Planejamento e desenho
urbano
Objetivos gerais
Reconhecer o papel estratégico do planejamento
e do desenho urbano na abordagem das questões ambientais, sociais, econômicas,
culturais e da saúde, para benefício de todos.
Objetivos específicos
•Reutilizar
e regenerar áreas abandonadas ou socialmente degradadas;
•Evitar a
expansão da cidade, dando prioridade ao desenvolvimento urbano no interior dos aglomerados, com a recuperação dos espaços
degradados e assegurando densidades apropriadas;
•Assegurar
a compatibilidade de usos entre edifícios e áreas urbanas, oferecendo adequado equilíbrio
entre empregos, habitação e equipamentos, dando prioridade ao adensamento residencial
nos centros das cidades;
•Assegurar
uma adequada conservação, renovação e utilização/reutilização do nosso
patrimônio cultural urbano;
•Adotar
critérios de desenho urbano e de construção sustentáveis e promover a
arquitetura e as tecnologias de construção de alta
qualidade.
O que entendemos
por planejamento e desenho urbano
Planejamento
Urbano engloba concepções, planos e programas de gestão de políticas públicas
em uma área urbana definida ou em uma cidade por meio de ações que permitam
harmonia entre intervenções no espaço urbano e necessidades da população. Isso
deve ser conduzido levando em consideração os aspectos socioeconômicos,
respeitando condicionantes do meio ambiente e produzindo boa qualidade de vida
para seus habitantes. Desenho Urbano é
entendido como instrumento de planejamento urbano, como uma prática de desenho
que permite vislumbrar o resultado conjunto e integrado das intervenções
urbanas sob o ponto de vista de sua aparência, funcionalidade e uso dos espaços
urbanos. Em atenção aos imperativos de redução das desigualdades e de promoção
da justiça social, o planejamento urbano permite propor ações para atender às
necessidades sociais de modo mais adequado, com foco nas populações mais
vulneráveis econômica e socialmente.
Isso
poderia ocorrer por meio de programas de moradias, políticas de geração de
trabalho e renda, indução de atividades da economia criativa, planos de
mobilidade urbana, programas de atendimento das populações mais carentes,
dentre outros, sempre levando em consideração aspectos ambientais, impactos das
mudanças climáticas e os critérios de sustentabilidade.
A
Organização Mundial da Saúde recomenda um mínimo de 12 m² de áreas
verdes/habitante por distrito (OMS/ONU).
A União Europeia
usa um indicador que mede o número de pessoas que vivem em um local com uma proximidade
de até 300 metros de serviços públicos básicos.
Já acontece
Desenvolvimentos
Urbanos Sustentáveis Dois bons práticas de desenvolvimento urbano sustentável
foram realizadas em áreas residenciais da cidade de Malmö. Esses projetos têm
ajudado a melhorar a qualidade de vida na região.
O bairro
de Augustenborg, construído no final dos anos 40, passou por uma transformação
notável a partir de 1998, quando o Programa de Investimento Local concedeu
fundos para fazer deste bairro um espaço sustentável social, econômica e
ambientalmente. Foi criado uma importante usina solar que deu origem à Solar
City Malmö, que agora opera em toda a cidade. Em 2009, foi instalada uma
turbina eólica na escola. O bairro tem ainda um sistema de águas pluviais e
telhados verdes que diminuíram as inundações frequentes e, simultaneamente,
criou um ambiente estético com alta biodiversidade. Mais de um terço do lixo é
transformado em adubo fértil por meio de compostagem de resíduos alimentares.
Também em
Hamnen Malmö Västra (Western Harbour), um novo e moderno bairro foi construído onde
ficava uma área portuária e industrial. É um projeto piloto que mostra como é
possível criar áreas residenciais que são ecologicamente sustentáveis e oferecer
um ambiente agradável para os moradores.
Um total
de 65 ações foram lançadas, principalmente nas áreas de transportes, energia,
águas residuais, gestão dos resíduos e da biodiversidade. A energia para os mil
apartamentos é 100% produzida localmente e com origem em fontes renováveis.
Isto significa que as emissões de CO2 de
suas casas são quase zero. Os diversos espaços verdes, combinados a uma gestão
inovadora da água, proporcionam um ambiente muito agradável para os moradores e
boas condições para a biodiversidade.
Objetivos
As duas
práticas destacam alguns dos pontos mais importantes mencionados na Agenda
Habitat. O governo da Suécia tem adotado alguns objetivos dessa agenda: áreas
residenciais ambientalmente sustentáveis; boas condições de habitação e
disponibilidade para pessoas com necessidades especiais; qualidade de vida no
ambiente exterior das áreas residenciais; integração dos cidadãos de origem estrangeira;
uso sustentável da terra; e agenda 21 Local e democracia local. Em 2020, a cidade
de Malmö será neutra em emissões e até 2030 todo o município vai funcionar com
100% de energias renováveis.
