PASSOS – A Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis do Sudoeste de Minas Gerais (Coocares), entidade considerada assistencial/filantrópica, corre o risco de ficar sem receber R$ 30 mil em subvenções sociais por não apresentar onde deve pretende aplicar a verba e por falta de recursos para pagar o registro da ata de fundação e da diretoria junto ao cartório e à Receita Federal.
A verba foi aprovada por meio de projeto de lei enviado à Câmara pela Prefeitura de Passos, aprovado no dia 26 de outubro de 2021, e beneficia mais três instituições com subvenções sociais, totalizando a quantia de R$ 120 mil. Para cada, a proposta é repassar R$ 30 mil.
A vice-presidente da Coocares, Regina Lopes Lima, afirma que a documentação da cooperativa está em dia, mas falta dinheiro para registrar a ata de fundação e da diretoria junto ao cartório e à Receita Federal.
“Não temos dinheiro para isso. Precisamos de ajuda de pessoas, porque os R$ 30 mil vão dar para liquidarmos todas as nossas dívidas e ainda sobra para pagar os salários dos 12 catadores cadastrados. Que Deus ilumine alguém para colaborar com o nosso contador e deixar tudo certo em termos de documentação”, disse.
COOPERATIVA DOS RECICLADORES COOCARES PODE PERDER BENEFÍCIOS DE R$30MIL POR FALTA DE REGISTRO EM CARTÓRIO
Além de dívidas, a Coocares está sem veículo para levar os materiais recicláveis até a sua nova sede, na Avenida Arlindo Figueiredo, 1.781, próximo do Lar São Vicente de Paulo. A única caminhonete, bastante usada, está com defeito e precisa de reparos.
“Não temos dinheiro para as despesas de oficina, peças e combustível. Ela é muito importante para nós, porque os catadores não dão conta de buscar material longe daqui. Toda hora recebemos ligações de pessoas doando, mas perdemos a chance de ganhar dinheiro por falta de condução”, disse. Segundo ela, a cooperativa não recebe ajuda para transporte do material.
Ainda de acordo com Regina, em março do ano passado, um empresário do ramo de ar-condicionado de Carmo do Rio Claro, com loja em Passos, firmou uma parceria com a Coocares com a promessa de pagar o aluguel da sede, no valor mensal de R$ 2.700, ceder um caminhão e uma caminhonete, pagar os salários dos catadores, telefone, água e energia. Em janeiro de 2022, se desentendeu com a direção da instituição e desfez a parceria.
“Ele nos deixou endividados. Não pagou o aluguel de fevereiro e tivemos que vender o estoque de recicláveis, o de março vence dia 10, os salários, telefone, e deixou de pagar o Saae durante seis meses. Com pouco material para vender porque não temos como buscá-lo, pagamos a locação de fevereiro do barracão, e com isso, cada catador recebeu pouco mais de R$ 100”, declarou Regina.
BARRACÃO DA COOPERATIVA COOCARES NOS DIAS QUE RECOLHIA RESÍDUOS TODO DIA
Prefeitura prevê parceria em coleta seletiva
Surgiu nos últimos dias, uma polêmica sobre a informação da secretária municipal de Obras, Clélia Rosa, na reportagem publicada nesta Folha dia 3 deste mês, de que a prefeitura cede um caminhão destinado à coleta de materiais descartáveis para a Coocares e a Associação de Apoio e de Catadores de Materiais Recicláveis (AAção Reciclagem). O Diretor Municipal de Meio Ambiente, Gilson de Oliveira Wenceslau, esclareceu que:
“Em 2020, três caminhões usados na extração clandestina de pedra quartzito foram apreendidos por funcionários de um órgão federal fiscalizador do meio ambiente na região. Eles foram trazidos para o pátio da prefeitura localizado na rua Tenente Vasconcelos, tendo o município sido nomeado depositário fiel dos veículos. Em contato com o prefeito na época, em 2020, foi solicitado pela AAção Reciclagem que o termo de depositário fiel de um caminhão, fosse repassado para a referida associação, visando dar suporte no projeto de coleta seletiva. Diante da concordância do prefeito e autorização do órgão ambiental federal, a guarda de um caminhão foi repassada para a instituição. A utilização do referido caminhão na coleta seletiva não envolve a cooperativa Coocares”.
Wenceslau revelou que a prefeitura adquiriu três caminhões para implantação da coleta seletiva de materiais recicláveis em Passos. A intenção da administração pública municipal é repassar os caminhões para associações e cooperativas de catadores, que estejam regularizadas nos termo da Lei Federal nº 13.019/2014 e demais legislações pertinentes, através de chamamento público, sendo que Coocares e AAção Reciclagem poderão participar do processo.
A Secretária Municipal de Desenvolvimento Social, Trabalho e Renda, Carla Pimentel, há oito meses no cargo, disse que não foi procurada pela direção da Coocares e que está disposta a ajudar a entidade.
“Peço aos responsáveis que me procurem semana que vem. Será um prazer conhecê-los e atender seus pedidos. O meu contato frequente é com o ex-presidente da AAção, e atual secretário do Meio Ambiente, Gilson Wenceslau”, afirmou.
Por Ézio Santos/ Especial
Fonte clic folha
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