11 fevereiro 2014

AVALIAÇÃO DA OPERAÇÃO DE UM ATERRO SANITÁRIO

AVALIAÇÃO DA OPERAÇÃO DE UM ATERRO SANITÁRIO

A transformação da matéria e a produção de resíduos fazem parte das atividades humanas. Inicialmente, o homem foi submetido às leis da natureza, posteriormente, tentou entendê-las e modificá-las para seu habitat. A princípio, esses resíduos eram basicamente excrementos, ao longo do tempo após o início das atividades agrícolas e da produção de ferramentas de trabalho e de armas, surgiram os restos da produção e os próprios objetos após sua utilização. Como os materiais utilizados eram em grande parte de origem natural, a sua disposição ocorria de forma inadvertida e não causavam grandes impactos ao meio ambiente. 
Além disso, o crescimento populacional não tinha a importância que tem nos tempos atuais. 
Pode-se avaliar o aumento da produção de lixo, como sendo devido ao aumento vertiginoso da população nas cidades, a mudança no comportamento humano devido a Revolução Industrial e melhoria do poder de compra. Esse tem sido nos últimos anos um dos principais desafios e problemas enfrentados pelas administrações públicas municipais brasileiras. O problema se agrava, pois a disposição que ocorre na maioria dos municípios brasileiros é de maneira menos dispendiosa, sem planejamento e até por desconhecimento da importância por parte do poder público em gerenciar e dar uma destinação final correta para o lixo. A solução mais eficaz para o problema é a implantação dos aterros sanitários, mas o mesmo tem alto custo de implantação, operação e fica em áreas isoladas, o que desmotiva e deixa para segundo plano os investimentos operacionais. 
A falta de políticas públicas voltadas para a correta destinação dos resíduos sólidos exige um envolvimento maior entre município e comunidade, no interesse e na busca efetiva de soluções para o problema. Esse envolvimento não ocorre e com a falta de investimentos tem resultado em crescente insatisfação popular, coincidindo com uma série de incidentes ligados a disposição inadequada destes resíduos, que podem representar um permanente foco de vetores de doenças e acarretar em problemas de saúde pública e também de degradação ambiental. Essa população só demonstra alguma reação quando se sente ameaçada ou atingida de alguma forma e normalmente não procura saber para onde vai e o que acontece com os resíduos provindos de suas ações cotidianas. 
Em Catalão-GO, cidade localizada no sudoeste goiano, à latitude 18° 9' 57" sul e à longitude 47° 56' 47" oeste e à altitude de 835 metros, com população recenseada em 2007 de 75 623 habitantes e PIB de mais de 2,5 bilhões de reais em 2007 o coloca como a sexta maior economia do Centro-Oeste e a terceira de Goiás. Possui área de aproximadamente 3778 km2, a situação não é diferente, (Wikipédia, 2008). Nesse sentido é importante a correta operação  3 dos aterros sanitários, para que não deixem de exercer a sua função de ordens sanitárias e ambientais, garantindo a boa qualidade de vida e preservando o meio ambiente.


 ATERRO CONTROLADO
ATERRO CONTROLADO


A necessidade de avaliar a operação do Aterro Sanitário de Catalão-GO implantado em 2005 e propor medidas de correção para eventuais procedimentos incorretos como os da figura que demostra um Aterro Controlado acima  uma categoria intermediária entre o lixão e o aterro sanitário. Normalmente, ele é uma célula próxima ao lixão, que foi remediada, ou seja, que recebeu cobertura de grama e argila, contribuindo assim para a minimização dos impactos ambientais e sanitários no local. 


