PASSOS – Uma dívida superior a R$ 12 mil pode fazer com que a Central de Organização dos Catadores de Recicláveis e Reutilizáveis do Sudoeste Mineiro venha ser prejudicada. É que a imobiliária responsável por intermediar o aluguel do barracão enviou para o presidente da extinta Cooperativa de Catadores de Recicláveis de Passos (Coocares), Olário Alves Ribeiro, um comunicado de registro de débito cobrando os seis meses de aluguel atrasados.
Por vários motivos, entres eles a possibilidade de receber recursos dos poderes públicos, a cooperativa foi transformada em associação, porém continua ocupando o mesmo imóvel, na avenida Arlindo Figueiredo. Em caso de um pedido de devolução do imóvel pelo proprietário ou através de uma ação de despejo, por exemplo, movida por ele também, a presidente da entidade, Regina Lopes de Lima, é obrigada a deixar o barracão desocupado.
Sem revelar o nome, Olário disse que no final do ano passado, uma outra pessoa havia prometido ajudar a Coocares, mas desistiu no início de 2022, também é responsável pelo pagamento do aluguel. “Nós somos avalistas no contrato com a imobiliária, e nos deram prazo de 10 dias para pagarmos os mais de R$ 12 mil ou renegociar a dívida. Vou procurar ajuda e resolver a complicada situação. Dinheiro eu não tenho”, afirmou o ex-presidente da cooperativa. A reportagem contactou com a imobiliária, e uma funcionária disse que o departamento jurídico não permitiu declarar nada sobre o assunto.
Regina contou que a situação da associação piorou muito desde o início da pandemia, principalmente pela queda de preços pagos pelos compradores de recicláveis. “As principais mercadorias como latinhas, alumínio pesado, plásticos e sucatas são os mais comercializados, mas compram bem abaixo do preço de mercado. Para pagar ao menos os catadores, tivemos que vender assim mesmo”, justificou.
COM QUASE 20 TONELADAS DE VIDRO, A CAÇAMBA FOI LEVADA PARA GUARULHOS, E UMA OUTRA FOI DEIXADA NA SEDE DA ASSOCIAÇÃO
Vidro
Nesta segunda-feira, a associação realizou a maior venda de vidros depois de um ano. Foram levados em uma caçamba da empresa Massfix, de Guarulhos (SP), 18 toneladas do material que rendeu R$ 2.200 aos cofres da entidade. Regina revelou que o dinheiro serviu apenas para ratear entre os oito catadores que sustentam suas famílias trabalhando diariamente no recolhimento de recicláveis em geral.
“Foi muito boa a negociação com a empresa paulista, porque fechei uma parceria de vender mais 18 toneladas daqui a um mês. Deixaram até um caçamba aqui na associação e vamos enchendo-a aos poucos. O vidro a gente consegue muito só através de doações. Caso não dê tempo de atingir a quantidade combinada, peço mais uns dias de prazo. Não podemos parar de recolher tudo que nós podemos vender. As pessoas interessadas em nos ajudar, liguem no número 35-9-9713-5196 e dentro de pouco tempo alguém vai buscar”, alertou Regina.
Fonte: Ézio Santos - 22 de junho de 2022 - Folha da Manha
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