05 junho 2012

PLANEJAMENTO E DESENHO URBANO DE UMA CIDADE SUSTENTÁVEL

Planejamento e desenho urbano

PLANEJAMENTO E DESENHO URBANO DE UMA CIDADE SUSTENTÁVEL
PLANEJAMENTO E DESENHO URBANO DE UMA CIDADE SUSTENTÁVEL


Objetivos gerais

Reconhecer o papel estratégico do planejamento e do desenho urbano na abordagem das questões ambientais, sociais, econômicas, culturais e da saúde, para benefício de todos.

Objetivos específicos

•Reutilizar e regenerar áreas abandonadas ou socialmente degradadas;

•Evitar a expansão da cidade, dando prioridade ao desenvolvimento urbano no interior dos aglomerados, com a recuperação dos espaços degradados e assegurando densidades      apropriadas;

•Assegurar a compatibilidade de usos entre edifícios e áreas urbanas, oferecendo adequado equilíbrio entre empregos, habitação e equipamentos, dando prioridade ao adensamento residencial  nos centros das cidades;

•Assegurar uma adequada conservação, renovação e utilização/reutilização do nosso patrimônio cultural urbano;

•Adotar critérios de desenho urbano e de construção sustentáveis e promover a arquitetura e as tecnologias de construção de alta qualidade.

O que entendemos por planejamento e desenho urbano

Planejamento Urbano engloba concepções, planos e programas de gestão de políticas públicas em uma área urbana definida ou em uma cidade por meio de ações que permitam harmonia entre intervenções no espaço urbano e necessidades da população. Isso deve ser conduzido levando em consideração os aspectos socioeconômicos, respeitando condicionantes do meio ambiente e produzindo boa qualidade de vida para seus habitantes. Desenho Urbano é entendido como instrumento de planejamento urbano, como uma prática de desenho que permite vislumbrar o resultado conjunto e integrado das intervenções urbanas sob o ponto de vista de sua aparência, funcionalidade e uso dos espaços urbanos. Em atenção aos imperativos de redução das desigualdades e de promoção da justiça social, o planejamento urbano permite propor ações para atender às necessidades sociais de modo mais adequado, com foco nas populações mais vulneráveis econômica e socialmente.

Isso poderia ocorrer por meio de programas de moradias, políticas de geração de trabalho e renda, indução de atividades da economia criativa, planos de mobilidade urbana, programas de atendimento das populações mais carentes, dentre outros, sempre levando em consideração aspectos ambientais, impactos das mudanças climáticas e os critérios de sustentabilidade.

A Organização Mundial da Saúde recomenda um mínimo de 12 m² de áreas verdes/habitante por distrito (OMS/ONU).

A União Europeia usa um indicador que mede o número de pessoas que vivem em um local com uma proximidade de até 300 metros de serviços públicos básicos.


Já acontece

Desenvolvimentos Urbanos Sustentáveis Dois bons práticas de desenvolvimento urbano sustentável foram realizadas em áreas residenciais da cidade de Malmö. Esses projetos têm ajudado a melhorar a qualidade de vida na região.

O bairro de Augustenborg, construído no final dos anos 40, passou por uma transformação notável a partir de 1998, quando o Programa de Investimento Local concedeu fundos para fazer deste bairro um espaço sustentável social, econômica e ambientalmente. Foi criado uma importante usina solar que deu origem à Solar City Malmö, que agora opera em toda a cidade. Em 2009, foi instalada uma turbina eólica na escola. O bairro tem ainda um sistema de águas pluviais e telhados verdes que diminuíram as inundações frequentes e, simultaneamente, criou um ambiente estético com alta biodiversidade. Mais de um terço do lixo é transformado em adubo fértil por meio de compostagem de resíduos alimentares.

Também em Hamnen Malmö Västra (Western Harbour), um novo e moderno bairro foi construído onde ficava uma área portuária e industrial. É um projeto piloto que mostra como é possível criar áreas residenciais que são ecologicamente sustentáveis e oferecer um ambiente agradável para os moradores.

Um total de 65 ações foram lançadas, principalmente nas áreas de transportes, energia, águas residuais, gestão dos resíduos e da biodiversidade. A energia para os mil apartamentos é 100% produzida localmente e com origem em fontes renováveis. Isto significa que as emissões de CO2  de suas casas são quase zero. Os diversos espaços verdes, combinados a uma gestão inovadora da água, proporcionam um ambiente muito agradável para os moradores e boas condições para a biodiversidade.

Objetivos

As duas práticas destacam alguns dos pontos mais importantes mencionados na Agenda Habitat. O governo da Suécia tem adotado alguns objetivos dessa agenda: áreas residenciais ambientalmente sustentáveis; boas condições de habitação e disponibilidade para pessoas com necessidades especiais; qualidade de vida no ambiente exterior das áreas residenciais; integração dos cidadãos de origem estrangeira; uso sustentável da terra; e agenda 21 Local e democracia local. Em 2020, a cidade de Malmö será neutra em emissões e até 2030 todo o município vai funcionar com 100% de energias renováveis.
Fonte:.malmo.se/english


Resultados

Em Augustenborg houve aumento de 50% da biodiversidade no bairro e aumento da participação dos cidadãos nas votações, de 54%, em 1998, para 79%, em 2002. Não foi registrada nenhuma inundação desde a instalação da rede de canais no bairro.