Antes de caracterizar os elementos construtivos e operacionais para aterros sanitários é importante conhecer os principais impactos potencias na fase de operação e assim desenvolver os elementos construtivos e operacionais para minimizar a ocorrência dos impactos. ¾ Principais impactos potenciais na fase de operação A fase de operação caracteriza-se como o maior potencial de impactos ao meio ambiente e a saúde da população.
Os problemas sanitários têm ligação direta com a saúde pública e os problemas ambientais a afetam indiretamente.
Segundo D’Almeida (2002), os principais impactos descritos em aterros e lixões são:
- saída de material esvoaçante (a partir de veículos transportadores de lixo e da frente de operação do aterro, etc.);
- geração de gases, material particulado e ruído (pelos equipamentos fixos e móveis);
- intensificação do transito em vias de acesso;
- remoção/degradação de cobertura vegetal (área de disposição, área de empréstimo/descarte do solo);
- poluição do solo com óleos e graxas;
- geração de gases e odores (decomposição do lixo, sistema de tratamento de efluentes);
- espalhamento de lixo ao longo das vias de acesso à Central de Tratamento de Resíduos Sólidos Municipais - CTRSM (perdas e lançamentos clandestinos);
- alteração do escoamento superficial;
- proliferação de vetores;
- assoreamento de corpo d’ água;
- mortes/incômodos à fauna;
- alteração da percepção da paisagem;
- depreciação de imóveis lindeiros;
- erosão pela água;
- poluição do solo e das águas subterrâneas (águas residuárias);
- poluição do solo, águas subterrâneas e composto produzido, devido à recepção de resíduos incompatíveis com a CTRSM;
- degradação da área de empréstimo/descarte de solo excedente;
- geração de resíduos (inertes: na UTC – Unidades de Triagem e Compostagem; domiciliares: nas edificações diversas; e não-inertes e/ou perigosos: na estação de tratamento de efluentes, nas oficinas e no sistema de incineração na CTRSM).
 Elementos construtivos e operacionais para aterro sanitário Ferreira (2006), destaca que para que possam, de fato, desempenhar seu papel de destinação final dos resíduos sólidos urbanos, de forma adequada e eficaz e sem comprometimento do meio ambiente de entorno, em sua acepção mais ampla, os aterros sanitários necessitam dispor de uma série de elementos básicos, essenciais, além de alguns outros de natureza acessória. Esses elementos mencionados pela Cetesb (1997), Velloso (1999) e Monteiro (2001) são descritos a seguir.

a) Vias de acesso e de serviço 
As vias de acesso externas e internas à área do projeto devem ser capazes de permitir o trânsito livre e desembaraçado de veículos de cargas pesadas, ao longo de todo o ano (inclusive no período de chuvas intensas e freqüentes) e desde a zona urbana até a frente de operações do aterro em cada momento. É importante destacar que as vias internas do aterro serão sempre mutáveis, pelo menos em uma importante parcela de sua extensão total, de modo a acompanhar o desenvolvimento físico do aterro ao longo de sua vida útil, sendo necessário prever essa variação periódica de seu traçado já na fase de projeto do aterro.

b) Controle de acesso - portaria 
A guarita é um elemento importante para abrigar os vigilantes, a quem cabe fazer o controle de acesso a área do aterro, dos veículos que transportam resíduos para disposição e dos visitantes. Também deve ser considerada a instalação de plataforma para a conferência dos resíduos que são conduzidos ao aterro por particulares.
A instalação de cancela, porteira ou portão é um dispositivo que torna obrigatória a identificação do usuário antes de acessar a área do projeto. Sua localização na entrada da área do aterro, também é recomendada para melhor visualização da aproximação de pessoas ou veículos.
Deverá, além disso, possibilitar condições adequadas de trabalho ao vigilante e ser convenientemente dotada de instalação sanitária, iluminação e ventilação natural. Caso o aterro deva funcionar à noite, deverá ser igualmente dotada de um eficaz sistema de iluminação artificial.

c) Cinturão verde 
Barreiras de vegetação densa e tem importante capacidade de reter partículas e gases poluentes da atmosfera; as folhas podem absorver gases poluentes e prender partículas sobre sua superfície, especialmente as pequenas, miúdas, pilosas, cerosas ou espinhosas.

d) Alojamento para o pessoal técnico-operacional 
Dotado de escritório, almoxarifado, ferramentaria, instalações sanitárias completas (inclusive chuveiros e vestiários), copa para conservação e aquecimento de refeições, e refeitório.

e) Galpão para guarda e reparos de máquinas 
Dotado de instalação sanitária simples e de cômodo fechado para guarda de ferramentas e peças de reposição, e/ou, insumos de uso freqüente. Poderá ser fisicamente acoplado à guarita de controle e/ou ao alojamento.

