Para aplicação da metodologia,
podem ser utilizados alguns formulários. Os formulários de 1 a 5 são mais
utilizados para estudos do R2 (racionalização dos processos internos das
empresas) e não serão apresentados neste material.
Estes formulários podem ser
encontrados no Livro Racionalização na Construção Civil de Fritz Gehbauer. Já
os formulários de 6 a 10, utilizados para R1, serão apresentados na sequência.
·
Formulário
6 – Diagrama de Fluxo
Ao identificar o problema ou o
processo a estudar no canteiro procura-se traçar o fluxo do processo (em planta
e/ou corte) com a indicação das distâncias existentes, número de pessoas (e em
que locais estão) envolvidas, estoques de materiais, etc.
Tabela
6 – Diagrama de Fluxo (Formulário 6).
- · Formulário 7 – Atividades Individuais – R1
Neste formulário são anotadas
as atividades (no mesmo intervalo de tempo) dos diversos envolvidos no
processo.
Para isso, identifica-se
previamente o ciclo de trabalho, indicando a quantidade produzida no mesmo.
Podem-se adotar símbolos para
simplificar o preenchimento e baseado no total de tempo do ciclo deve-se adotar
uma unidade de tempo para a observação. É recomendado que mais de um observador
registre estas atividades já que geralmente mais de um operário (e/ou máquina)
está envolvido e muitas vezes em locais distintos o que inviabiliza a
observação ao mesmo tempo por um único observador. Normalmente, deve-se definir
o que observar e regular os relógios (ou usar cronômetros) para uniformizar as
observações.
Tabela
7 – Atividades Individuais (Formulário 7).
- · Formulário 8 – Diagrama de Balanço das Equipes
Após a anotação das atividades
individuais no FORM. 07 transfere-se o resultado para o gráfico de barras; o
eixo vertical indica os períodos de tempo do processo e o horizontal os
diversos operários observados.
Cada atividade pode ser
identificada com uma simbologia na barra e, para cada período de tempo,
registra-se a atividade executada (exemplo carregando material, transportando,
virando traço, esperando, subindo guincho e etc).
Observa-se então o conjunto e
procura-se identificar os ‘’gargalos“ do processo: percebe-se muitas vezes
tempos excessivos de espera de determinado operário que não seria percebido se
não tivesse sido “medido”.
Tabela
8 – Diagrama de Balanço (Formulário 8).
Com base nestas informações
parte-se para elaborar o Diagrama de Processos.
- · Formulário 9 – Diagrama de Processos
Este diagrama utiliza
simbologia própria para cada atividade identificada. A seguir será apresentada
a simbologia normalmente empregada.
Tabela
9 – Simbologia do Diagrama de Processos.
- Tabela 10 – Diagrama de Processos (Formulário 09).
É importante esclarecer a
diferença entre os conceitos de metros de transporte e homens. Metro. O
primeiro refere-se à distância percorrida pelo material através de equipamentos
e força humana. Neste caso não são consideradas eventuais repetições do
trajeto. Por exemplo: para carregar a betoneira é necessário 2 ou 3 viagens ao
estoque, porém a distância considerada é apenas o deslocamento unitário, de uma
só viagem.
Já homens. Metro é a distância
percorrida pelo material transportado pela força do homem. Neste diagrama
deve-se registrar apenas a ida do material. A volta do operário para carregar
novamente não deve ser indicada. Esta informação apenas aparecerá no diagrama
de balanço.
Todo este procedimento deve
ser aplicado no estudo de determinado processo, nas condições em que é
executado, que chamamos de situação existente. Após a finalização da
observação, medição e registro da situação existente, parte-se para as etapas
de pensar, desenvolver melhoria no processo e se possível simular as operações
na planilha para ter-se uma visão geral do efeito que irá causar. Comparam-se
os resultados, e caso sejam positivos, a ponto de justificar a mudança,
implementa-se em campo. Desta forma, obtém-se um banco de dados que servirá
para consultas e resgates de situações anteriores.
Após a implementação das
mudanças, deve-se, novamente, registrar a situação melhorada. Esta medição permitirá
identificar os ganhos econômicos obtidos com a melhoria, o que estimula a
continuidade do processo de racionalização.
•
Formulário
10 – Teste Aleatório – R1
Este formulário é utilizado
para auxiliar a observação aleatória dos trabalhadores no canteiro, de modo a
medir o grau de efetividade dos trabalhos em operação.
A coleta se faz da seguinte
forma:
• um teste aleatório deve
compreender pelo menos 250 observações;
• as chances de ser observado
devem ser as mesmas para todos os trabalhadores;
• as observações não devem
obedecer uma sequência pré-determinada;
• para que julgamentos
pessoais sejam eliminados, a classificação em uma categoria só pode ser feita a
partir do momento em que o trabalhador for visto pelo observador, e este não
deve refletir sobre que tarefa o trabalhador acabou de executar ou está
iniciando naquele momento; e
• as condições gerais do
ambiente de trabalho devem permanecer inalteradas durante a realização das observações.
A
classificação das atividades segue os seguintes critérios:
•
A – Trabalho Eficaz
• trabalhar diretamente no
produto;
• deslocamento dentro de 3m
para apanhar algum equipamento ou ferramenta ou fazer uma ação necessária ao produto.
•
B – Trabalho Essencialmente Contribuidor
• trabalhos auxiliares ao produto;
• deslocamento entre 3 e 10m
para apanhar algum equipamento ou ferramenta ou fazer uma ação necessária ao produto.
•
C – Trabalho Ineficaz
• não fazer nada ou ação sem
relação com o produto;
• deslocamentos maiores que
10m.
Tabela
11 – Teste Aleatório (Formulário 10).
Com base na metodologia
apresentada é possível se conseguir grande redução de gastos sem grandes
investimentos.
Porém é imprescindível boa
vontade dos que fazem parte da empresa, além de um maior investimento no uso do
pensar. A seguir será apresentado um exemplo de racionalização R1 para que se
possa ver a aplicação da metodologia apresentada, além de demonstrar o ganho
possível com aplicação dos princípios de racionalização.
Fonte do texto:fieb.org.br/Adm/Conteudo/uploads/Livro-Gestão-de-Resíduos