Fonte:.malmo.se/english
Resultados
Em
Augustenborg houve aumento de 50% da biodiversidade no bairro e aumento da
participação dos cidadãos nas votações, de 54%, em 1998, para 79%, em 2002. Não
foi registrada nenhuma inundação desde a instalação da rede de canais no
bairro.
Houve
queda de 20% no consumo total de energia e de 25% no aquecimento do ambiente e
da água. Foi organizada uma frota comunitária composta por veículos elétricos.
Setenta por cento dos resíduos domésticos são reciclados e há compostagem dos
restos orgânicos. Espaços verdes estão em toda parte e há tratamento local de
águas pluviais, com captação de 70% das águas superficiais.
Foram
instalados 12 mil m² de telhados verdes, que incluem um jardim botânico.
Os
resultados em Västra Hamnen são: produção local de 100% da energia a partir de
fontes renováveis; construção de uma turbina eólica de 2 MW de potência;
aquecimento e ar condicionado a partir do calor da água do mar e das águas
subterrâneas; instalação de 1.400 m² de coletores solares; cobertura de 120 m²
de células fotovoltaicas, dimensionadas para mil apartamentos, o equivalente a
85 mil m² de área residencial; substituição de grande parte da frota por
veículos a gás ou eletricidade e prioridade para bicicletas e transporte
público; instalação de 3 mil m² de telhados verdes; tratamento e armazenamento
local da água de chuva; reciclagem de 70% do lixo doméstico e utilização de um
sistema de sucção de ar móvel para transporte dos resíduos, separados por
material orgânico e não orgânico; instalação de internet de alta velocidade
disponível a todas as propriedades; uso de tecnologias da informação e
campanhas de comunicação e marketing para divulgar questões ambientais e
maximizar o impacto das ações; criação do canal televisivo na Internet Miljö-TV
(Meio Ambiente
TV), para comunicar e apresentar documentação sobre questões relacionadas à
ecologia; criação de parques infantis e de restaurantes com critérios
ambientais e certificação ecológica.
Fonte:/sustainablecities.dk/en/city-projects/cases/malmo-bo01-an-ecological-city-of-tomorrow
Fonte:/sustainablecities.dk/en/city-projects/cases/malmo-bo01-an-ecological-city-of-tomorrow
Cidade das
Cidades - Um Plano para o Futuro de Sydney
Em 2005, o
governo local lançou a sua Estratégia Metropolitana para Sydney até 2031,
intitulado “Cidade das Cidades: Um Plano para o futuro de Sydney”. Cinco anos
depois, uma revisão da estratégia programada está em marcha, com a liberação de
um documento de reflexão,
rumo a Sydney 2036. O plano foi lançado para garantir o acesso equitativo às
infraestruturas e serviços de Sydney. Propõe a concentração de crescimento no
centro urbano, para cumprir a meta de garantir aos moradores de Sidney não ter de
viajar mais de uma hora por dia para o emprego, serviços, espaço cultural e de
entretenimento ou lazer. Ao fazer isso, o plano prevê a revisão do papel dos
centros em toda a área metropolitana, não apenas em Sydney - daí o nome Cidade
das Cidades.
Fonte:.metrostrategy.nsw.gov.au/Home/tabid/283/language/en-US/Def.
aspx
Cidade: Sydney
País: Austrália
População: 4
milhões
Planejamento
Urbano Orientado pela Sustentabilidade
De 1990
até hoje, o foco principal do planejamento da cidade foi o desenvolvimento
sustentável e a integração da região metropolitana de Curitiba. O ponto mais
original da estratégia é o que otimiza a eficiência e a produtividade dos
transportes, ocupação do solo e desenvolvimento
da habitação, integrando-os. O resultado da estratégia é que a cidade se tornou
uma vitrine de urbanismo ecológico e humano, com melhorias contínuas em todos
os aspectos do município.
A cidade
tem 200 quilômetros de ciclovias e 52 m² de área verde por habitante. Há um
modelo de serviço de transporte de baixo custo, utilizado por mais de 2 milhões
de pessoas por dia.
Fonte: .iclei.org/localstrategies/summary/curitiba2.html
Cidade: Curitiba
País: Brasil
População: 1,8
milhão
Crescimento
Inteligente
A Câmara
Municipal lançou o que chama de Estratégia de Crescimento Inteligente, com o
objetivo de reduzir as emissões de carbono da cidade em 80% (em relação a 1990)
antes de 2050. Portland tem trabalhado com uma estratégia de Desenvolvimento
Orientado pelo Trânsito, que
envolve maximizar o acesso aos transportes públicos em bairros que têm uma
combinação de alojamento e atividades comerciais. Em áreas densamente
construídas, a redução medida foi de 20 a 40% no número de VMT (milhas de
viagens por veículo) por pessoa. O uso de bicicleta quase triplicou desde 1990,
aumentando as viagens por esse meio em 65%, e o consumo per capita de gasolina
caiu 9%.
Fonte:sustainablecities.dk/en/city-projects/cases/portland-considerate-growth
Cidade: Portland
País: EUA
População: 560
mil