f) Sistema de impermeabilização 
Os serviços de impermeabilização inferior do aterro de resíduo domiciliar devem ser iniciados logo após a conclusão da remoção da camada de solo superficial da área operacional e consistem, basicamente, na instalação da manta de polietileno de alta densidade (PEAD) ou na execução de uma camada de argila com coeficiente de permeabilidade inferior a 10-7 cm/s e espessura superior a 80 cm, que pode ser substituída pelo terreno natural, desde que com as mesmas características.

g) Sistema de drenagem das águas pluviais 
Composto por uma rede de canaletas superficiais, revestidas ou não, acopladas ou não a escadas de dissipação de energia, conforme cada circunstância específica e que envolve progressivamente o perímetro e a frente de operação, em cada etapa, de modo a coletar e promover o escoamento controlado das águas pluviais não diretamente incidentes sobre o aterro.
É importante salientar que a eficácia e abrangência desse sistema de drenagem dependem fortemente do volume dos líquidos percolados através do aterro e que devem ser convenientemente tratados, fato esse que condiciona significativamente as unidades de tratamento desses efluentes quanto sua eficiência na redução da carga orgânica. Em alguns tipos de aterros sanitários, as canaletas de captação de águas pluviais dispostas em cotas intermediárias são progressivamente incorporadas ao corpo do aterro, passando, eventualmente a integrar o sistema de captação de percolado.

h) Sistema de drenagem e tratamento dos gases 
A drenagem e controle dos gases provenientes de aterro de resíduos sólidos urbanos consistem na redução das emissões atmosféricas de metano (CH4) e gás carbônico (CO2), gerado pela decomposição anaeróbia dos resíduos sólidos aterrados, o que diminui os problemas de odores e minimiza a migração de gases para as áreas vizinhas ao aterro.
O correto controle desses gases gerados evita ainda a ocorrência de incêndios espontâneos que podem se propagar de forma descontrolada e a possibilidade de explosões por carga de pressão na operação de compactação do resíduo.
Na maioria dos aterros sanitários, o sistema de drenagem e tratamento desses gases constitui-se de malha de chaminés de captação e escoamento e queimadores de gases, dispostos diretamente sobre a extremidade superior das chaminés de captação.

i) Sistema de drenagem do percolado
As estruturas de drenagem do percolado juntamente com o sistema de drenagem dos gases são os elementos do projeto de um aterro sanitário que requerem atenção especial na sua execução, pois seu bom funcionamento é fator determinante para a estabilidade da massa de resíduo, no caso de aterros sanitários verticalizados, além de serem estruturas que têm custos elevados de construção.
Usualmente é composto de uma rede de valas sub-superficiais, preenchidas com material drenante (de forma tal que se evite sua colmatação ao longo do tempo) e dispostas de forma difusa em toda a base do aterro, inclusive, se for o caso, ao longo dos seus taludes intermediários, de modo a captar e conduzir para o correspondente sistema de tratamento, todos os líquidos efluentes da massa de resíduos aterrados

j) Sistema de tratamento do percolado 
O percolado é resultante da degradação do material orgânico mais a infiltração das águas da chuva na massa de resíduo, sendo em geral, o subproduto mais perigoso dos aterros sanitários, pois carrega metais e amônia em altas concentrações para os lençóis freáticos, contaminando o solo e as águas vizinhas.
Diversos são os sistemas de tratamento do percolado de um aterro sanitário, sendo, entretanto, o mais utilizado as lagoas de estabilização. Outros sistemas mais ou menos sofisticados também podem ser empregados quando da concepção do projeto, sendo, essencial que sejam efetivamente capazes de reduzir a carga orgânica dos mesmos à níveis tais, que possibilitem seu lançamento na natureza em condições adequadas, para que não se constituam em uma nova fonte de degradação ambiental.

