O setor da construção civil
“além de ser um dos maiores da economia ele produz os bens de maiores dimensões
físicas do planeta, sendo consequentemente o maior consumidor de recursos
naturais de qualquer economia”
(JOHN, 2000). Segundo este
mesmo autor, o consumo de recursos naturais na construção civil é variável de
acordo com cada região, isso dependendo de fatores como:
IMPACTO AMBIENTAL DA CADEIA PRODUTIVA DA CONSTRUÇÃO -Consumo de Recursos Naturais |
• taxa de resíduos gerados;
• vida útil ou taxa de
reposição das estruturas construídas;
• necessidades de manutenção,
inclusive as que visam corrigir falhas construtivas;
• perdas incorporadas nos
edifícios; e
• tecnologia empregada.
Como citado na introdução, a
construção civil é responsável pelo consumo de parte signifi cativa dos
recursos naturais do planeta. Para John (2000) a estimativa é um consumo de 9,4
ton/hab.ano de materiais de construção.
O DETR (1998) menciona que, no
Reino Unido, a construção consome algo em torno de 6 ton/hab.ano e 250 a 300 milhões
de toneladas de agregados por ano.
Para John (2000), considerando
que no Brasil são produzidas por ano cerca de 35 milhões de toneladas de
cimento Portland e que este cimento é misturado com agregados a um traço médio
de 1:6, pode-se estimar que 210 milhões de toneladas de agregados são
consumidos anualmente somente na produção de concretos e argamassas, sem considerar
o volume de agregados que são utilizados em pavimentação e as perdas.
ELEVADO
CONSUMO DE AGREGADOS NATURAIS
O consumo de agregados
naturais varia entre 1 e 8 toneladas/habitante/ano.
No Brasil, o consumo de
agregados naturais somente na produção de concreto e argamassa é de 220 milhões
de toneladas.
Ao redor de grandes cidades, a
areia e outros agregados naturais começam a ficar escassos, influenciado também
pelo controle ambiental da extração que vem se intensificando.
ELEVADO
CONSUMO DE MADEIRA
A construção civil consome
cerca de 2/3 da madeira natural extraída.
A maioria das florestas não é
remanejada adequadamente. 66% da madeira
MATÉRIAS
PRIMAS ESCASSAS
Algumas matérias primas tradicionais
da construção possuem reservas mapeadas escassas. O cobre e o zinco, por
exemplo, possuem reservas suficientes para durarem cerca de 60 anos. Cobre - reserva por 60 anos
Pode-se dizer ainda que o
consumo de recursos naturais é maior do que o necessário devido ao elevado
volume de perdas incorporadas às construções ou eliminadas como resíduos. De
acordo com John (2000) é inevitável que ocorra um determinado volume de perdas.
Porém a fração das perdas que excede ao limite mínimo característico da tecnologia
empregada é considerada desperdício. Segundo este mesmo autor “os limites entre
perda inevitável e o desperdício são difíceis de estabelecer e para uma mesma
tecnologia variam com características regionais e no tempo”. A perda
incorporada apesar de na maioria das vezes ser menos perceptível que a perda
que saí da obra na forma de resíduos é causadora de consumo excessivo de
recursos e geração de desperdício.
Para a construção civil o
grande desafio é alcançar uma melhoria e ampliação do ambiente construído com o
emprego de um volume inferior de recursos naturais, principalmente nos países
não desenvolvidos devido à necessidade de se construir uma quantidade maior de
bens.
Fonte do texto:fieb.org.br/Adm/Conteudo/uploads/Livro-Gestão-de-Resíduos