28 novembro 2023

CONCEITO BASICOS SOBRE O TRATAMENTO DE LODO DA ETAs - ETEs O DESTINO INADEQUADO CAUSA IMPACTOS AMBIENTAIS

 Conceitos básicos sobre tratamento do lodo

     Dar destino inadequado aos resíduos gerados nas ETAs e ETEs causam impactos ambientais negativos, como a contaminação do solo e dos corpos d’água. Estes impactos, por sua vez, trazem consequências à fauna, à flora e aos seres humanos. Podem ainda, acarretar fortes prejuízos financeiros decorrentes de multas e indenizações.

      Há o aspecto legal de se fazer cumprir a Lei nº 6.938 de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, no entanto, destinar adequadamente os resíduos envolve outras questões. O Art 2º desta lei define os princípios adotados para a racionalização do uso do solo, subsolo, ar e água, bem como da preservação e restauração dos recursos ambientais visando sua utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida e os objetivos desta política, em especial quanto à utilização racional e disponibilização permanente dos recursos ambientais. (SILVA, 2005).

 

CONCEITO BASICOS SOBRE O TRATAMENTO DE LODO DA ETAs - ETEs O DESTINO INADEQUADO CAUSA IMPACTOS AMBIENTAIS
DECANTADORES DE LODO

      A Lei 12.305/2010 define resíduos e rejeitos, sendo o primeiro passível de ser reutilizado e reciclado. O lodo de ETA se enquadra como resíduo sólido e, portanto, precisa ser gerenciado de tal forma a garantir as premissas da Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS, evitando que o mesmo seja direcionado para locais inadequados ou até mesmo para aterros sanitários sem qualquer tratamento.

     O lodo gerado no tratamento de água é constituído de partículas tais como microrganismos, sólidos orgânicos e inorgânicos, e sólidos provenientes dos produtos químicos utilizados no tratamento, como coagulantes, alcalinizantes, entre outros.

Já as características do lodo gerado durante o tratamento de esgoto dependem do efluente a ser tratado; da técnica utilizada para tratar o esgoto; da eficiência obtida durante o tratamento; além de apresentar maior possibilidade de contaminação por metais pesados e microrganismos patogênicos.

Quais são as fases do tratamento de lodo?

• O tratamento do lodo das ETAs e ETEs, basicamente, envolve os processos de adensamento, desaguamento, estabilização e higienização.

 
• O adensamento e o desaguamento visam o aumento da concentração de sólidos e a redução do volume de lodo que se dá perante a retirada de água do mesmo, respectivamente.


• A estabilização do lodo tem por finalidade reduzir a quantidade de patógenos, eliminar os maus odores e inibir, reduzir ou eliminar o potencial de putrefação.


• Já a higienização busca garantir um nível de patogenicidade do lodo que, ao ser disposto no solo, não cause riscos à população e ao meio ambiente. Somente após este processo o lodo estará pronto para ser transportado. O tempo para conclusão da higienização depende do tipo de processo adotado pela unidade de gerenciamento e de sua eficiência, variando de zero, na secagem térmica, a 30/60 dias na caleação.

Destinação pós tratamento

Após o tratamento, o lodo poderá ser utilizado de diversas maneiras, como na agricultura, silvicultura, na recuperação de áreas degradadas, construção de telhados verdes, controle de erosão, na fabricação de materiais de construção, pavimentação, dentre outras. Para tal, é imprescindível o tratamento adequado de acordo com a PNRS, evitando graves impactos ao meio ambiente e aos seres vivos.

Tecnologias e Projetos

Atualmente existem diversas tecnologias que podem ser empregadas nas diferentes fases do processo de tratamento, no entanto, para obtenção de resultados eficientes, é imprescindível um projeto prévio, desenvolvido com base na caracterização do lodo, estrutura existente, projeção de crescimento de demanda, condições ambientais locais, entre outros fatores.

 O Lodo hoje em Dia por Meios de quem usa métodos Sustentáveis deve ser reutilizado em de encaminhado para ATERROS SANITÁRIOS porque este depois de tratado pode virar Matéria Prima.

Aplicação na Agricultura

O Lodo proveniente de ETA e ETE pode se tornar matéria-prima de um substrato para plantas e de um condicionador de solo, mediante a garantia que não ocorram impactos ambientais negativos.

O artigo 3º da Resolução CONAMA nº 375/2006, que define critérios e procedimentos para o uso agrícola de lodos de esgoto gerados em estações de tratamento de esgoto sanitário e seus produtos derivados, determina que os lodos gerados em sistemas de tratamento de esgoto sejam submetidos a processos de redução de patógenos e da atratividade de vetores, para que possam ser utilizados na agricultura.

