DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE - USO EFICIENTE DA ENERGIA
A energia movimenta o mundo, e ela é recurso indispensável também para
as atividades do seu negócio. Mas como utilizá-la de maneira eficiente,
reduzindo impactos ambientais e o consumo nas atividades da empresa?
Assista ao vídeo e saiba mais sobre Uso Eficiente de Energia.
INTRODUÇÃO
Eficiência Energética
A energia movimenta o mundo e para que ela e os demais
recursos naturais não acabem de vez, a ordem é consumir apenas o necessário,
sem desperdícios.
A energia movimenta o mundo. Para que ela e os demais
recursos naturais não acabem de vez, a ordem é consumir apenas o necessário,
sem desperdícios. Este princípio da economia verde, ou seja, a aplicação
da sustentabilidade nos negócios, é uma atitude inteligente e de bom senso de
quem pensa no presente e no futuro do planeta. Uma análise profunda e cuidadosa
de todo o processo de produção e gestão de uma empresa mostra claramente onde
estão os excessos e permite um planejamento para o uso adequado.
Para reduzir a conta de energia elétrica, a mais largamente
utilizada no setor industrial, comercial e de serviços, parte dela pode ser
substituída por alguma do tipo renovável, como a solar e a eólica, por exemplo,
que estão disponíveis o tempo todo e não correm risco de esgotamento. É
necessário um investimento inicial para a compra do sistema de placas
fotovoltaicas, que captam e armazenam a luz do Sol. A compensação vem com a
economia financeira após o pagamento desta despesa e a grande contribuição para
a saúde do meio ambiente. Isto chama-se eficiência energética.
CONCEITO
Energia: o que e como é
A energia é um dos insumos básicos para que exista vida na
Terra. Precisamos dela para nos movermos (combustível para veículos), nos
comunicarmos (eletricidade para ligar a TV, o rádio, o computador) e garantir
boa iluminação e temperaturas confortáveis em casas e prédios (luz do Sol),
entre tantos outros usos. A energia se divide em dois tipos: renovável e não
renovável.
Energia renovável é aquela que existe de forma
abundante e sem fim, que tem origem em fontes como o Sol, o vento, a água.
Energia não renovável é a que tem como matéria-prima
recursos naturais que acabam, sem renovação do estoque. São os combustíveis
fósseis, resultado de milhares e milhares de anos de decomposição de plantas e
animais.
Estão nesta categoria:
• petróleo, de onde vem a gasolina, o diesel, o óleo
combustível e o GLP (gás liquefeito de petróleo, o popular gás de cozinha);
• gás natural, mistura dos gases metano, etano,
propano e butano que serve de combustível em residências (aquecimento),
indústrias e veículos;
• carvão mineral, empregado em várias
atividades, como a alimentação de grandes fornos industriais.
O aquecimento global
O fenômeno do aumento excessivo da temperatura média dos
oceanos e do ar perto da superfície da Terra influencia a produção e o consumo
de energia, entre outras consequências. Com seus primeiros efeitos detectados
ainda no Século 20, e com piora a cada ano no Século 21, o aquecimento global é
causado por enormes concentrações dos gases de efeito estufa, resultado de
ações humanas como as queimadas e a derrubada de florestas em todo o mundo.
Estudos do Painel Intergovernamental sobre Mudanças
Climáticas (IPCC), órgão criado em 1988 pelo Programa das Nações Unidas para o
Meio Ambiente (Pnuma) e pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), estimam
que a variação climática pode ficar entre 1,1ºC e 6,4ºC, entre 1990 e 2100. A
subida anormal das temperaturas provoca alterações como a elevação do nível do
mar e mudanças nos ciclos de chuvas, resultando em mais enchentes e secas. Com
mais calor, cresce demais a demanda de energia elétrica para alimentar
aparelhos de ar-condicionado e ventiladores, por exemplo.
A história da crise
Surgida no Século 18 na Inglaterra, a Revolução Industrial
deflagrou um consumo de energia em escala para movimentação das máquinas que
aos poucos foram substituindo os operários. O fenômeno se espalhou pelo mundo
no século seguinte e, 200 anos depois, o mundo se deu conta de que dependia
demais do petróleo como fonte de energia. Nos anos 1970, uma crise sem
precedentes foi deflagrada por Arábia Saudita, Irã, Iraque e Kuwait que, junto
com a Venezuela, integravam a Organização dos Países Exportadores de Petróleo
(Opep).