k) Monitoramento do lençol freático
Nos projetos de aterro sanitário, considera-se necessário o monitoramento das águas do lençol freático.
Esse procedimento deve ser realizado através de analises fisioquímicas e bacteriológicas em períodos pre-determinados geralmente a intervalos de seis meses para realizar esse monitoramento é recomendada a instalação de um poço a montante da área do aterro (parte mais alta) e três ou mais poços a jusante (parte mais baixa), e estrategicamente locado na direção do fluxo do lençol freático. Esses poços devem ser executados em conformidade com as recomendações da NBR 13.895 ABNT (1997).
O sistema de monitoramento tem o papel de acusar poluição e contaminação de uma determinada fonte de poluição na qualidade da água subterrânea. A localização estratégica e a construção racional dos poços de monitoramento, aliadas a eficiência da coleta, acondicionamento e análise da amostras, permitem resultados precisos sobre a influência do método de disposição dos resíduos, na qualidade da água subterrânea

l) Proteção dos taludes 
A ocorrência de um processo erosivo depende da natureza do solo, de sua permeabilidade, de sua inclinação e de como se encontra a cobertura vegetal. A declividade das rampas (taludes) nos projetos de aterro sanitário é geralmente de 30% e a cobertura vegetal passa a ser um elemento de grande importância na estabilização desses taludes. As espécies vegetais das gramíneas são as mais indicadas para essa cobertura.

m) Jazida de material de recobrimento 
Preferivelmente situada no interior da gleba em que se localiza o aterro, ou em sua proximidade imediata. É muito importante ter-se em vista que o material a ser utilizado no recobrimento das “células” diárias de resíduo compactado, além de ser consumido em relativamente em grande quantidade, deverá possuir características qualitativas tais que possibilitem a conformação de uma capa suficientemente consistente, relativamente resistente à lixiviação pelas águas pluviais e relativamente impermeáveis.

n) Valas especiais 
São aquelas destinadas para aterramento de animais mortos (de médio e grande porte) e outros resíduos volumosos, cuja disposição possa causar problemas de natureza sanitária ou operacional. Embora tais questões devam ser levadas em consideração, mesmo na busca de soluções técnicas para problemas objetivos, é importante que se tenha em conta suas implicações na rotina operacional de uma instalação relativamente complexa como um aterro sanitário.
Para deposição desses objetos volumosos, tais como pneus de veículos, móveis e grandes eletrodomésticos imprestáveis, assim como outros resíduos que, por suas características físicas, possam causar transtornos à operação do aterro sanitário. A partir de sua estocagem ordenada, pode-se proceder ao reaproveitamento parcial, ou a desagregação em peças de menor dimensão, de forma a possibilitar a destinação final em condições adequadas no aterro.
Para o Manual de saneamento da Fundação Nacional de Saúde BRASIL (2006), a disposição dos resíduos em valas consiste no confinamento dos resíduos sólidos em valas escavadas, tendo comprimento variável com largura e profundidade à quantidade de lixo a ser aterrado.

o) Balança rodoviária
Preferencialmente deve ser localizada junto à guarita de controle de acesso a área do projeto, ter capacidade de medição compatível com o peso total dos caminhões coletores utilizados, com carga plena. Embora não possa ser considerada absolutamente essencial, trata-se de um elemento de extrema importância para o controle da operação e da vida útil do aterro.

p) Pátio de compostagem
Destinado ao processamento de resíduos orgânicos diversos, resíduos da poda de grama, da arborização urbana, de estrume bovino, etc., através da compostagem natural controlada. Quanto maior for à taxa de reaproveitamento dos resíduos sólidos orgânicos gerados no ambiente urbano, através de sua transformação em fertilizante orgânico, menor será a geração de “percolado” no aterro sanitário e, conseqüentemente, seu potencial de poluição ambiental.
 Apesar de não se constituir propriamente num elemento prioritário do aterro sanitário, o pátio de compostagem, desde que adequadamente operado, tem um papel extremamente importante a desempenhar na produção de adubo orgânico para suprir a demanda do município na formação de praças e outros parques municipais de lazer, gerando a redução de gastos com adubação química. Sua localização junto ao projeto do aterro sanitário facilita tanto no transporte dos resíduos para um único local, quanto à disposição final dos rejeitos gerados no processo de compostagem

q) Área de estoque de materiais
Plataforma para deposição e armazenamento de materiais como: pedra maroada, tubos, cascalho, solo de recobrimento, etc. A partir de sua estocagem ordenada na área, poder-se-á proceder a sua utilização em tempo hábil, sempre que for necessário, evitando futuros problemas de descontinuidade operacional do projeto, prejudicando a execução de novas frentes de destinação em condições adequadas do resíduo urbano no aterro.

