O
Consumo Sustentável envolve a escolha de produtos que utilizaram menos recursos
naturais em sua produção, que garantiram o emprego decente aos que os
produziram, e que serão facilmente reaproveitados ou reciclados. Significa
comprar aquilo que é realmente necessário, estendendo a vida útil dos produtos
tanto quanto possível. Consumimos de maneira sustentável quando nossas escolhas
de compra são conscientes, responsáveis, com a compreensão de que terão
consequências ambientais e sociais – positivas ou negativas.
CONSUMIR DE FORMA SUSTENTÁVEL |
Mudança
de comportamento é algo que leva tempo e amadurecimento do ser humano, mas é
acelerada quando toda a sociedade adota novos valores. O termo “sociedade de
consumo” foi cunhado para denominar a sociedade global baseada no valor do
“ter”. No entanto, o que observamos agora são os valores de sustentabilidade e
justiça social fazendo parte da consciência coletiva, no mundo e também no
Brasil. Este novo olhar sobre o que deve ser buscado por cada um promove a
mudança de comportamento, o abandono de práticas nocivas de alto consumo e
desperdício e adoção de práticas conscientes de consumo.
Consumo
consciente, consumo verde, consumo responsável são nuances do Consumo
Sustentável, cada um focando uma dimensão do consumo. O consumo consciente é o
conceito mais amplo e simples de aplicar no dia a dia: basta estar atento à
forma como consumimos – diminuindo o desperdício de água e energia, por exemplo
– e às nossas escolhas de compra – privilegiando produtos e empresas
responsáveis. A partir do consumo consciente, a sociedade envia um recado ao
setor produtivo de que quer que lhe sejam ofertados produtos e serviços que
tragam impactos positivos ou reduzam significativamente os impactos negativos
no acumulado do consumo de todos os cidadãos.
A atitude do consumidor na hora de comprar pode fazer muita diferença para o meio ambiente e para o futuro do planeta. É necessário levar em conta bem mais do que o preço, a qualidade e a marca do produto. É preciso avaliar as consequências de cada escolha para evitar o esgotamento dos recursos da natureza, que são limitados e difíceis de repor.
Água, combustíveis fósseis, madeira, tudo isso pode acabar um dia se não houver um consumo consciente. Medidas simples como escovar os dentes com a torneira fechada, reduzir a impressão de papéis ou abolir o uso do carro em pequenas distâncias contribuem para a garantia de um mundo mais equilibrado com menos desperdício.
As pequenas mudanças em nosso dia a dia incluem ainda pensar em como é feito o produto e qual o seu destino final. Por exemplo, usar sacolas de tecido em vez de sacolas plásticas, que gastam muita água e energia na sua confecção, poluem o ambiente e levam centenas de anos para se decompor.
Onde comprar também é uma decisão importante. A empresa é certificada? É reconhecida por práticas socioambientais? A matéria-prima é extraída de forma sustentável? Tem embalagens recicláveis? Usa trabalho escravo ou infantil?
Para o Ministério do Meio Ambiente, o consumidor consciente é aquele que considera, ao escolher os produtos que compra, o meio ambiente, a saúde humana e animal e as relações justas de trabalho.
Excesso de lixo
Com 15 anos de existência, o Akatu é uma organização não governamental sem fins lucrativos, de São Paulo, que trabalha pela conscientização da sociedade em prol de novos estilos de vida viabilizados por modelos sustentáveis de produção e consumo.
A meta é ambiciosa: garantir uma transformação na mentalidade do consumidor, de forma a mobilizar a população brasileira até o final de 2022.
Para estimular a mudança de comportamento, são realizadas campanhas em escolas e na mídia, pesquisas e eventos com foco na educação. O instituto também atua em parceria com empresas.
Quanto mais consumimos, mais lixo produzimos. Só no ano passado, o Brasil gerou 79,9 milhões de toneladas de lixo. O dado é da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). A quantidade de materiais descartados continua a aumentar no país, tanto em termos absolutos como por indivíduo.
CONSUMIR DE FORMA SUSTENTÁVEL |
Em 2015, quase 30 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos foram depositados em lixões ou aterros que não estão adaptados de forma a proteger o meio ambiente.
A reciclagem é uma das ações prioritárias previstas na Política Nacional de Resíduos Sólidos. A lei de 2010 também estabelece a chamada logística reversa, que é a devolução ao fabricante de produtos como embalagens de agrotóxicos, óleos lubrificantes e pneus, pilhas e baterias, lâmpadas, peças e equipamentos eletrônicos e de informática e eletrodomésticos.
Essa prática mobiliza os consumidores, que restituem o material, responsabiliza as empresas, que reaproveitam o resíduo em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, e promove a integração de municípios na destinação final dos resíduos.
— Como consumidores podemos agir de modo ambientalmente correto em relação ao resíduo que produzimos. Estudos apontam que cada cidadão produz cerca de um quilo de lixo por dia. Mas esse lixo não é lixo. Entre 60% e 70% podem ser reaproveitados, pela compostagem, pela reciclagem ou pela reutilização. Então, de fato, só um percentual bem inferior é destinado ao aterro por ser considerado rejeito — explica a consultora do Senado, Karen Kassmayer.
O que significa que não só o poder público é responsável pelos resíduos. Karen defende a prática da coleta seletiva na casa de cada consumidor.
— Separar os resíduos de acordo com a classificação e destinar ao local correto: garrafas plásticas, embalagens em geral, vidros em uma categoria, papéis e papelão em outra. Em países desenvolvidos, o próprio cidadão participa da gestão do resíduo. Inclusive, sob pena até de multas e outras sanções. Mas aqui no Brasil nós temos primeiro o desafio de estimular que o consumidor faça essa coleta seletiva”, completa a consultora.
Fonte;12.senado.leg.br
Fonte:.mma.gov.br
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