Com pouca oferta por causa dos vários conflitos no Oriente
Médio, os preços do barril de petróleo deram um salto de até 400% em um período
de cinco meses entre os anos de 1973 e 1974. A consequência foi uma grande
recessão nos Estados Unidos e Europa, que atingiu em cheio a economia mundial.
Foi o momento em que os governos de países compradores entenderam que
precisavam buscar fontes alternativas de energia. O Brasil não escapou desta
situação e, em 1975, criou o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), que
previa a troca da gasolina por álcool em grande parte da frota nacional. Em
2003, começaram a ser vendidos no país os primeiros veículos com motor flex,
que podem ser abastecidos com os dois combustíveis.
Como o Brasil cuida da energia
Nos dias de hoje, o Brasil é o décimo maior consumidor de
energia no mundo e o maior da América do Sul. Ao mesmo tempo, é um importante
produtor de óleo e gás produzido na região e também o segundo maior produtor de
etanol (álcool combustível). O governo federal cuida da política energética
brasileira por meio do Ministério de Minas e Energia (MME) e agências
reguladoras, como o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), a Agência
Nacional de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis (ANP), a Agência Nacional de
Energia Elétrica (Aneel) e a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
Empresas estatais como Petrobras e Eletrobrás são grandes agentes do setor de
energia brasileiro, a primeira com forte influência sobre a América Latina e
referência mundial.
As linhas de ação do governo federal se concentram na
melhoria da eficiência energética nos setores residencial e industrial e
incremento no uso de energias renováveis. O segmento energético recebe atenção
constante para garantir investimentos que ampliem e sustentem a estrutura
necessária para atender a demanda que só faz crescer por combustíveis e
eletricidade.
As fontes do país
A energia produzida no Brasil tem como principal origem as
usinas hidrelétricas devido à imensa quantidade de rios existentes em seu
território. Em seguida, aparecem o gás natural, a biomassa (aproveitamento de
materiais orgânicos e resíduos) e o petróleo. O cenário está distribuído
conforme indicado a seguir.
- Hidrelétrica: 73,63% (838 usinas – 78.793.231 KW)
- Gás: 11,27% (125 usinas – 12.055.295 KW)
- Biomassa: 5,82% (356 usinas – 6.227.660 KW)
- Petróleo: 5,36% (829 usinas – 5.735.637 KW)
- Nuclear: 1,88% (2 usinas – 2.007.000 KW)
- Carvão mineral: 1,43% (9 usinas – 1.530.304 KW)
- Eólica: 0,62% (37 usinas - 659.284 KW)
- Solar: menos de 0,01% (1 usina – 20 KW)
Total: 107 mil MW produzidos em 2.197 usinas
Fonte: Aneel, 2010
Produção de petróleo e derivados
Fundada em 1953, a Petrobras exerceu sozinha durante 40 anos
as operações de exploração, produção, refino e transporte de petróleo, gás
natural e derivados, exceto a distribuição atacadista e de revenda no varejo.
Em 1987, um decreto permitiu que a União contratasse empresas privadas para
competir na extração. Foram criados a Agência Nacional de Petróleo (ANP),
responsável pela regulação, fiscalização e contratação de atividades do setor,
e o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), órgão que formula a
política pública de energia.
Em 2007, o governo anunciou a descoberta de um novo campo de
exploração na chamada camada pré-sal. Estas reservas de petróleo são
encontradas a sete mil metros de profundidade e apresentam imensos poços de
petróleo. Se as estimativas se confirmarem, a nova frente poderá dobrar o
volume de produção de óleo e gás no Brasil.
Além dos combustíveis, o petróleo está presente em
fertilizantes, plásticos, tintas e borracha, entre outros. No campo dos
biocombustíveis, o Brasil implantou mais recentemente a segunda geração do
etanol, tirado do bagaço da cana. Desde 2010, todo o diesel vendido traz uma
mistura de 5% de biodiesel, produzido a partir de plantas oleaginosas como
soja, algodão, palma, mamona, girassol e canola, como também gordura animal e
óleos residuais de fritura.
