06 março 2014

ABES – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL 2

ABES – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 2

24º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL 

24º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental
De acordo Porto Gonçalves (1989), a partir do fim do séc. XVIII a natureza foi adotada como modelo do que é justo e, com a teoria darwiniana, a evolução passa a ser considerado um processo natural. Há uma “ordem natural” nas coisas, indicando uma evolução lenta, gradual e segura, que é necessária ao progresso.
Esta idéia positivista de progresso vai respaldar conceitos da visão capitalista como “avanço tecnológico”, “aumento de produtividade”, dentre outros como fatos “naturais”, abrindo caminho para uma aceitação da exploração da natureza pelos meios de produção.
Dentro da mesma matriz ideológica e de acordo com Da Matta (1990), a visão portuguesa de colonização, influenciada pelo mercantilismo e focada no enriquecimento rápido orientou a prática extrativista, imediatista e predadora, respaldada numa idéia de natureza passiva, pródiga e endênica. Os ciclos econômicos se sucederam, marcados pela descoberta, exploração e esgotamento de um recurso natural (madeira, açúcar, ouro, café e borracha).
É sabido que o desenvolvimento das atividades industriais, demandantes no seu primeiro estágio de grande volume de mão-de-obra, teve como consequência um crescimento exacerbado das cidades num ritmo maior que a capacidade do poder público de geri-las, especialmente na esfera municipal, fruto especialmente da necessidade de edificações para moradia e trabalho e da infra-estrutura necessária de transporte, saneamento, energia, entre outras.
empregos, provocou uma estrutura social urbana “heterogênea, segmentada e, sobretudo, profundamente
Ferreira (2003, p.103) apresenta o processo de urbanização brasileira com suas características de urbanização acelerada resultando em grandes contingentes populacionais nas cidades. Este processo foi um dos produtos da expansão capitalista, cujo modelo excludente em que pese haver conseguido criar um grande volume de desigual.” Além deste aspecto, destaca-se também a formação de um mercado de padrão consumista.
Esse fenômeno, ocorrido no Brasil a partir dos anos 50, criou uma pressão urbana pela necessidade de acomodar em moradias o contingente trabalhador das indústrias, o que trouxe consigo um incremento na geração de resíduos sólidos urbanos.
esta não possui mobilidade própria
Segundo Braga et al. (2005), diferentemente da poluição rural, a poluição urbana é agravada tanto pela natureza das atividades geradoras (moradias, indústria, comércio e serviços), como pela concentração desta geração em espaços densamente ocupados. Ainda segundo estes autores, embora a poluição se manifeste tanto nas formas gasosa, líquida e sólida, é sob a forma desta última que se verificam os principais problemas devido às grandes quantidades geradas e à sua difícil movimentação, já que diferentemente das outras formas Ferreira (2003) aponta, nas cidades brasileiras, a coexistência de problemas ambientais de cidades modernas com aqueles de cidades subdesenvolvidas, sendo que apenas a partir da década de 1980 a questão ambiental passou a ser considerada nos debates sobre política econômica, cuja busca de desenvolvimento econômico apresenta dificuldades de compatibilização com as políticas ambientais.
Leff (2000) defende que considerar a dimensão ambiental no planejamento do desenvolvimento e o custo ecológico no modelo econômico encontra uma série de obstáculos, interesses opostos, metodologias e dificuldades práticas, uma vez que a racionalidade econômica não incorpora as externalidades ambientais nem os princípios de um desenvolvimento sustentável. Ao mesmo tempo, indica que uma nova racionalidade fundamenta-se no conceito de ambiente como potencial produtivo e não como fonte de recursos e local de depósito de resíduos, sendo princípios ambientais do desenvolvimento a conservação e ampliação da capacidade produtiva dos ecossistemas, a inovação de tecnologias ecologicamente sustentáveis e a conservação dos valores culturais das comunidades locais. Expõe ainda que a dificuldade em encontrar parâmetros que expressem o potencial ambiental e os custos sócio ambientais dificulta a transformação desta racionalidade econômica.
O construbusiness, cadeia produtiva na qual se insere a construção civil brasileira, responde por cerca de 15% do Produto Interno Bruto do país e emprega aproximadamente 4 milhões de pessoas de forma direta e outros 12 milhões de forma indireta (Souza, 2005).