31 maio 2012

O PLANEJAMENTO URBANO DO BRASIL NO PRESENTE E NO FUTURO

O planejamento urbano no Brasil, hoje, enfrenta desafios como urbanização desordenada e desigualdade social, mas caminha para o futuro com tendências focadas em sustentabilidade e tecnologia. As principais mudanças futuras incluem cidades mais verdes, com mobilidade inteligente e integrada (bicicletas, transporte público e carros elétricos), uso de materiais sustentáveis na construção e a incorporação de dados para gestão eficiente. Os principais objetivos são garantir a qualidade de vida, a resiliência urbana e o desenvolvimento socioeconômico para todos os cidadãos.

O PLANEJAMENTO URBANO DO BRASIL NO PRESENTE E NO FUTURO
O PLANEJAMENTO URBANO DO BRASIL NO PRESENTE E NO FUTURO


 Urbanização Desordenada

A urbanização desordenada é o crescimento rápido e descontrolado das cidades, sem o devido planejamento técnico, legal e social, resultando em ocupações irregulares, infraestrutura precária e problemas ambientais e sociais. Isso ocorre quando o crescimento urbano não é acompanhado por políticas públicas que garantam serviços essenciais como saneamento básico, moradia adequada e transporte, levando a consequências como favelização, poluição, desemprego, violência e desastres ambientais

Desigualdade Social

Desigualdade social é a disparidade na distribuição de recursos, direitos e oportunidades entre diferentes grupos de uma sociedade, levando a diferenças significativas na qualidade de vida. Essa disparidade se manifesta em diversas áreas, como renda, acesso à educação, saúde, moradia e emprego, e pode ser causada por má distribuição de renda e falta de investimento em serviços públicos essenciais. Ela pode se manifestar de diferentes formas, como desigualdades econômicas, raciais, de gênero e de acesso a serviços básicos.

DESIGUALDADE  SOCIAL  AFETA  AS CRIANÇAS A FUNDO
DESIGUALDADE  SOCIAL  AFETA  AS CRIANÇAS A FUNDO



A desigualdade social afeta crianças em diversas áreas, comprometendo seu desenvolvimento físico, mental e social. Isso ocorre pela privação de acesso a uma alimentação adequada e serviços básicos de saúde, o que pode causar desnutrição e maiores taxas de hospitalização. A falta de recursos também impacta a educação, a segurança e a saúde mental, aumentando o estresse, a ansiedade e diminuindo oportunidades futuras


O foco para o desenvolvimento deve ser sustentabilidade e tecnologia

O foco em sustentabilidade e tecnologia oferece um caminho promissor para o desenvolvimento, combinando inovação com responsabilidade ambiental. Para direcionar melhor as ações, é útil definir em qual contexto esse desenvolvimento ocorrerá (setor industrial, cidade, projeto específico, etc.).

A sustentabilidade para o Desenvolvimento: A sustentabilidade é fundamental para o desenvolvimento, pois propõe um crescimento econômico e social que atenda às necessidades atuais sem comprometer a capacidade das futuras gerações de atenderem às suas próprias necessidades. Isso é alcançado através da integração de fatores ambientais, sociais e econômicos, garantindo o uso racional dos recursos naturais, a proteção da biodiversidade e o avanço da equidade social. Um exemplo concreto disso são os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), um plano global da ONU para 2030 que estabelece metas para erradicar a pobreza, proteger o planeta e garantir prosperidade para todos, como explica a Portal de Educação Ambiental do Governo do Estado de São Paulo.


A tecnologia e a sustentabilidade para o Desenvolvimento sustentável
A TECNOLOGIA E A SUSTENTABILIDADE PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL


A tecnologia para o Desenvolvimento: A tecnologia impulsiona o desenvolvimento em diversas áreas, como a economia, a educação e a saúde, ao promover maior eficiência, inovação e acesso a informações e serviços. Ela permite a criação de novas ferramentas, a otimização de processos e a conexão entre pessoas e mercados, embora seu uso deva ser supervisionado para maximizar benefícios e mitigar riscos, especialmente no desenvolvimento infantil.

A tecnologia é uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento em diversas esferas da vida, mas é fundamental que seu uso seja feito de forma estratégica e equilibrada. Isso inclui a criação de políticas públicas que garantam infraestrutura e acesso para todos, além de orientação para um uso consciente e responsável, especialmente em áreas sensíveis como a educação infantil.




AS CIDADES E SUAS SITUAÇÕES


CIDADES URBANAS NO PRESENTE
CIDADES URBANAS NO PRESENTE

Em algum momento no decorrer de 2007 e, pela primeira vez na historia da humanidade, o número de pessoas vivendo em cidades ultrapassou o das que vivem em zonas rurais.  Em 2030, a população urbana será o dobro da que vive na área rural. 


Os novos recordes virão acompanhados de um grande desafio – tornar este crescimento sustentável para não deixá-lo se transformar em uma sentença de morte para o planeta Terra.


“Quanto tempo ainda temos para começar a agir?”, é o que questiona o presidente emérito do Conselho de Diretores do Instituto do Clima do Reino Unido, Sir Crispin Tickell.

Em 1950, quando a população urbana era de apenas 30%, o total de emissões globais de CO2 correspondia a um bilhão de metros cúbicos. Hoje são sete bilhões. “Nós falharemos se não atacarmos o problema agora e nos adaptarmos às mudanças climáticas”, afirma o diretor do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), Rajendra K. Pachauri.



Em 2015, segundo previsões das Nações Unidas, 36 megalópoles terão mais de oito milhões de habitantes. Duas destas estarão na África, uma nos países Árabes, 22 na Ásia, três na Europa, seis na América Latina e Caribe e duas na América do Norte.




Cidade Ilegal


Cidade Ilegal
Cidade Ilegal

Uma das grandes críticas ao planejamento urbano moderno é a representação ideológica da cidade com a exclusão urbanística de uma gigantesca área de ocupação ilegal do solo urbano. Para a arquiteta e urbanista Ermínia Maricato, o urbanismo brasileiro não tem compromisso com o planejamento urbano moderno, “mas com uma ordem que diz respeito a uma parte da cidade, apenas”.


No artigo “As ideias fora do lugar e o lugar fora das idéias”(publicado no livro A cidade do pensamento único: desmanchando consensos), Ermínia afirma que as idéias do planejamento e regulação urbanística são aplicadas a uma parcela da sociedade reafirmando e reproduzindo desigualdades e privilégios. “Para a cidade ilegal não há planos, nem ordem. Aliás ela não é conhecida em suas dimensões e características. Trata-se de um lugar fora das idéias”, define.


Entre as consequências de planejar o crescimento das cidades a partir desta visão estão a insustentabilidade ambiental, a falta de relações democráticas e igualitárias, os prejuízos para a qualidade de vida urbana e a exclusão da cidadania. “A segregação territorial e todos os corolários que a acompanham – falta de saneamento ambiental, riscos de desmoronamentos, riscos de enchentes, violência – estão a ele vinculados”, explica Ermínia.


A urbanista ressalta que este processo político e econômico construiu uma das sociedades mais desiguais do mundo e que “teve no planejamento urbano modernista/funcionalista, importante instrumento de dominação ideológica: ele contribuiu para ocultar a cidade real e para a formação de um mercado imobiliário restrito e especulativo.”


Fonte de parte do texto:instututocarbonobrasil.org.br