Energia elétrica, de ponta a ponta
O setor elétrico brasileiro passou por duas grandes mudanças
desde os anos 1990. A primeira foi em 1996, quando as operadoras foram
privatizadas e foi criada a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para
fiscalizá-las. Em 2004, o Novo Modelo do Setor Elétrico foi implantado para
garantir a segurança no suprimento e a universalização. O Sistema Interligado
Nacional (SIN) inclui o conjunto de instalações para geração e toda a
infraestrutura de transmissão que abrange as regiões Sul, Sudeste,
Centro-Oeste, Nordeste e parte da Norte. A maioria dos Sistemas Isolados,
conjunto não conectado ao SIN, está na região amazônica.
Todos os sistemas elétricos são compostos pela geração,
transmissão e distribuição. Na geração, a energia elétrica é produzida pelo
aproveitamento de recursos naturais (água, gás natural, carvão, etc.). No caso
da geração hidrelétrica, uma usina faz com que a energia potencial e cinética
da água se transforme em eletricidade. A transmissão é realizada por uma rede
de cabos de alta voltagem suportados por torres. No fim, a conexão e
atendimento ao consumidor, qualquer que seja seu porte, são realizados pelas
distribuidoras.
O valor final a ser pago nas contas mensais é a soma da
geração, do transporte até as edificações (transmissão + distribuição), e os
encargos do setor elétrico somados a tributos determinados por lei.
Horário de verão
A alteração do horário em uma região durante parte do ano,
geralmente uma hora a mais, é conhecido como horário de verão. A medida é
adotada neste período porque os dias são mais longos por causa da posição da
Terra em relação ao Sol. A ideia de adiantar os relógios para aproveitar melhor
as horas de Sol foi lançada em 1784 pelo político e inventor norte-americano Benjamin
Franklin, época em que ainda não existia luz elétrica. O primeiro país a adotar
oficialmente o horário de verão foi a Alemanha, em 1916, durante a Primeira
Guerra Mundial, para economizar carvão.
No Brasil, o governo federal o implantou pela primeira vez
em 1931, mas foi colocado definitivamente no calendário somente a partir de
1985. Atualmente, seu maior efeito é diluir o “horário de pico” de consumo,
evitando uma sobrecarga que poderia levar a um colapso por conta da alta
demanda. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), órgão
responsável pela coordenação e controle da geração e transmissão de energia
elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN), o horário de verão não deixa
coincidir o acionamento do sistema de iluminação pública com o consumo
verificado ao longo do dia do comércio e da indústria, que normalmente termina
o expediente às 18 horas.
PRATICAS
Melhor proveito da energia
A utilização racional de energia é um conjunto de ações que
levam ao melhor uso deste recurso vital. A partir de uma série de medidas,
definidas por especialistas após muito estudo e pesquisa, é possível reduzir o
consumo sem prejudicar a produtividade. A energia elétrica é a principal fonte
na maior parte das empresas, e em algumas a única. Por isto, os trabalhadores
de todos os níveis devem ser sensibilizados para saber usar a iluminação
artificial que, sozinha, representa de 20% a 25% da conta, e também os
equipamentos. Luzes acesas e aparelhos de climatização ligados sem que ninguém
esteja no ambiente são os exemplos mais comuns e evitáveis de desperdício.
Outro aliado para que se gaste menos insumo e dinheiro é a
compra de máquinas mais modernas, eficientes e que consumam menos energia.
Sabendo de suas reais necessidades, a empresa pode adquirir a energia elétrica
que necessita no mercado livre, aquele em que os consumidores podem
escolher seus fornecedores, negociando diretamente preços, prazo contratual e
serviços associados à comercialização. Ao participar deste mercado, o comprador
fica sujeito à variação de preços, mas tem um gasto rigorosamente de acordo com
suas características de consumo, o que é impossível no tradicional mercado
cativo.
Uma série de dicas de economia
As indicações a seguir ajudam a reduzir o valor da conta e a
preservar o meio ambiente.
Iluminação
- Usar sensores de presença ou relógios programáveis (timer)
para acionar a iluminação artificial. Manter limpos lâmpadas, luminárias,
refletores e difusores.
- Potencializar o uso da iluminação natural, preferindo
edificações com fachadas e vãos envidraçados e janelas amplas. A limpeza também
deve estar em dia, e objetos que impedem a entrada da luz do dia devem ser
removidos.
- Usar cores claras na pintura dos espaços para maximizar a
iluminação existente.