r) Sistema de vigilância 
Para que o projeto cumpra de fato sua função social de disposição dos Resíduos Sólidos Urbanos - RSU, há necessidade de estabelecer o controlar ao acesso de pessoas (visitantes) e da presença de animais domésticos. Isto é possível com a formação da patrulha de vigilantes em regime de 24:00 horas, que percorrendo toda área, auxilia ainda na identificação de eventuais problemas no entorno de campo, que tem influência direta e indireta com o projeto.

s) Cercas
Construídas em arame farpado ou tela rudimentar, com a finalidade de impedir a entrada de catadores na zona do aterro, como também servir para reter papéis, plásticos e outros carregados pela ação do vento.

t) Lagoa de chorume 
O processo da decomposição predominantemente anaeróbia em aterros sanitários gera como subproduto da atividade bacteriana, o chorume (líquido negro, ácido e malcheiroso). A produção dessa substância é difícil de ser avaliada, pois ocorre em função do teor de umidade encerrando na matéria orgânica.
Pode-se dizer que em aterros sanitários, essa produção é normalmente reduzida.
O problema maior reside nas águas pluviais não desviadas da área do aterro, como também na precipitação sobre o mesmo nos períodos de chuva prolongada.
Essas águas podem infiltrar-se no aterro e, após atingirem o ponto de saturação da massa de lixo, escorrerem arrastando o chorume e outros elementos prejudiciais tanto para o lençol subterrâneo como para as águas superficiais próximas ao aterro.

u) Iluminação
Esse sistema deve ser mantido nos aterros, principalmente quando houver regime de coleta noturna para proporcionar melhores condições de trabalhos para os operários.

v) Usina de triagem 
Para D’Almeida (2002), a grande justificativa de construir usinas reside nas vantagens diretas de saneamento, redução de aterro, redução de chorume e de produção de gases, bem como os benefícios indiretos, tais como menor consumo de matérias-primas, menor consumo de energia e de insumos, como água, oxigênio e redução da poluição ambiental para a produção de bens e recuperação de solos.
As usinas de triagem são usadas para a separação dos materiais recicláveis do lixo provenientes da coleta e transporte usual e ainda oferecem uma maneira de reduzir sensivelmente a quantidade de resíduos enviados ao aterro, atingindo taxas de 50%, quando bem gerenciadas.
Assim como no caso da coleta seletiva, deve haver um mercado para os materiais separados, tanto orgânicos quanto inorgânicos.

Os pontos positivos de uma usina de triagem são:

     •    Não requer alteração do sistema convencional de coleta, apenas a mudança no destino do caminhão que passa a parar em uma usina de triagem, ao invés de seguir para o lixão ou aterro.

  • Possibilita o aproveitamento da fração orgânica do lixo, pela sua compostagem.
Os pontos negativos de uma usina de triagem são:

• Investimentos iniciais em equipamentos que vão constituir a usina.
• Necessidade de técnicos capacitados para operar a usina (investimento em treinamento).
• A qualidade dos materiais separados da fração orgânica e potencialmente recicláveis não é tão boa quanto da coleta seletiva, devido à contaminação por outros componentes do lixo.

w) Cooperativa de catadores 
Para D’Almeida (2002), a administração pública, em conjunto com uma entidade de assistência às populações carentes, pode incentivar a formação de associações de catadores, formalizando uma atividade de longa data marginal, auxiliando com a dotação de uma infra-estrutura mínima e ajudando a resgatar a cidadania desse segmento excluído.
A organização desses trabalhadores pode ajudar a racionalizar a coleta seletiva e triagem, reduzindo custos e aumentando o fluxo de materiais recicláveis. Para esse objetivo, a prefeitura deve incentivar a formação de cooperativas de catadores.

