VIDAS DEBAIXO
D’ÁGUA
A conservação dos recursos
marinhos é tema deste ODS. Uma preocupação importante é com a redução da
poluição, enfrentando, por exemplo, a acidificação dos mares.
A pesca, de acordo com a meta, deve ser regulada, a fim de restaurar populações de peixes, para que haja
um rendimento máximo e sustentável. Neste sentido, devem ser preservados também
o acesso ao mar, aos recursos naturais e aos mercados ao pescador artesanal.
VIDAS DEBAIXO D’ÁGUA É UM DOS OBJETIVO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL |
ODS
14 – Vida Debaixo D’agua
Os oceanos direcionam os
sistemas globais que tornam a Terra habitável para a humanidade. Mais de 3
bilhões de pessoas dependem da biodiversidade marinha e costeira para seus
meios de subsistência. A forma como administramos este recurso vital é
essencial inclusive para equilíbrio dos efeitos das mudanças climáticas.
Os oceanos também absorvem
cerca de 30% do dióxido de carbono produzido pelos humanos, e estamos vendo um
aumento de 26% na sua acidificação desde o início da revolução industrial. A
poluição marinha, proveniente principalmente de fontes terrestres, está
atingindo níveis alarmantes com uma média de 13.000 peças de lixo plástico
encontradas por cada quilômetro quadrado de oceano.
VEJA O VÍDEO ABAIXO ATUALIZADO EM 2024
VEJA O VÍDEO ACIMA ATUALIZADO EM 2024
Os ODS visam gerenciar e
proteger de forma sustentável os ecossistemas marinhos e costeiros da poluição,
bem como abordar os impactos da acidificação dos oceanos. Melhorar a
conservação e o uso sustentável de recursos oceânicos através do direito
internacional também ajudará a mitigar alguns dos desafios enfrentados pelos
nossos oceanos.
Aproximadamente 71% da
superfície da Terra é coberta por água em estado líquido e, desse total, 97,4%
está nos oceanos, em estado líquido. Apesar do tema ser pouco debatido nos
meios de comunicações, diversos estudos têm ligado o sinal vermelho para as
ações do homem nos oceanos.
Por exemplo, constata-se a
existência de 400 zonas marinhas mortas em todo o globo, onde há excesso de
nutrientes e matéria orgânica, resultando na proliferação de algas, na maior
demanda por oxigênio e na extinção de possibilidades de vida naquelas áreas.
Neste sentido, a Organização das Nações Unidas (ONU) envidou esforços para
aumentar a conscientização sobre a vida marinha, a conservação e uso
sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o
desenvolvimento, mediante o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) Nº
14.
Entre as principais causas da
poluição marinha e poluentes destacam-se o vazamento de petróleo, combustíveis
e outros produtos químicos em navios; acidentes em oleodutos ou plataformas de
petróleo; o lançamento de lixos por pessoas que estão em navios ou nas praias,
como plásticos, ferros e vidros; o lançamento de esgoto doméstico e industrial
sem o devido tratamento; a deposição de resíduos radioativos.
Para combater estes desafios,
o ODS Nº 14 conta com metas que abarcam o manejo dos ecossistemas marinhos e
costeiros; o reforço na resiliência; o enfrentamento à acidificação dos
oceanos; a regulação da sobrepesca ilegal; a conservação das zonas costeiras e
marinhas; a transferência de tecnologia marinha; o fortalecimento da Convenção
das Nações Unidas sobre o Direito do Mar.
Há um imenso desafio para o
Governo brasileiro, no que tange à conservação das áreas marinhas costeiras.
Por exemplo, a costa do país compreende 7.367 km, mas apenas 1,57% do litoral é
abrangido pelo programa Áreas de Proteção de Rede Marinha e Costeira,
instituído em 2000. Por esta razão, o Brasil, o Banco Mundial e o Fundo
Brasileiro para a Biodiversidade uniram esforços para criar e consolidar 120
mil km² de novas áreas de proteção, incluindo a melhoria de 9.300 km².
Em relação à pesca predatória
e ilegal, os Governos brasileiro e argentino defenderam nos últimos anos a
criação do Santuário das Baleias do Atlântico Sul, com o propósito de garantir
a conservação das baleias em todo o ciclo de vida, além de preservar os
habitats, as rotas migratórias e o processo reprodutivo. Apesar dos esforços, a
Comissão Baleeira Internacional rejeitou o projeto, por não ter alcançado os
75% dos votos necessários, frente aos 66% obtidos. Mesmo com a derrota, os Governos
latino-americanos conseguiram sensibilizar novos atores e pressionaram à
prática da caça às baleias apenas para fins científicos, limitando as ações dos
países que caçam o animal (Japão, Islândia, Noruega e Rússia).