- Os níveis de iluminação devem estar adequados às
atividades desenvolvidas nos locais. Luz mais forte do que o necessário gasta
mais energia e incomoda a visão. Luz de menos traz cansaço e maior chance de
erros e acidentes.
- Sempre que possível, usar lâmpadas fluorescentes, de maior
eficiência e durabilidade. A iluminação do tipo incandescente não é recomendada
por ser menos eficiente e ter curto tempo de duração.
- Grandes espaços internos, como pátios e corredores, são
melhor iluminados com lâmpadas de vapor de sódio de alta pressão. Do lado de
fora podem ser usadas as lâmpadas de sódio de baixa pressão, que funcionam
melhor do que as de mercúrio.
Uma série de dicas de economia
Climatização
Uma temperatura agradável é cada vez mais um parâmetro de
conforto nos locais de trabalho e pode representar um valor significativo na
conta de luz.
- Um edifício mal isolado termicamente vai prejudicar a
eficiência de qualquer sistema deste gênero. O primeiro passo é providenciar o
uso externo de materiais que dificultam a dissipação do calor.
- Regular os termostatos para uma temperatura que esteja de
acordo com a estação do ano e o número de pessoas no ambiente.
- Evitar a instalação de equipamentos em locais não
utilizados ou vazios ou seu uso desnecessário.
- Limpar regularmente filtros de ar e providenciar
manutenção periódica.
- Com o aparelho ligado, fechar portas e janelas para não
consumir mais energia.
- Soluções do tipo multi-splits, centralizadas, mas
com mecanismos de regulação local, aumentam a eficiência e contribuem para que
a manutenção esteja sempre em ordem.
Uma série de dicas de economia
Na fábrica
Grande parte dos processos industriais precisam de energia
térmica (calor ou frio). As formas de produção variam de caldeiras e geradores
de ar quente, a fornos e sistemas de cogeração. A utilização de equipamentos
mais eficientes, corretamente dimensionados às necessidades e sua manutenção
são fatores importantes na redução do consumo energético.
- Em equipamentos como caldeiras, a maior eficiência de
queima de gás acontece quando o excesso de ar fica entre 15% e 30% (teor de
oxigênio nos gases de combustão entre 3% e 5%. Uma boa afinação da combustão,
medindo de tempos em tempos o teor de oxigênio dos gases de escape, traz melhor
rendimento e gasta menos energia.
- O calor em excesso dos gases de escape pode ser recuperado
por meio de permutador, que permite o uso desta sobra no mesmo processo
(pré-aquecimento da água da caldeira ou ar para combustão), ou outro processo
fabril que necessite de água quente.
- Saber qual o índice de consumo específico dos equipamentos
e/ou do processo produtivo é um caminho adequado para melhor desempenho
energético. É um indicador de quando é preciso trocar a máquina ou reformular a
produção.
- Manter os isolamentos térmicos dos equipamentos em bom
estado. Problemas neste ponto podem representar até 20% de perdas.
Uma série de dicas de economia
Veículos
Com uma frota nacional de mais de 70 milhões de carros,
ônibus e caminhões, são necessárias algumas medidas úteis para economia de
combustível.
- Evitar arranques bruscos e acelerações excessivas, que
aumentam o consumo e poluem mais. Nos veículos de câmbio mecânico, devem ser
seguidas as orientações do manual para troca de marcha para menor gasto de
gasolina, álcool, diesel ou GNV.
- Conferir o alinhamento dos pneus a cada dez mil
quilômetros se trafegar em vias com asfalto em dia, ou a cinco mil quilômetros
se o caminho diário for feito por vias esburacadas.
- Procurar manter sempre correta a pressão de ar nos pneus,
fazendo a calibragem sempre que estiverem frios – parados há menos de uma hora
ou rodados no máximo três quilômetros em velocidade reduzida.
- Sempre que for transportar mais carga do que o normal,
aumentar a pressão dos pneus em pelo menos quatro libras com o veículo ainda
vazio.
- Deve ser evitada carga maior do que a recomendada pelo
fabricante.
- Não segurar o veículo em subidas com um pé no acelerador e
outro na embreagem. Desengatar a marcha e utilizar o pedal do freio ou o freio
de mão.
