de novas alternativas para a queima e na economia gerada na produção. “Conseguimos, de fato, trazer muita inovação e reduzir o consumo energético, tanto elétrico como térmico. Este foi o grande ganho”, ressalta.

Atualmente a empresa utiliza resíduos de madeiras, sobras de construção civil e resíduos de embalagens como insumo para a queima. Outra fonte utilizada são os caroços de frutas, como o açaí, abundante na região e de alto poder calorífico.

O empresário Sandro Santos aposta nesta grande vantagem para reduzir custos de produção. “Todos os materiais são doados por empresas da zona franca de Manaus. É vantajoso para nós e para elas, que obtêm a documentação da correta destinação destes resíduos”, explica. Todo o processo segue as normas estabelecidas pelo setor e é documentado, desde o processo legal de doação e transporte, até a utilização final das cinzas. “Com esta situação demos sobrevida aos aterros, que deixaram de receber um grande volume de descarte”, aponta.

O projeto também possibilitou a implantação de maquinários que reduziram impurezas, consumo de energia e índice de perdas no processo produtivo. Sandro lembra que, a princípio, as mudanças trouxeram investimentos, como o aumento da bateria de fornos e revisão da logística, mas o retorno em custos de produção foi significativo.

A participação no Programa de Apoio a Pesquisa e Inovação, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas, também trouxe vantagens: buscando novas alternativas de geração energética, foram testadas quatro espécies de crescimento rápido para geração de lenha. Outra pesquisa também incluiu o potencial gerador de energia do capim. “Um hectare de capim dá o dobro de quilocaloria que a lenha, e com corte duas vezes ao ano”, explica Marcus Lima. A partir destes resultados, a empresa passou a realizar uma prática consorciada com capim elefante e açaí.

Atualmente, a empresa possui um processo de secagem diferenciada. Enquanto a secagem natural levava cerca de 7 a 8 dias no inverno, e 3 a 4 dias no verão, o secador semi-contínuo aproveita o calor gerado nos fornos, que seria lançado na atmosfera, e reduz o tempo de secagem para 16 a 20 horas.

As cinzas provenientes da queima dos fornos tem uma destinação específica: agricultura. São realizados estudos e acompanhamento com a Embrapa, e a empresa mantém uma horta, com produção para a família, colaboradores e comunidade. Sandro explica que a alta acidez do solo local é equilibrada com as cinzas, ricas em potássio, aumentando a produtividade. “Todos nós consumimos: família, colaboradores e ainda doamos para uma entidade filantrópica”.

A exploração de argila também segue padrões de baixo impacto ambiental. Seguindo o Programa de Recuperação de Áreas Degradadas, a empresa instalou tanques de piscicultura após a retirada da argila, já com o respectivo licenciamento. Em seu primeiro ciclo, o projeto já possui cerca de 100 mil peixes da espécie Tambaqui. “Ainda estamos em fase experimental, realizando ajustes, mas poderá ser um novo negócio”, ressalta.

Recentemente, a empresa realizou uma ação denominada Montemar Novo Sorriso, proporcionando cuidados de saúde e higiene bucal aos colaboradores. Com adesão de 90%, eles puderam ganhar mais qualidade de vida. “62% dos participantes precisou de restauração completa. Eles ganharam novos sorrisos”, comenta orgulhoso. Além desta iniciativa, a empresa já alfabetizou diversos funcionários na sede da empresa, possui parcerias com o Sesi e realiza treinamentos constantes.

Sandro ressalta que as parcerias são fundamentais. “A ideia é alinhar e buscar apoio. Sozinhos a gente não consegue chegar lugar nenhum”. Para ele, as dificuldades encontradas no setor envolvem a escassez de mão de obra, no entanto, as vantagens de adotar práticas sustentáveis são grandes. “Existe um ganho de tranquilidade, de estar trabalhando com uma situação confortável, alinhada com os órgãos ambientais. Além disso, alguns clientes exigem este fator, que as empresas tenham estes processos. Este é o maior ganho e já conseguimos abrir muitas portas”.

Sobre a empresa

Ramo de atuação: cerâmica
Tempo de mercado: 25 anos
Localização: Iranduba (AM)
Colaboradores:  48
Como o Sebrae ajudou: Projeto Oleiro e Cerâmico do Sebrae em Amazonas

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PRATICAS SUSTENTÁVEIS

Cerâmica Bandeira
Cerâmica de AL reduz emissão de carbono e obtém certificado por ações socioambientais
Sobre a empresa
Ramo de atividade: cerâmica
Tempo de mercado: 33 anos
Localização: Capela (AL)
Nº de funcionários: 95
Apoio do Sebrae: “A empresa tem que estar enraizada na comunidade. Fabricamos nossos produtos, mas também geramos empregos, informações e educação".

