23 janeiro 2015

5º PARTE - BENEFICIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO QUANDO RECICLADOS

BENEFICIAMENTO DE RESÍDUOS

Visando a necessidade de sanar a alta demanda de resíduos gerados na indústria da construção civil, o gerenciamento falho dos resíduos, e os impactos ambientais causados pelosmesmos, a solução mais viável é a reciclagem. Neste processo, o resíduo precisa passar por um beneficiamento, afim da geração de um agregado reciclado de boa qualidade.

O beneficiamento do resíduo de construção e demolição acontece desde sua coleta, gerenciamento e transporte, sofrendo separação, britagem, peneiramento, até seu acondicionamento a fim de aguardar utilização. Os processos de beneficiamento dos RCD’s não destoam muito dos processos usados para os agregados naturais. Em seu trabalho, Pietersen et. al. (1998, citado por Leite, 2001) sugere que a separação dos materiais ocorra de forma mais breve possível dentro da cadeia de reciclagem dos materiais, ainda durante o processo de demolição.


 
 BENEFICIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO QUANDO RECICLADOS
 BENEFICIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO QUANDO RECICLADOS

Segundo Hansen (1992), existem vários processos de beneficiamento para britagem e peneiramento dos RCD’s. O tipo de processo escolhido para ser executado nas usinas será um fator determinante no custo da reciclagem e qualidade do produto final.
Os procedimentos e equipamentos utilizados no beneficiamento do resíduo de construção e demolição afetam as principais características do agregado reciclado como: classificação e composição; teor de impurezas; granulometria; forma e resistência (LIMA, 1999).


Usinas de reciclagem para o beneficiamento dos resíduos


Quando se visa à operação do processo de reciclagem, é necessária implantação da unidade recicladora. Nesta fase, deve-se levar em consideração, dentre outras coisas, a capacidade operacional do equipamento a ser escolhido para operar na usina. Segundo Brito Filho (1999), é fundamental o conhecimento de três pré-requisitos básicos:
• Volume de geração de resíduo de construção e demolição possível de ser reciclado;
• O tipo de material e a aplicação que se pretende para o mesmo;
• Local de instalação da unidade recicladora.
 O ideal é que as usinas estejam o mais próximo possível das fontes geradoras e dos locais de uso, ou seja, inseridas no contexto urbano (LIMA, 1999). Deve-se levar em conta, igualmente, se a usina passa por um polo de atração de caminhões e se o resíduo recebido
necessitará de muitos descartes de partidas contaminadas, o que torna o processo inviável
operacional e economicamente (BRITO FILHO, 1999, apud LEITE 2001). Com isso, o autor
afirma não ser interessante ter as unidades recicladoras em locais predominantemente residenciais, nem em áreas centrais, afim de não sobrecarregar o tráfego nos referidos locais.
Leite (2001) sugere a distribuição dos pontos de coleta do resíduo, espalhados pelas cidades de forma estratégica, dando assim, suporte ao sistema, facilitando a eliminação de
grandes distâncias de transporte e de pontos de descarte clandestinos.
 A forma sugerida por Leite (2001) facilitaria muito a implantação rápida e eficiente do programa, tendo em vista que pequenas reformas ou demolições, nem sempre contam com um sistema de coleta de entulhos, acarretando descartes em canais ruas de pouca movimentação, dentre outros. No caso da distribuição dos pontos em locais estratégicos, mostra aos executores dos referidos serviços, uma forma de descarte sem muito impacto ao meio ambiente.

 Fonte:UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA / DAVID DOMINGUES /CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DE DOSAGEM DO CONCRETO COM AGREGADO / DE RCD / BELÉM / 2013