Quando você transforma seu lixo em adubo, pode oferecer ao solo um material rico em nutrientes (no caso de uma horta ou mesmo para as plantas do seu jardim) e, principalmente, ajuda a reduzir a quantidade de lixo que vai diariamente para os aterros e lixões do Brasil. O processo de reciclagem do lixo orgânico que o transforma em adubo natural é chamado de compostagem. O produto final desse processo é comumente referido como adubo orgânico, composto orgânico ou húmus.
A compostagem é um
processo biológico e natural de decomposição de resíduos orgânicos (como restos
de alimentos, cascas de frutas e legumes, borra de café e folhas secas), que
reproduz as condições ideais de degradação da matéria orgânica. Para a
compostagem de lixo orgânico, os equipamentos variam de composteiras domésticas
simples (com ou sem minhocas) a sistemas industriais mais complexos. O local
ideal deve ser arejado, protegido do sol direto e da chuva.
Aqui vamos mostrar a
composteira domestica
os equipamentos básicos
para a compostagem domestica são composteiras de baldes empilháveis (DIY ou
compradas), usando materiais como plástico ou tambores reutilizados, com furos
para aeração e uma torneira para coletar o biofertilizante líquido (chorume),
além de minhocas (opcional) e materiais secos como folhas e serragem para
equilibrar a mistura e controlar o odor. Existem também composteiras elétricas
(mais caras, mas rápidas) e composteiras sem minhocas, focando na decomposição
por microrganismos, ideais para volumes maiores.
Locais para fazer a
compostagem domestica Para compostagem doméstica, escolha um local arejado,
sombreado e protegido da chuva e sol forte, como um canto do quintal, varanda
ou área de serviço, usando recipientes (baldes, caixas) ou diretamente no solo
(pilha/buraco), com furos para ventilação/chorume e cobertura de material seco
(folhas, serragem) para evitar mau cheiro e insetos.
Aprenda a fazer a compostagem doméstica e mãos à obra!
PASSO 1 – O recipiente
você deve ter um recipiente para colocar o material orgânico. Pode ser um pote
de sorvete, uma lata de tinta ou um balde. Vale usar a criatividade com o que
estiver ao seu alcance. Se der para reaproveitar algum recipiente, melhor
ainda. É importante furar o fundo. Você pode fazer isso manualmente, variando o
tamanho dos buracos. É por eles que o chorume (líquido eliminado pelo material
orgânico em decomposição) vai passar.
Um detalhe importante é
que o chorume pode ser reaproveitado, pois, neste caso, é um fertilizante de
alto potencial (já que é originado apenas de matéria orgânica). Você pode
recolhê-lo e devolver à mistura da sua compostagem ou ainda jogar em plantas, diluído
(anote a proporção: 1 copo de chorume para 9 copos de água).
PASSO 3 – Hora de
colocar o lixo Fazer compostagem em casa não é só jogar o lixo orgânico de
qualquer jeito e deixar que a natureza faça “o resto sozinha”. Existe um método
para viabilizar, facilitar e acelerar a decomposição do material orgânico. O
segredo é sobrepor os tipos de resíduos orgânicos, ou seja, o processo é feito
em camadas.
O que regula a ação dos
micro organismos que vão decompor o material é a proporção de nitrogênio e
carbono. Essa relação deve ser de três para um. Ou seja, uma camada de
nitrogênio para três camadas de carbono. O que é nitrogênio? É o material úmido
(o lixo, em si). O que é o carbono? É matéria seca, como papelão, cascalho de
árvore, serragem, folhas secas, aparas de grama e palha de milho. (Se a relação
for diferente desta, não significa que não ocorrerá o processo de compostagem,
apenas que vai levar mais tempo).
E… pique, pique, pique!
Quanto menor estiver o material que você colocar (tanto o seco quanto o úmido),
melhor. Comece com uma camada de material seco, depois coloque o material
úmido. Depois coloque outra camada de material seco, umedeça-o um pouco e continue
o processo. É importante que a última camada (a que vai ficar exposta) seja
sempre seca, para evitar mau cheiro. Uma opção é colocar cal virgem por cima.
Outro detalhe essencial é: não tampe a composteira. O material orgânico não
pode ficar abafado. Ah, procure sempre
manusear a sua composteira com luvas.
O que você pode usar:
- Resto de leite;
- Filtro de café usado;
- Borra de café;
- Cascas de frutas;
- Sobras de verduras e
legumes;
- Iogurte;
O que você não pode usar:
- Restos de comida temperada com sal, óleo, azeite qualquer tipo de
tempero;
- Frutas cítricas em
excesso, por causa da acidez;
- Esterco de animais
domésticos, como gato e cachorro;
- Madeiras
envernizadas, vidro, metal, óleo, tinta, plásticos, papel plastificado;
- Cinzas de cigarro e
carvão;
- Gorduras animais
(como restos de carnes);
- Papel de revista e
impressos coloridos, por causa da tinta.
PASSO 4 – Espere, mas cuide depois que você montou toda a estrutura, é hora de dar tempo ao tempo. A primeira fase é de decomposição, quando a temperatura interna do material que está na composteira pode chegar a 70°C. Isso dura cerca de 15 dias, no caso da compostagem doméstica. Nesse período, o ideal é não mexer. Depois, revolver o material é super importante para fornecer oxigênio ao processo. Essas “mexidas” podem ser feitas de diversas formas: com um “garfo de jardim” ou trocando o material de lugar – para uma outra lata, por exemplo.
Nesse ponto, você pode
se perguntar: mas eu gero lixo orgânico todo dia. Posso jogá-lo na composteira
diariamente? Melhor não. Você tem algumas alternativas. O ideal é acrescentar
matéria orgânica cada vez que for “mexer” na sua composteira, ou seja, a cada
15 dias, mais ou menos. Nesse intervalo, guarde as suas cascas de frutas,
verduras e o resto que for reaproveitável em um potinho na geladeira.
O tempo para ter o
adubo final varia em função da quantidade de lixo usado e pela forma como a
compostagem é feita. É possível chegar ao final do processo em 2 ou 3 meses. O
indicativo de que o húmus (adubo) está pronto é quando a temperatura do
composto se estabiliza com a temperatura ambiente. Para saber, use os sentidos:
a cor é escura, o cheiro é de terra. E, quando o esfregamos nas mãos, elas não
ficam sujas.