Direitos dos consumidores de energia
As distribuidoras de todo o país seguem um guia de normas
que prevê quais são suas obrigações para com seus clientes e também o que estes
devem fazer
Indenização por danos: o consumidor pode pedir
ressarcimento pelo conserto ou reposição de equipamentos danificados por algum
problema causado pelo fornecimento de energia. Antes do pagamento, há uma
checagem para constatação ou não da ocorrência.
Desligamento programado: a informação deve ser feita
com uma antecedência mínima de 72 horas por carta ou meios de comunicação de
massa.
Prazo de religação: se houve suspensão do fornecimento
por falta de pagamento, esta deve ser religada em até 24 horas após a
confirmação de que a conta foi quitada.
Débitos pendentes: o cliente deve ser informado, na
própria conta de luz, sobre faturas anteriores não pagas.
Interrupção no fornecimento: a notificação
deve vir por escrito, com antecedência mínima de 15 dias, sobre possível
suspensão do fornecimento caso haja débito em atraso.
Deveres dos consumidores de energia
Instalações seguras: o consumidor deve manter a
adequação térmica e a segurança das instalações elétricas do seu imóvel, de
acordo com as normas oficiais brasileiras.
Equipamento de medição: conservar em bom estado o
equipamento de medição e garantir a entrada de representantes credenciados para
inspeção e leitura do medidor.
Pagar a conta: deve quitar a fatura de energia
elétrica até a data do vencimento. Em caso de atraso, haverá cobrança de multa
e juros. Se isto não for resolvido, a instalação poderá ter o fornecimento
interrompido.
Cadastro atualizado: o cliente deve manter seus dados
cadastrais em dia. Alterações de atividade (residência, comércio, indústria,
serviços) e a existência de pessoa que use equipamentos elétricos
indispensáveis à vida, como respiradouros, por exemplo, também devem ser comunicadas.
As energias alternativas
Disponíveis na natureza, são várias as fontes energéticas
inesgotáveis que podem garantir o suprimento a longo prazo, além de trazer
economia, não poluir e preservar a biodiversidade.
Energia solar: obtida a partir da luz do Sol, pode
ser utilizada para produção de eletricidade e aquecimento.
Energia eólica: proveniente do vento, move aero
geradores, grandes turbinas com formato de cata-vento instaladas em locais de
grande ocorrência de ventos, que geram energia elétrica.
Energia das ondas: gerada a partir do movimento das
ondas do mar, também é a fonte de origem da energia maremotriz, que vem
do movimento das marés. É obtida a partir das correntes marítimas ou pela
diferença de altura entre as marés alta e baixa.
Energia do lixo: resultante do gás produzido nos
depósitos por resíduos animais (dejetos) e orgânicos (restos de alimentos).
Energia geotérmica: produto do calor do centro da
Terra. Em várias regiões do planeta, existem fontes de água quente e vapor que,
ao serem drenadas para a superfície, passam por geradores de centrais elétricas
que transformam o calor em eletricidade.
Hidrogênio combustível: vem da célula do elemento
químico que gera eletricidade para mover veículos. No fim do processo, o
hidrogênio se junta ao oxigênio para formar as moléculas de água que serão
expelidas pelo escapamento
PROPOSTAS
Projetos para otimizar energia
Uma empresa pode se beneficiar de projetos de eficiência
energética, que têm por objetivo reduzir os custos com o consumo de água e
energia. Um projeto desta natureza tem início com uma carta de intenções ou
autorização de serviços, passando por um pré-diagnóstico energético e hídrico,
e checagem da viabilidade técnica e econômica para sua implantação. Na maior
parte dos casos, a empresa terá de buscar financiamento. O Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem uma linha especial de recursos,
o Proesco.
Com tudo acertado, entra em cena uma Esco (empresa de
serviços de conservação de energia). Com o termo de compromisso assinado,
parte-se para a checagem das instalações, a confirmação do suporte financeiro e
a negociação do contrato. Finalmente, ocorre a implantação das ações previstas
e a medição dos resultados.
Criado para atender às micro e pequenas empresas, o Programa
Sebrae de Eficiência Energética compreende ações com foco específico neste
segmento. O primeiro passo é uma auto avaliação do uso de energia. Com o
resultado em mãos, um consultor visita a empresa para analisar o que pode ser
feito. Em seguida, implementa um modelo de gestão de energia elétrica
acompanhado de orientações necessárias. A consultoria em eficiência energética
é uma ferramenta do Programa Sebrae de Consultoria Tecnológica (SebraeTec).
