08 fevereiro 2014

ASPECTOS QUALITATIVOS E QUANTITATIVOS DOS RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO (RCD)

ASPECTOS QUALITATIVOS E QUANTITATIVOS DOS RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO (RCD)


O crescimento populacional e a busca constante de novas tecnologias induzem cada vez mais a exploração e transformação dos recursos naturais, aumentando a geração de resíduos sólidos, fator este que agrava a questão ambiental e sanitária, haja vista, que além da preocupação com a saúde humana, é fundamental pensar, também, na manutenção das condições de vida em um ambiente sustentável.



ASPECTOS QUALITATIVOS E QUANTITATIVOS DOS RESÍDUOS DE  CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO (RCD)
ASPECTOS QUALITATIVOS E QUANTITATIVOS DOS RESÍDUOS DE  CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO (RCD)
Todas as atividades atualmente desenvolvidas pela sociedade, em especial no meio urbano, são potencialmente geradoras de impactos ambientais negativos, que vão desde o consumo descontrolado de recursos naturais até situações alarmantes de poluição, chegando a causar acidentes de proporções catastróficas (CARNEIRO, 2005).
A expansão das cidades, a construção de novas casas, prédios, escolas e empreendimentos comerciais, reformas e demolições, acontecem em ritmo freqüentemente incompatível com a capacidade ideal dos aglomerados urbanos. O meio ambiente é agredido não só por causa do crescimento desordenado, mas também pelos resíduos que essas construções geram. São pedaços de tijolos, cerâmicas, vidros, aço, cimento, embalagens, gesso, resíduos perigosos (tinta, óleos, solventes), materiais que muitas vezes não tem destinação final adequada.
Com o desenvolvimento dos centros urbanos, a demanda por construções localizadas no perímetro urbano contribuiu para o aumento da geração de resíduos de construção e demolição, sendo considerada uma das mais importantes atividades para o desenvolvimento econômico e social do país, a Construção Civil também é responsável por diversos impactos ambientais negativos, seja pelo consumo de recursos naturais, pela
modificação da paisagem ou pela geração de resíduos.
Resíduos de construção e demolição muitas vezes são depositados em locais inadequados como: aterros, córregos, bota-foras, terrenos baldios, vias públicas. O que transforma esses locais em ambientes propícios a proliferação de vetores causadores de doenças, tornando-se uma fonte geradora de problemas de saúde pública e ocasionando sérios prejuízos a municipalidade.
A Cidade de Campina Grande/PB, não apresenta um expressivo volume de construções quando comparada com cidades de mesmo porte, mas os RCD precisam ser gerenciados adequadamente para minimizar o impacto ambiental, diminuir os custos com programas de limpeza pública e de combate a doenças por causa do acúmulo de vetores, tendo em vista que o saneamento ambiental está diretamente associado à saúde da população.
Em julho de 2002, o CONAMA, aprovou a Resolução nº 307, criando responsabilidades para a cadeia: gerador/ transportador/ receptor/ municípios, contribuindo para a redução dos impactos ambientais gerados pelos resíduos oriundos da construção civil; e viabilizando técnicas para produção e uso de materiais provenientes da reciclagem de resíduos da construção civil.
A falta de gestão de resíduos sólidos compromete não só a saúde humana, mas de todos os seres vivos, uma vez que a sujeira acumulada no ambiente aumenta a poluição e piora as condições de saúde das populações em todo o mundo, especialmente nas regiões menos desenvolvidas do planeta. A conscientização da população na importância de uma metodologia diferenciada destes resíduos, como também a definição de políticas públicas nos meios de comunicação, são fatores essenciais para que a sociedade forneça resposta ao sistema.
Tendo em vista a atual situação dos impactos causados pela construção civil ao meio ambiente, este trabalho objetiva realizar a qualificação e a quantificação dos resíduos de construção e demolição produzidos na cidade de Campina Grande/PB, bem como apontar alternativas que possibilite a viabilidade de reutilização dos resíduos de construção e demolição.