Vanessa Brito
A Cerâmica Bandeira reduziu o uso de lenha e passou a contar com materiais naturais alternativos na queima de seus produtos.  Pó de serra, resíduos de coco e coqueiros são alguns deles. Solos contaminados com resíduos de petróleo na perfuração de poços pela Petrobras são inseridos na massa de tijolos e blocos, solucionando um problema ambiental.

Além disso, o empreendimento está ajudando a trazer de volta o extinto pássaro mutum-de-alagoas ao seu habitat natural, destruído pelo desmatamento e caça desenfreados ocorridos nas áreas de Mata Atlântica do estado alagoano, décadas atrás. O empreendimento realiza cursos para funcionários e oferece serviços de saúde, entre outros, para suas famílias e comunidade do município de Capela (AL), onde está localizada.
Por causa desse conjunto de práticas e atitudes sustentáveis, a Cerâmica Bandeira é certificada, desde 2008, como geradora de créditos de carbono pela Verified Carbon Standard (VCS) dos Estados Unidos e Carbono Social do Instituto Ecológica de Tocantins. A empresa é monitorada e auditada pela certificadora internacional Bureau Veritas Certification.

O projeto de crédito de carbono da empresa foi desenvolvido pela Sustainable Carbon. Até o momento, os créditos de carbono da Cerâmica Bandeira foram comprados por investidores da Inglaterra, França, Alemanha e Suiça. “Ela é um exemplo para as demais cerâmicas nordestinas, pois investe muito em ações ambientais e sociais”, afirma Larissa Tega da Fonseca, analista da Sustainable Carbon.

“A empresa tem que estar enraizada na comunidade”, declara Frederico Gondim Carneiro de Albuquerque, proprietário da Cerâmica Bandeira. “Fabricamos nossos produtos, mas também geramos empregos, informações e educação. É uma obrigação moral, principalmente em uma região carente como a nossa, demonstrar que vale a pena ser cidadão, trabalhar e ter dignidade”, ressalta.

Materiais alternativos

Há cinco anos, a cerâmica de Capela se tornou parceira de pesquisa de materiais alternativos, que poderiam ser utilizados no segmento ceramista do Nordeste, pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL). O projeto de pesquisa contou com recursos da Finep e UFAL.   “Alagoas não tem reflorestamento e biomassa suficiente para servir como combustível”, explica o empresário.
 Uma mini usina de beneficiamento de resíduos naturais chegou a ser montada na universidade, mas ainda não funciona.  “Fizemos os testes na própria empresa e começamos a utilizar resíduos de serrarias, de coco e coqueiros. Com isso deixamos de lançar na atmosfera 40 mil ton/ano”, informa Frederico. O empreendimento também investiu no plantio de clones de eucalipto em uma área de 150 ha para mitigar o impacto ambiental já causado. Futuramente essa madeira será usada em seus fornos.

O bambu se tornou outro excelente material que serve como combustível para a Cerâmica Bandeira. “É uma espécie exótica, pois não é da nossa região, e seu corte gera renda para as famílias”, diz o empresário. Esta planta se alastra e faz sombra atrapalhando os plantios, explica.   A empresa compra o bambu cortado, que alimenta a queima de tijolos e blocos.

Pássaro extinto

O primeiro registro do mitu-mitu, como também é chamado o mutum-de-alagoas, ocorreu no século XVII. As últimas notícias desta ave são da década de 1970, quando poucos exemplares viviam apenas em cativeiros.  O mutum-de-alagoas ainda é considerado uma ave extinta.

Para que a reintrodução do pássaro na natureza ocorra, a Cerâmica Bandeira criou uma Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN).  Sessenta ha de vegetação nativa de Mata Atlântica, tombados e preservados por Frederico, estão recebendo os pássaros de volta. “Esta reserva faz parte de fazenda da família”, esclarece o empresário. Esta atitude rendeu até reportagem especial em uma TV alemã, conta ele.
Benefícios sociais

A Cerâmica Bandeira ministra cursos de alfabetização para funcionários e suas famílias, como também atendimento médico e odontológico para eles e a comunidade em seu entorno. O programa Educação para Jovens e Adultos (EJA) do Sesi e Senai chega à cidade de Capela graças a parceria da empresa com as duas instituições.

O projeto Cozinha Brasil do Sesi também é realizado no município pelo mesmo motivo e ensina seus moradores a usar resíduos orgânicos na culinária. Esse recurso torna a alimentação mais barata e nutritiva.
O empreendimento patrocina jovens atletas da cidade e os levam aos Jogos do Sesi e campeonatos de atletismo nas etapas regionais, estadual e nacional.

DICAS

Na hora da compra, avalie se realmente precisa do produto Verifique se as especificações técnicas atendem sua real necessidade. O que você ganha: além de economizar, irá gerar menos resíduos.

Na hora da compra, avalie se realmente precisa do produto

Verifique se as especificações técnicas atendem sua real necessidade. O que você ganha: além de economizar, irá gerar menos resíduos
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Fonte: http://sustentabilidade.sebrae.com.br