 Procedimento operacional 
Para que um aterro funcione em boas condições ele deve atender a alguns procedimentos e segundo Monteiro (2001), a operação de um Aterro Sanitário para Resíduos Sólidos Municipais deve ser da seguinte forma:
Uma vez concluídas as obras de implantação, deve-se convidar a equipe técnica do órgão de controle ambiental para inspecionar o aterro. Se houver exigências, procede-se às adequações solicitadas pelo órgão ambiental, cuja equipe técnica será novamente convidada a inspecionar as obras revisadas e/ou refeitas, até a obtenção da licença de operação para em seguida dar início efetivo ao recebimento das cargas de lixo no aterro, que deverá obedecer a um plano operacional previamente elaborado.
O plano operacional deve ser simples, contemplando todas as atividades operacionais rotineiras em um aterro e garantindo uma operação segura, como descrita a seguir por (MONTEIRO, 2001)

- Controle dos Resíduos 
Ao ingressar no aterro, o veículo de coleta vai diretamente para a balança rodoviária, onde é pesado e onde são anotadas todas as informações a respeito da sua carga.
Caso não haja balança, o veículo deve ir até a guarita de entrada, onde o encarregado fará as anotações que o identifiquem e à sua carga de resíduos, incluindo a estimativa do peso (ou volume) de lixo que está entrando.
Em seguida, o veículo se dirige à área operacional para descarregar o lixo.
O aterro normalmente é dividido em níveis, cada um dos quais com lotes de dimensões variadas, que se acham subdivididas em células dimensionadas para aproximadamente 20 dias de operação. Os procedimentos para a execução da obra são quase os mesmos, independentemente do método seguido.
- As regras básicas para a operação de um aterro sanitário são:
• o espalhamento e a compactação do lixo deverão ser efetuados, sempre que possível, de baixo para cima, a fim de se obter um melhor resultado;
• para uma boa compactação, o espalhamento do lixo deverá ser feito em camadas não muito espessas de cada vez (máximo de 50 cm), com o trator dando de três a seis passadas sobre a massa de resíduos;
• a altura da célula deve ser de quatro a seis metros para que a decomposição do lixo aterrado ocorra em melhores condições;
• a inclinação dos taludes operacionais mais utilizadas é de um metro de base para cada metro de altura nas células em atividade e de três metros de base para cada metro de altura nas células já encerradas;
• a camada de solo de cobertura ideal é de 20 a 30 cm para os recobrimentos
diários de lixo;
• uma nova célula será instalada no dia seguinte em continuidade à que foi concluída no dia anterior;
• a execução de uma célula em sobreposição à outra ou o recobrimento final do lixo só deverá acontecer após um período de cerca de 60 dias;
• a camada final de material de cobertura deverá ter a espessura mínima de 50 cm;
• a largura da célula deverá ser a menor possível (em geral, suficiente para descarga de três a cinco caminhões coletores).

- Os procedimentos operacionais a serem adotados são os seguintes: 

• preparo da frente de trabalho que se compõe de uma praça de manobras em pavimento primário, com dimensões suficientes para o veículo descarregar o lixo e fazer a manobra de volta;
• enchimento da Célula 1 (um), que consiste no espalhamento do lixo por um trator de esteiras, em camadas de 50cm, seguido da sua compactação por, pelo menos, três passadas consecutivas do trator;
• cobrimento do topo da célula, com caimento de 2% na direção das bordas, e dos taludes internos com a capa provisória de solo, na espessura de 20cm;
• cobrimento dos taludes externos com a capa definitiva de argila, na espessura de 50 cm;
• alguns dias antes do encerramento da Célula 1, prolongar a frente de trabalho,
com as mesmas dimensões da anterior para atender à Célula 2;
• após o encerramento da Célula 1, executar o dreno de gás;
• repetir as mesmas operações de enchimento da célula anterior e preparo da célula seguinte até que todo o lote 1 seja preenchido;
• repetir as mesmas operações para o enchimento dos lotes 2, 3 e assim sucessivamente até completar todo o nível inferior;
• proceder ao enchimento da Célula 1 do nível superior seguindo a mesma seqüência de operações utilizada para o nível inferior;
• quando se estiver aterrando as células do último nível, proceder à cobertura final da célula encerrada com uma capa de argila compactada de 50 cm de espessura, dando um caimento de 2% no sentido das bordas;
• repetir a seqüência de operações até o enchimento completo de todos os lotes em todos os níveis.

