PERICULOSIDADE
Valor Comercial Custo da Disposição Final
"Estima-se
que 900 milhões de unidades de pilhas e baterias (de carros,
celulares e calculadoras,
entre outras)
sejam jogadas por ano no lixo. Elas liberam mercúrio, cádmio e
chumbo nos
rios e solos, contaminando plantações e matando peixes.
Resultado:
podem causar problemas hepáticos e câncer."
(Os
Caminhos da Terra, junho 1999)
A disposição de resíduos
diretamente nos solos foi por muito anos considerada uma prática aceitável,
pois, acreditava-se que os produtos gerados pelos resíduos, denominados de
percolados, eram completamente dissolvidos no solo, não apresentando uma
ameaça de contaminação (Bernades Jr., Sabagg & Ferrari, 1999).
A partir dos anos 50, alguns
países começaram a dar mais importância para a contaminação da água
subterrânea, e consequentemente estudos foram desenvolvidos nesse campo. Como
resultado, os resíduos foram classificados em duas categorias: perigosos e não
perigosos (Bernades Jr., Sabagg &
Ferrari, 1999).
A necessidade de caracterizar os
resíduos para determinar seu destino final tornou-se essencial, principalmente
para evitar sua disposição em locais inadequados, que possam causar
contaminação do meio ambiente.
Nesse contexto, os resíduos são
caracterizados para determinar sua periculosidade.
A Norma Técnica Brasileira (NBR
10.004) conceitua a periculosidade de um resíduo como uma "característica
apresentada por um resíduo, que, em função de suas propriedades físicas, químicas
ou infecto - contagiosas, pode apresentar:
a)
risco à saúde pública, provocando ou acentuando, de forma
significativa, um aumento de mortalidade por incidência de doenças, e ou;
b)
riscos ao meio ambiente, quando o resíduo é manuseado ou destinado de
forma inadequada".
A
periculosidade dos resíduos depende, em geral, dos seguintes fatores (Proin/Capes
& Unesp/IGCE, 1999):
- Natureza (inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade)
- Concentração
- Mobilidade
- Persistência e bio acumulação
- Degradação
No Brasil, os resíduos são classificados
quanto à periculosidade, segundo a Norma Técnica NBR 10.004, da seguinte
maneira:
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À PERICULOSIDADE (NBR 10.004)
|
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Resíduos Classe I
(Perigosos)
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Apresentam risco à saúde pública ou ao
ambiente, caracterizando-se por terem uma ou mais das seguintes propriedades:
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade.
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Resíduos Classe II
(Não-inertes)
|
Podem
ter propriedades como combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade,
porém não se enquadram como resíduo I ou III.
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Resíduos Classe III
(Inertes)
|
Não têm nenhum dos seus constituintes
solubilizados em concentrações superiores aos padrões de potabilidade de
águas.
|
CLASSIFICAÇÃO
QUANTO À COMPOSIÇÃO QUÍMICA
Uma das formas mais simples de
classificação de resíduos é quanto à composição química,
classificando-os como:
- ORGÂNICOS: restos de alimentos, de animais mortos, de podas de árvores e matos, entre outros.
- INORGÂNICOS: vidro, plástico, papel, metal, entulho, entre outros.
1.DOMICILIAR
ORIGEM: originados
da vida diária nas residências.
CONTEÚDO:
restos de
comida, cascas de alimentos, produtos deteriorados,
verduras, jornais e revistas, garrafas, embalagens em
geral, papel higiênico, fraldas descartáveis e, ainda,
grande diversidade de outros itens. Contém, ainda,
alguns resíduos que podem ser tóxicos.
DISPOSIÇÃO FINAL:
disposição em aterro
sanitário (coleta pelo poder público).
2.COMERCIAL
ORIGEM: originados
nos diversos estabelecimentos comerciais e de serviços,
tais como supermercados, bancos, sapatarias, bares, etc.
CONTEÚDO:
tem forte
componente de papel, plásticos, embalagens diversas, e
resíduos de asseio dos funcionários, tais como
papéis - toalha, papel higiênico, etc.