O uso agrícola é uma destinação ambientalmente sustentável para o lodo de esgoto, pois promove a reciclagem de nutrientes, sendo benéfico ao cultivo de plantas e às características físico-químicas e biológicas do solo.

 

CONCEITO BASICOS SOBRE O TRATAMENTO DE LODO DA ETAs - ETEs O DESTINO INADEQUADO CAUSA IMPACTOS AMBIENTAIS
REAPROVEITAMENTO NA AGRICULTURA

Diversas pesquisas realizadas ultimamente vem mostrando que é possível utilizar lodo para recuperação de solos erodidos e empobrecidos. Uma das práticas para conservação e recuperação dos solos incentivada é o uso de lodo de esgotos domésticos em solos agrícolas. Isto porque, o lodo proveniente de esgotos domésticos são constituídos de substâncias benéficas para o solo, como nitrogênio e o fosforo, por exemplo.

Diversos estudos no Brasil comprovaram a eficácia do uso agrícola de lodo de esgoto, entretanto, a possível presença de poluentes como metais pesados, patógenos e compostos orgânicos persistentes são fatores que podem provocar impactos ambientais negativos.

 

Aplicação na Construção Civil

O lodo pode ser utilizado para fabricação de materiais da construção civil. Além do custo baixo, resistência, durabilidade, o principal benefício está em reduzir os impactos ambientais. “A Lei 12.305/2010 define resíduos e rejeitos, sendo o primeiro passível de ser reutilizado e reciclado.

 

CONCEITO BASICOS SOBRE O TRATAMENTO DE LODO DA ETAs - ETEs O DESTINO INADEQUADO CAUSA IMPACTOS AMBIENTAIS
REAPROVEITAMENTO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

 

Durante os últimos anos, diversos estudos e aplicações foram feitos em relação ao uso de lodo de ETE’s e ETA’s na construção civil. Diversos especialistas da área estão buscando soluções que sejam economicamente viável e ambientalmente vantajosa para o destino dos lodos na construção civil. Dentre as diversas possibilidades de uso, atualmente, destacam-se a fabricação de tijolos e cimento.

Um exemplo é a utilização do lodo de ETA em indústrias de cerâmica, pois geralmente, o lodo apresenta algumas características físicas e mineralógicas compatíveis com as matérias-primas utilizadas neste tipo de indústria.

Transporte do Lodo

Antes de ser enviado ao destino final, o lodo tem que ser transportado dentro da própria estação de tratamento de esgoto (ETE). Segundo Von Sperling, para essa movimentação, geralmente, são utilizadas esteiras transportadoras ou caçambas do tipo Brook com capacidade média de 5m³ cada, acopladas a caminhões com dispositivos hidráulicos de carga e descarga.

 

CONCEITO BASICOS SOBRE O TRATAMENTO DE LODO DA ETAs - ETEs O DESTINO INADEQUADO CAUSA IMPACTOS AMBIENTAIS
TRANSPORTE DO LODO EM ESTEIRA DENTRO DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO

O carregamento de caminhões pode ser realizado com pás carregadeiras de rodas ou retroescavadeiras e devem possuir carrocerias totalmente vedadas, serem equipados com sistema de trava que impeça a abertura da tampa traseira, possuir lona plástica para cobertura, cone de sinalização, pá ou enxada e luvas de látex.

Além de respeitar a capacidade volumétrica da caçamba transportadora, outros cuidados devem ser tomados no transporte de biossólidos, lembrando que é de total responsabilidade da empresa geradora do resíduo. Deverão ser observadas também as condições das estradas a percorrer, distância, tipos de veículos, limpeza dos pneus ou de qualquer outra parte do veículo ao sair da ETE, não carregar nem transportar em dias chuvosos se a operação não puder ser realizada em ambiente e caminhões cobertos.

Resolução CONAMA 375/2006

O art. 19, da Resolução CONAMA 375/2006 determina que a Unidade de Gerenciamento de Lodo (UGL) é responsável pelo carregamento e transporte do biossólido. Estabelece que para retira-lo da ETE, o motorista do caminhão deve apresentar um Termo de Responsabilidade e Formulário de Controle e Retirada devidamente preenchidos. Os documentos são emitidos pela própria UGL e deverão ser mantidos em arquivo para que possam ser apresentados aos órgãos fiscalizadores sempre que forem solicitados.
 
 O custo de transporte é um importante parâmetro para a viabilidade econômica do uso agrícola do lodo de esgoto. Quanto maior o volume transportado por viagem, menor o custo unitário de transporte.

Fonte: hidrogeron.com/conceitos-basicos-sobre-tratamento-do-lodo                         Fonte: tratamentodeagua.com.br

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