Enquanto isso, o plástico, um
dos maiores vilões para a vida marinha, pode estar com os dias contados. Isto
porque o jovem estudante holandês de engenharia, Boyan Slat, combinou elementos
de ambientalismo, criatividade e tecnologia e criou um dispositivo chamado
Ocean Cleanup Array, capaz de limpar os fluxos de plástico nos oceanos.
Em relação à acidificação dos
oceanos, o trabalho será mais árduo nos próximos anos. A acidez dos oceanos
está diretamente ligada à emissão de dióxido de carbono emitido, resultante da
atividade humana. A região dos recifes de corais em frente à costa de Papua
Nova Guiné serve como um laboratório ao céu aberto, pois sua acidez é comparada
com o nível que os oceanos de todo o planeta alcançarão no fim deste século,
caso nenhuma medida seja tomada para frear e reverter os efeitos das mudanças
climáticas.
Diante dos fatos expostos, a
humanidade parece não acreditar que, um dia, a abundância de água e de vida nos
oceanos venha a falecer, em decorrência dos seres racionais que povoam a terra.
Ao analisar a agenda 2030, os ODS relativos ao planeta e à sustentabilidade
ambiental serão os maiores desafios, tanto para a mobilização, quanto para a
operacionalização.
Enquanto os efeitos negativos
dos oceanos não alcançar as costas marinhas dos países com maior consumo de
plásticos e de itens supérfluos, a mobilização será apenas retórica. Contudo,
quando todos se engajarem na busca de soluções, caberá às autoridades
analisarem o custo-benefício financeiro, temporal e prático, não apenas para
frear os efeitos, como também, para reverter e garantir o bem-estar do planeta.
VIDAS DEBAIXO D’ÁGUA É UM OBJETIVO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL |
METAS
A SEGUIR DOS ODS 14 METAS DEBAIXO D’ÁGUA
14.1
até
2025, prevenir e reduzir significativamente a poluição marinha de todos os tipos,
especialmente a advinda de atividades terrestres, incluindo detritos marinhos e
a poluição por nutrientes
14.2 até
2020, gerir de forma sustentável e proteger os ecossistemas marinhos e
costeiros para evitar impactos adversos significativos, inclusive por meio do
reforço da sua capacidade de resiliência, e tomar medidas para a sua
restauração, a fim de assegurar oceanos saudáveis e produtivos
14.3
minimizar e enfrentar os impactos da acidificação dos oceanos, inclusive por
meio do reforço da cooperação científica em todos os níveis
14.4 até
2020, efetivamente regular a coleta, e acabar com a sobrepesca, ilegal, não
reportada e não regulamentada (INN) e as práticas de pesca destrutivas, e
implementar planos de gestão com base científica, para restaurar populações de
peixes no menor tempo possível, pelo menos a níveis que possam produzir
rendimento máximo sustentável, como determinado por suas características
biológicas
14.5 até
2020, conservar pelo menos 10% das zonas costeiras e marinhas, de acordo com a
legislação nacional e internacional, e com base na melhor informação científica
disponível
14.6 até
2020, proibir certas formas de subsídios à pesca, que contribuem para a sobre capacidade e a sobre pesca, e eliminar os subsídios que contribuam para a
pesca INN, e abster-se de introduzir novos subsídios como estes, reconhecendo
que o tratamento especial e diferenciado adequado e eficaz para os países em
desenvolvimento e os países menos desenvolvidos deve ser parte integrante da
negociação sobre subsídios à pesca da OMC1
14.7 até
2030, aumentar os benefícios econômicos para os SIDS e os países menos
desenvolvidos, a partir do uso sustentável dos recursos marinhos, inclusive por
meio de uma gestão sustentável da pesca, aquicultura e turismo
14.a aumentar o conhecimento científico, desenvolver
capacidades de pesquisa e transferir tecnologia marinha, tendo em conta os
critérios e orientações sobre a Transferência de Tecnologia Marinha da Comissão
Oceanográfica Intergovernamental, a fim de melhorar a saúde dos oceanos e
aumentar a contribuição da biodiversidade
marinha para o desenvolvimento dos países em desenvolvimento, em particular os
países menos desenvolvidos e SIDS
14.b
proporcionar o acesso dos pescadores artesanais de pequena escala aos recursos
marinhos e mercados
14.c
assegurar a conservação e o uso sustentável dos oceanos e seus recursos pela
implementação do direito internacional, como refletido na UNCLOS, que provê o
arcabouço legal para a conservação e utilização sustentável dos oceanos e dos
seus recursos, conforme registrado no parágrafo 158 do “Futuro que queremos”
Fonte:
planalto.gov.br
Fonte:
visoesdefuturo.fundacaotelefonica.org.br
Fonte: jornal.ceiri.com.br
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