ABES – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 6
Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental |
24º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental
Tabela 1: Composição Média dos RCD de Aracaju, segundo a Resolução 307 . Classificação Componente (%) % por classe
Argamassa 36
Brita 0,23
Concreto 0,35 Cerâmicos 14,42 Mármore 0,4 Pedra 2,04
Solo/Areia 19,96 73,4
Madeira 1,28 Metal 0,06 Papel 0,46 Papelão 0,28 Plásticos 0,34
Vidro 0,04 2,46
Gesso 3,39 C
Restos 19,85 23,24
Latas de tinta e derivados 0,04 D
Restos de telhas de cimento amianto 0,82
Fonte: (Daltro Filho, 2005, p.64) |
TOTAL 100 100
OS DESAFIOS DE IMPLEMENTAÇÃO DA 307
Segundo Pinto (1999), há registro de reutilização de RCD para construção de novas edificações especialmente na Europa após a Segunda Guerra Mundial e mesmo no Brasil já existem instalações de produção de agregados a partir de RCD, sendo expressivas as experiências de Belo Horizonte e Ribeirão Preto e as experiências de Salvador e Santo André, embora estas últimas não contemplem a reciclagem mas já prevejam práticas de gestão diferenciada.
Pesquisa de Nunes, Mahler & Valle (2005) sobre as gestões municipais de RCD apresenta que até o final de 2003 apenas em 12 dos 5507 municípios brasileiros, cerca de 0,2%, havia centrais de reciclagem deste tipo de resíduo.
No caso das obras formais há muito se observa uma prática de, no que diz respeito a resíduos que têm um potencial econômico de aproveitamento, especialmente o papelão e plástico de embalagens, e em menor escala metal e vidro, segregação e venda a coletadores que vão buscar este resíduo na própria obra. Nos demais tipos de RCD, a prática observada é a de não segregação, seguida da destinação informal e aleatória, ficando muitas vezes a decisão sobre a localização do destino final a cargo do motorista do veículo transportador, muito embora.
Tal prática tem implicado num custo crescente para a remoção e destinação dos RCD das obras, considerandose que as áreas para deposição esgotam-se rapidamente tendo em vista o volume ali depositado diariamente, exigindo novas áreas que se encontram cada vez mais distantes dos centros urbanos, local onde ocorre a maioria das obras.
Em se tratando das obras informais a situação é ainda mais grave, posto que sendo o volume de RCD pouco significativo como elemento de atração dos coletadores, todos os RCD são agrupados indistintamente e transportados por pequenos transportadores (a maioria carroceiros) sobre os quais recai a responsabilidade de definir o destino final destes resíduos e que o fazem segundo a lógica da sua conveniência, destinando-os na maioria das vezes em locais públicos.