08 fevereiro 2015

TRABALHABILIDADE DOS AGREGADOS RECICLADOS EM RELAÇÃO A MASSA ESPECíFICA PARA CONCRETOS

Trabalhabilidade dos agregados reciclados em relação a Massa específica dos RDC

Os agregados reciclados geralmente possuem uma massa específica menor que a dos agregados naturais. Como consequência, os concretos produzidos por estes agregados também geralmente apresentam uma massa específica menor que a dos concretos produzidos com agregados naturais, tanto no estado fresco quanto no estado endurecido. Em contribuição, alguns estudos apontam que o teor de ar incorporado nos concretos com agregados reciclados é maior que nos concretos convencionais (HANSEN, 1986; SCHULZ e HENDRICKS, 1992; KATZ, 2003, citados por LEITE, 2001).

TRABALHABILIDADE DOS AGREGADOS RECICLADOS EM RELAÇÃO A MASSA ESPECíFICA PARA CONCRETOS
TRABALHABILIDADE DOS AGREGADOS RECICLADOS EM RELAÇÃO A MASSA ESPECÍFICA PARA CONCRETOS

É importante relatar a diminuição gradual da massa específica do concreto reciclado à medida que o teor de substituição do agregado natural pelo agregado reciclado aumenta. Da mesma forma, o teor de ar aumenta à medida que aumenta o teor de substituição, contribuindo, assim, para diminuição da massa específica (KIKUCHI et al., 1993, citados por LEVY, 2001).

Levy (1997) afirma que pode haver uma redução de 5 a 10 % na massa específica do concreto reciclado em relação ao convencional, devido ao total de ar incorporado em concretos com material reciclado.
Latterza (1998, apud Leite, 2001), em seu estudo com misturas de concretos usando agregados reciclados com 19 e 9,5 mm de diâmetro máximo, encontrou reduções na massa específica dos concretos com 100 % de agregados graúdos reciclados, em relação aos concretos convencionais, de 9 % e 4 %, respectivamente.
Pode-se dizer que há uma relação linear ente a massa específica da partícula do agregado reciclado e a massa específica do concreto com ele produzido, sendo isso particularmente importante para o controle de qualidade do mesmo (SCHULZ e HENDRICKS, 1992, citados por CABRAL, 2007). Essa tese é comprovada através de estudos feitos por Poon et. al. (2002) e Bairagi et. al. (1993, citados por Cabral, 2007), quando os mesmos apontam que existe um crescente decréscimo na massa específica dos concretos
confeccionados com agregados reciclados de concreto, quando aumenta-se o teor de substituição dos agregados naturais pelos reciclados, chegando a uma redução de 7% a 7,5%, respectivamente, para 100% de substituição.

Fazendo análises em concretos produzidos com agregados reciclados de concreto, Gómez Soberón, 2002; Topçu e Sengel (2004, citados por Cabral, 2007) igualmente encontraram uma relação linear de diminuição da massa específica dos concretos com agregados reciclados de concreto, adquirindo uma redução de 2% e 6%, respectivamente, para 100% de substituição. Ravindrarajah e Tam (1985) e RAHAL (2007, citados por Cabral, 2007) encontraram resultados de redução de 4% na massa específica de concretos com taxa de
substituição de 100% dos agregados naturais para agregados reciclados de concreto. Em seu trabalho, Katz (2003, apud Cabral, 2007) encontrou também uma redução da massa especifica do concreto com agregado reciclado em relação aos concretos convencionais. A redução foi de 12,4%. A maior redução apresentada.
Para concretos com agregados reciclados de cerâmica vermelha, KHALAF (2006, citados por Cabral, 2007) encontrou massas específicas de 8 a 15% menores que a dos concretos produzidos com os agregados naturais.

Akhtaruzzaman e Hasnat (1983 apud CABRAL, 2007) encontraram para concretos com agregados reciclados de cerâmica vermelha uma massa específica 17% menor que a dos concretos de referência. Kahloo (1994, citado por Cabral, 2007) encontrou uma massa específica para os concretos com agregados graúdos reciclados de cerâmica vermelha 4,8% e 9,5% menores que a dos concretos convencionais, para 50% e 100% de substituição, respectivamente.

De posse dessas informações, é possível afirmar que o agregado reciclado de cerâmica vermelha, reduz mais a massa específica dos concretos produzidos com este, quando comparado ao agregado natural ou agregado reciclado oriundo de concretos antigos.
FONTE DO TEXTO:UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA / DAVID DOMINGUES /CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DE DOSAGEM DO CONCRETO COM AGREGADO / DE RCD / BELÉM / 2013