CARACTERIZAÇÃO QUALITATIVA DOS RCD 

A caracterização qualitativa dos RCD, ou seja, a definição de quais materiais mais comumente é utilizada para a confecção de construções verticais na cidade em questão, foi realizada mediante a separação manual dos materiais freqüentemente encontrados nas obras de construção, dentre os quais englobavam tijolos, gesso, cerâmica, madeira, ferro, areia e cimento.
Após a separação manual, os materiais foram classificados de acordo com a resolução nº 307 do CONAMA, classificando-os por classes distintas.

CARACTERIZAÇÃO QUANTITATIVA DOS RCD 

A caracterização quantitativa teve por finalidade estabelecer o volume de RCD que é desperdiçado em cada obra, bem como realizar a estimativa que quanto RCD é desperdiçado por metro quadrado construído. De acordo com a forma de acomodação dos RCD em cada obra, foi desenvolvida uma metodologia para a caracterização quantitativa dos resíduos, para isso três metodologias foram aplicadas para esta quantificação:
 a) Se os resíduos estivessem dispostos em pilhas contendo um único material;
 b) se os resíduos estivessem dispostos em pilhas contendo diversos materiais;
 c) se os resíduos estivessem acomodados em recipientes (tambores, latões, caçambas entre outros).

a) Se os resíduos estivessem dispostos em pilhas contendo um único material;
O primeiro passo era calcular a medida da área que a pilha de entulho ocupava. O cálculo da área foi obtido através de figuras planas que mais se aproximasse da configuração da pilha de entulho no solo. Depois de obtido o calculo da área, a próxima etapa era a obtenção do volume total da pilha. O volume era calculado da seguinte forma:
Tendo em vista que as pilhas de entulho não apresentavam altura uniforme, houve a necessidade de obter a medida em diversos pontos da pilha para a aquisição de um valor médio da altura. Para realização desta medição, foi utilizada uma haste de ferro de 2m e uma fita métrica. Posteriormente o volume total da pilha era calculado, através dos valores obtidos do cálculo da área e da altura média.
Por último foi calculado a massa total dos resíduos. Para obtenção do cálculo da massa total, foi necessária a retirada em pontos distintos de amostras que somadas totalizavam 10% do volume total da pilha de entulho.
Este processo foi realizado com auxílio de um balde de 13 litros, por meio do qual foi calculada a massa específica do material presente na pilha de entulho, através da equação (A).


EQUAÇÃO (A) 
Onde: ρ: massa específica;
 M: massa (kg);
 V: Volume (m3).

A partir dos valores obtidos da massa específica de cada material e do volume total de cada pilha de entulho, os valores da massa total de cada pilha são conseguidos de forma indireta através da equação (A), colocando em evidência a massa.

b) Se os resíduos estivessem dispostos em pilhas contendo diversos materiais;
 No início o processo se dava semelhante-mente ao de pilhas um único material. Também foi calculada a medida da área e do volume, utilizando a áreas de figuras planas.
Para o calculo do massa específico o processo de caracterização se dava de uma for diferenciada. Previamente as pilhas contendo diversos materiais tinham de serem separadas manualmente, para que todos os materiais pudessem ser pesados de forma individual.
Em diferentes pontos da pilha de entulho foram retirados o RCD com auxilio de um balde de 13 (treze) litros, o volume total retirado foi de 10% de cada pilha.
Os 10% retirados eram encaminhados para uma nova pilha para que houvesse a separação manual dos tijolos da areia e outros materiais. Depois de separados o material foi individualmente pesado, processo este que propiciou a verificação do peso específico de cada material. Na Figura 8 é mostrado detalhadamente o processo de separação das pilhas do RCD.

Se os resíduos estivessem acomodados em recipientes (tambores, latões, caçambas, jericas, entre outros).

 Se os entulhos estivessem dispostos em recipientes, o volume era medido tomando como base o volume do recipiente em que o entulho de encontrava, conforme a Figura 10. Os Principais recipientes encontrados nas obras foram às caçambas de 8m3, tonéis de 10m³, tambores de 5m³,  e jericas com capacidade de 0.128m³.