3.VARRIÇÃO
E FEIRAS - LIVRES
ORIGEM: aqueles
originados nos diversos serviços de limpeza pública urbana,
incluindo os resíduos de varrição das vias públicas,
limpeza de praias, limpeza de galerias, de córregos e de
terrenos, restos de podas de árvores, corpos de animais,
etc; e os de limpeza de áreas de feiras - livres.
CONTEÚDO:
constituídos
por restos vegetais diversos, embalagens, etc.
DISPOSIÇÃO FINAL:
disposição em aterro
sanitário (coleta pelo poder público).
4.SERVIÇOS
DE SAÚDE E HOSPITALARES
ORIGEM:
resíduos sépticos produzidos em
serviços de saúde, tais como hospitais, clínicas,
laboratórios, farmácias, etc.
CONTEÚDO: resíduos sépticos:
aqueles que contém ou potencialmente podem conter germes
patogênicos. Constituídos de seringas, gazes, órgãos
removidos, meios de culturas e cobaias, remédios com
validade vencida, filmes fotográficos de raio x, etc. Os
resíduos não-sépticos destes
locais (papéis, restos da preparação de alimentos,
pós de varrição, etc.) que não entraram em
contato direto com os pacientes ou com os resíduos
sépticos, são considerados como domiciliares.
DISPOSIÇÃO FINAL:
disposição em
aterros de resíduos perigosos (preferencialmente devem sofrer tratamento por
incineração).
5. PORTOS,
AEROPORTOS E TERMINAIS RODOVIÁRIOS
CONTEÚDO:
constituem-se de materiais
de higiene e asseio pessoal, que podem veicular doenças
provenientes de outros países. Os resíduos não-sépticos destes
locais, são considerados como domiciliares.
6. INDUSTRIAIS
ORIGEM: originados nas atividades dos diversos
ramos da indústria, nessa categoria incluem-se grande
maioria do lixo considerado tóxico.
CONTEÚDO: cinzas, lodos, óleos,
resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papel,
madeira, fibras, borracha, metal, escórias, vidros e
cerâmicas, etc.
DISPOSIÇÃO FINAL:
disposição em aterro
de resíduos industriais (resíduos classe I e II).
- RELAÇÃO RESÍDUOS X SUBPRODUTOS
DEPENDE:
Custo dos Tratamentos Pressões Ambientalistas
- TENDÊNCIAS
PARA RESÍDUOS INDUSTRIAIS:
Terceirização
do tratamento de resíduos Monitoramento em tempo real
Tratamento
em unidades centralizadas Resíduo
último
Uso intensivo de tecnologias Ampliação do conceito de
resíduos
7. AGRÍCOLAS
ORIGEM:
resíduos sólidos das atividades
agrícolas e da pecuária. Apresentam tipologia
diversificada.
CONTEÚDO:
embalagens de defensivos
agrícolas, restos de criatórios intensivos (produtos
veterinários, restos de processamento, estrume, etc.),
bagaço de cana, laranja, etc.
8. ENTULHOS
ORIGEM:
São os resíduos da
construção civil.
CONTEÚDO:
Constituem-se de
demolições e restos de obras, solos de escavações
diversas, etc. Trata-se, geralmente, de materiais
inertes, passíveis de reaproveitamento.
DISPOSIÇÃO FINAL:
disposição em
aterros de inertes (classe III).
IMPACTOS:
- Rouba lugar nos aterros
- Lançamentos clandestinos provocam assoreamento de rios e córregos
- Desperdício de matéria-prima
EXEMPLOS:
- São Paulo: 2.000 t/dia
- Belo Horizonte: 900 t/dia
- Campinas: 800 t/dia
9.REJEITOS
DE MINERAÇÃO
ORIGEM: resíduos resultantes dos processos de
mineração em geral (lavra, pré-processamento, etc).
DISPOSIÇÃO FINAL:
- disposição em aterros de inertes (classe III).
-
disposição em aterro de
resíduos industriais (classe I e II).
Fonte: http://www.rc.unesp.br