- Tratamento do chorume: 
O chorume deve ser coletado e tratado e a forma de tratamento mais empregada é através de lagoas aeróbias precedidos de um gradeamento manual ou peneiramento mecânico e em seguida deve passar pelo tanque de equalização onde o chorume deve ficar retido por 24 horas para homogeneizar ao máximo sua composição.
Dessa série de lagoas, o efluente (chorume) sofre um polimento final em outra lagoa aeróbia com as mesmas características físicas das anteriores, mas com capacidade de reter o chorume tratado por sete dias.
O lodo removido do tratamento do chorume passa por um processo de secagem e posteriormente é removido de volta ao interior do aterro sanitário, enquanto que a fração líquida pode ser descartada diretamente no corpo receptor ou ser usado por caminhão-pipa nas vias internas como aspersor de poeira.

- O sistema de drenagem de águas pluviais deve ser mantido limpo e desobstruído, principalmente as travessias enterradas.

- Equipamentos utilizados segundo MONTEIRO (2001). 
Os maquinários utilizados na operação de um aterro sanitário são: 
• Trator de esteira para espalhamento, recobrimento e compactação do lixo; 
• Caminhão basculante para transporte de material de cobertura e para execução dos acessos internos; 
• Pá mecânica para carregamento dos caminhões; 
• Retro-escavadeira para abertura e manutenção das valas de drenagem; 
• Caminhão-pipa para aspersão de poeira nas vias internas. 

Após o trabalho realizado sobre formas corretas de destinação final do lixo domiciliar e da avaliação da operação do aterro sanitário  foi constatado que as principais desconformidades encontradas foram valas abertas em desacordo com o projeto executivo aprovado, resíduos dispostos fora das valas (a céu-aberto), abertura e fechamento de valas em desacordo com os procedimentos técnicos, não recobrimento diário dos resíduos dispostos na valas, falta de impermeabilização das valas, falta de coleta e tratamento do chorume e dos gases produzidos pelo lixo, queima de resíduos a céu-aberto pelos catadores, disposição de resíduos hospitalares em aterro destinado a resíduos domiciliares, presença de urubus, cachorros, gatos, outros animais e de catadores, falta de vala e incinerador para receber animais mortos, falta de controle de entrada e saída de visitantes. 
Quando citado sobre descarregamentos clandestinos na área do aterro feita por moradores e comerciantes da cidade, devem-se orientar os responsáveis por tal ação que a mesma não deve ocorrer, pois aumenta os impactos sobre o meio ambiente e à saúde pública além de existir  na cidade a coleta de lixo urbano realizado pela prefeitura municipal.
Uma vez identificados os produtores e transportadores, devem ser prevenidas as autoridades competentes para que sejam tomadas as medidas cabíveis. O controle de macro vetores como urubus pode ser feito com foguetes, espantando-os para fora da área do aterro. 
Para os pneus depositados no aterro, os mesmos devem ser recolhidos pelo fabricante e as importadoras de pneumáticos e serem depositados de forma ambientalmente correta, segundo a Resolução do CONAMA nº 258, de 02 de Dezembro de 1999. 
Outra sugestão é refazer o projeto operacional do aterro sanitário do município  dando ênfase em programas de monitoramento ambiental, utilização de técnicas de engenharia para evitar a contaminação do ar, água subterrânea e solo e contratação de pessoal treinado e capacitado para operação do aterro. 
Após os resultados e análises feitas, o aterro é melhor classificado como Aterro Controlado e não Sanitário como a prefeitura do município o classifica. O aterro controlado apresenta pelo menos o recobrimento diário do lixo depositado nas valas, o que não ocorre no aterro de Catalão onde esse procedimento não tem tempo certo de ocorrência. O mesmo provoca a proliferação de macro e micro vetores que causam diversas doenças prejudiciais à saúde do homem. Ele foi assim classificado como controlado por não possuir técnicas de engenharia desenvolvidas para minimizar as potenciais ações poluidoras da disposição de lixo, como coleta e tratamento de gases e chorume, controle de macro vetores, controle de entrada de caminhões e visitantes, impermeabilização das trincheiras e recobrimento diário do lixo, iluminação para trabalhos noturnos, entre outros elementos que estão em desconformidade. 
Os elementos mais característicos de um Aterro Sanitário existentes no aterro  são o incinerador de lixo hospitalar, as lagoas de chorume, cinturão verde e a usina de triagem de lixo domiciliar que estão em funcionamento, porém estão em desconformidade  e operando de forma irregular as orientações operacionais de um aterro sanitário.