Sustentabilidade em edificações
A adoção de práticas sustentáveis na construção ou reforma
tem por princípio buscar soluções que sejam economicamente relevantes e viáveis
para o empreendimento. Qualquer projeto neste sentido estabelece condições que
envolvem o melhor aproveitamento dos recursos disponíveis, como redução do
consumo de água e energia. O fio condutor no aspecto energético é a avaliação e
alinhamento das variáveis climáticas, humanas e arquitetônicas.
Um empreendimento deve oferecer conforto térmico e visual
para seus usuários. Entre as variáveis humanas determinantes estão a
temperatura corporal, vestimentas e atividades a serem executadas. Existem
diversas soluções passivas e artificiais para se obter níveis satisfatórios de
conforto. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) oferece tabelas para que
se possa estimar a sensação de frio e calor. Com relação ao clima, deve-se
buscar o aproveitamento da radiação solar, temperatura, ventos e umidade.
Na questão arquitetônica, o desafio dos profissionais
envolvidos é selecionar alternativas que, alinhadas às características
climáticas, possam oferecer conforto com eficiência energética. As condições
principais são forma, função, tipos de acabamento e sistemas de
condicionamento. Ao lado da otimização do consumo, deve caminhar a valorização
de fontes renováveis.
Programas oficiais de eficiência energética
Preocupado com a forte demanda por energia no país, o
governo federal criou programas para racionalizar o uso do insumo. No contrato
firmado pelas empresas concessionárias de distribuição, a Agência Nacional de
Energia Elétrica (Aneel) estabelece obrigações como a de que seja aplicado
anualmente o mínimo de 0,5% da receita operacional líquida no Programa de
Eficiência Energética das Empresas de Distribuição (PEE).
Criado pelo Ministério das Minas e Energia e gerido pela
Eletrobrás, o Programa de Conservação de Energia Elétrica (Procel) é uma
iniciativa de governo que interage com todos os segmentos da sociedade ligados
à produção e ao uso de eletricidade. O Selo Procel, parceria com o Instituto
Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial (Inmetro), orienta
o consumidor no ato da compra, relacionando produtos como lâmpadas e
eletroeletrônicos que apresentam os melhores níveis de gasto adequado de
energia. O Procel Edifica e o Procel Indústria estão voltados para edificações
e para o setor industrial, respectivamente.
O Programa Nacional de Racionalização do Uso de Derivados de
Petróleo e Gás Natural (Conpet) existe desde 1991, com execução da Petrobras. A
finalidade é desenvolver ações que visem à racionalização do uso destes
insumos. O Selo Conpet indica quais equipamentos, como fogões, fornos a gás,
aquecedores de água e gás, são energeticamente mais eficientes.
Prêmios para projetos inovadores
Em busca de novas ideias para melhorar os processos voltados
para a eficiência energética, foram criados prêmios para reconhecer os
trabalhos e disseminar seus efeitos para a sociedade. Um deles é o Prêmio
Nacional de Conservação e Uso Racional de Energia, concedido pelo Ministério
das Minas e Energia como distinção pública do empenho e resultados obtidos
pelos diversos agentes que atuam no combate ao desperdício de energia. A
premiação tem por meta estimular a implantação de ações que efetivamente
reduzam o consumo de eletricidade, derivados de petróleo e gás natural, e sua
substituição por fontes renováveis. Entre as categorias do prêmio estão Micro e
Pequenas Empresas, Transportes, Edificações e Indústria.
O próprio Sebrae criou o Prêmio Sebrae de Eficiência
Energética, concedido todos os anos, para reconhecer os esforços das micro e
pequenas empresas que apresentam maior produtividade com menos gasto de
energia. O prêmio valoriza a atuação das empresas que implantaram medidas para
reduzir o desperdício e incrementar o processo de produção de bens e serviços
com menor consumo de materiais e geração de resíduos, sem comprometimento da
produção, da qualidade e do meio ambiente.
Fonte: sustentabilidade.sebrae.com.br Eficiência Energética
A energia movimenta o mundo e para que ela e os
demais recursos naturais não acabem de vez, a ordem é consumir apenas o
necessário, sem desperdícios.
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