Houve queda de 20% no consumo total de energia e de 25% no aquecimento do ambiente e da água. Foi organizada uma frota comunitária composta por veículos elétricos. Setenta por cento dos resíduos domésticos são reciclados e há compostagem dos restos orgânicos. Espaços verdes estão em toda parte e há tratamento local de águas pluviais, com captação de 70% das águas superficiais.

Foram instalados 12 mil m² de telhados verdes, que incluem um jardim botânico.

Os resultados em Västra Hamnen são: produção local de 100% da energia a partir de fontes renováveis; construção de uma turbina eólica de 2 MW de potência; aquecimento e ar condicionado a partir do calor da água do mar e das águas subterrâneas; instalação de 1.400 m² de coletores solares; cobertura de 120 m² de células fotovoltaicas, dimensionadas para mil apartamentos, o equivalente a 85 mil m² de área residencial; substituição de grande parte da frota por veículos a gás ou eletricidade e prioridade para bicicletas e transporte público; instalação de 3 mil m² de telhados verdes; tratamento e armazenamento local da água de chuva; reciclagem de 70% do lixo doméstico e utilização de um sistema de sucção de ar móvel para transporte dos resíduos, separados por material orgânico e não orgânico; instalação de internet de alta velocidade disponível a todas as propriedades; uso de tecnologias da informação e campanhas de comunicação e marketing para divulgar questões ambientais e maximizar o impacto das ações; criação do canal televisivo na Internet Miljö-TV (Meio Ambiente TV), para comunicar e apresentar documentação sobre questões relacionadas à ecologia; criação de parques infantis e de restaurantes com critérios ambientais e certificação ecológica.
Fonte:/sustainablecities.dk/en/city-projects/cases/malmo-bo01-an-ecological-city-of-tomorrow

Cidade das Cidades - Um Plano para o Futuro de Sydney

Em 2005, o governo local lançou a sua Estratégia Metropolitana para Sydney até 2031, intitulado “Cidade das Cidades: Um Plano para o futuro de Sydney”. Cinco anos depois, uma revisão da estratégia programada está em marcha, com a liberação de um documento de reflexão, rumo a Sydney 2036. O plano foi lançado para garantir o acesso equitativo às infraestruturas e serviços de Sydney. Propõe a concentração de crescimento no centro urbano, para cumprir a meta de garantir aos moradores de Sidney não ter de viajar mais de uma hora por dia para o emprego, serviços, espaço cultural e de entretenimento ou lazer. Ao fazer isso, o plano prevê a revisão do papel dos centros em toda a área metropolitana, não apenas em Sydney - daí o nome Cidade das Cidades.
Fonte:.metrostrategy.nsw.gov.au/Home/tabid/283/language/en-US/Def. aspx
Cidade: Sydney
País: Austrália
População: 4 milhões

Planejamento Urbano Orientado pela Sustentabilidade

De 1990 até hoje, o foco principal do planejamento da cidade foi o desenvolvimento sustentável e a integração da região metropolitana de Curitiba. O ponto mais original da estratégia é o que otimiza a eficiência e a produtividade dos transportes, ocupação do solo e desenvolvimento da habitação, integrando-os. O resultado da estratégia é que a cidade se tornou uma vitrine de urbanismo ecológico e humano, com melhorias contínuas em todos os aspectos do município.
A cidade tem 200 quilômetros de ciclovias e 52 m² de área verde por habitante. Há um modelo de serviço de transporte de baixo custo, utilizado por mais de 2 milhões de pessoas por dia.
Fonte: .iclei.org/localstrategies/summary/curitiba2.html
Cidade: Curitiba
País: Brasil
População: 1,8 milhão

Crescimento Inteligente


A Câmara Municipal lançou o que chama de Estratégia de Crescimento Inteligente, com o objetivo de reduzir as emissões de carbono da cidade em 80% (em relação a 1990) antes de 2050. Portland tem trabalhado com uma estratégia de Desenvolvimento Orientado pelo Trânsito, que envolve maximizar o acesso aos transportes públicos em bairros que têm uma combinação de alojamento e atividades comerciais. Em áreas densamente construídas, a redução medida foi de 20 a 40% no número de VMT (milhas de viagens por veículo) por pessoa. O uso de bicicleta quase triplicou desde 1990, aumentando as viagens por esse meio em 65%, e o consumo per capita de gasolina caiu 9%.
Fonte:sustainablecities.dk/en/city-projects/cases/portland-considerate-growth
Cidade: Portland
País: EUA
População: 560 mil