A LOGÍSTICA REVERSA NA CONSTRUÇÃO CIVIL
A LOGÍSTICA REVERSA NA CONSTRUÇÃO CIVIL |
A construção civil, ao longo dos anos, não deu a devida importância às questões relacionadas à logística. A preocupação dos gestores era, basicamente, com a área técnico - descritiva. Não se acompanhou a evolução sentida em outros setores da indústria de manufatura, convivendo sempre com o desperdício e a improvisação comum ao ambiente da construção civil. Isso pode ser entendido pelo fato de seus principais subsetores, edificações e construção pesada, apresentarem, até então, baixa competitividade que conduziram a essa situação. Nos dias atuais, a competitividade tornou-se mais acirrada, evidenciando a necessidade de reverter esse quadro por meio de uma motivação compulsória dos empresários do setor. A logística é o processo de planejar, implementar e controlar, de maneira eficiente, o fluxo e a armazenagem de produtos, bens, serviços e informações associadas, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do consumidor – conceito incorporado nas empresas industriais, com vários benefícios ao bom desempenho das mesmas. Portanto, também aplicável à indústria da construção civil, porém, para isso, é necessário um processo de conscientização e divulgação aos empresários do setor, dos benefícios e das vantagens propiciadas pela tecnologia logística, podendo ser, até mesmo, como um diferencial estratégico e competitivo da empresa desse setor. O objetivo deste trabalho é apresentar uma revisão teórica conceitual da logística e sua contribuição na indústria da construção civil brasileira e propor um administrador logístico que irá gerenciar o canteiro em harmonia com o engenheiro da obra, com elevado conhecimento da tecnologia logística, associado a uma experiência no setor construtivo.
A construção civil, ao longo dos anos, não deu a devida importância às questões relacionadas com suprimentos. Essas questões sempre foram colocadas num patamar que não condiziam com sua relevância. A preocupação dos gestores era, basicamente, com a área técnica-estrutural em detrimento da área de suprimentos, ou seja, negligenciou-se o gerenciamento do fluxo de suprimentos. Não acompanhou a evolução sentida na cadeia produtiva de outros setores da indústria, conviveu sempre com o desperdício e a improvisação dentro do seu ambiente construtivo. Isso pode ser entendido pelo fato de seus principais subsetores, edificações e construção pesada, apresentarem características de competitividade que conduziram a essa situação.
O subsetor de edificações sempre apresentou autossuficiência no mercado interno, nunca sofreu uma forte ação competitiva, ou seja, o que era produzido era vendido, até mesmo em períodos de crise. Esse fato deve-se à peculiaridade de o mercado habitacional brasileiro ser extremamente carente em termos de moradias. O subsetor de construção pesada ou de infraestrutura sempre teve como principal cliente o governo, cujos contratos eram de longa duração, com aditivos contratuais confusos e sem detalhes técnicos expressivos.
Evidentemente, esses fatores contribuíram para que o empresário do setor sofresse um “acomodamento competitivo” e contabilizasse a ineficiência e a improvisação nos orçamentos das obras, em vez de encontrar alternativas eficazes para melhorar seus desempenhos.
Hoje, a competitividade tornou-se mais acirrada em ambos os subsetores, fazendo com que houvesse a necessidade de reverter esse quadro, por meio de uma motivação compulsória por parte dos empresários do setor. Para tanto, a preocupação com o gerenciamento do fluxo de suprimentos, principal responsável pela ineficiência, desperdícios e improvisação no ambiente produtivo, passou a merecer ou a exigir um destaque bem maior, como única forma de colocar a construção civil em patamares próximos aos da indústria de manufatura. Assim, começa a ocorrer, na construção civil, um processo de mudança radical na concepção produtiva. Os métodos construtivos sofreram evoluções consideráveis, não só novas técnicas de fabricação de elementos estruturais passaram a prevalecer, como também a montagem passou a tomar lugar da produção in loco e a movimentação dos materiais nos canteiros começou a ser especializada, com a utilização de equipamentos compatíveis, ou seja, a construção civil está se aproximando muito do processo de industrialização manufaturada. Com isso, o gerenciador da cadeia de suprimentos adquire um destaque maior, exigindo, assim, a caracterização da figura do operador logístico, que irá atuar de forma harmônica com o engenheiro de obras.
Fonte:Revista ciências exatas / UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ (UNITAU) – BRASIL