28 outubro 2015

A FALTA DE GESTÃO; RECICLAGEM; ADMINISTRAÇÃO; SUSTENTABILIDADE E CONSIDERAÇÕES POR QUEM VIVE DO LIXO DO BRASIL

Abaixo tem matérias sobre situações dos Lixões Aterros Sanitários, Aterros Controlados, Catadores de Recicláveis, Leis sobre os Resíduos etc, e um Filme Completo Documentário que concorreu a Oscar o filme mostra situações do maior aterro do Mundo Gramacho, no Rio de Janeiro. e edições  sobre a  vida dos catadores nos dias atuais depois de 3 anos como fico a situação dos catadores do local e de como anda os catadores nos dias atuais e da lei que mudou novamente sobre os lixões que eram para ter acabado em 2014 agora foi adiado para 2021.....

Lixo Extraordinário - Documentário - Filme Completo

Você já assistiu ao filme Lixo Extraordinário? Se não, assista. O documentário concorreu ao Oscar em 2011 e mostra um projeto do artista plástico Vik Muniz no maior aterro sanitário do mundo, Gramacho, no Rio de Janeiro. O filme conta como foi a experiência do artista Vik Muniz ao fazer arte com lixo e transformar a vida de um grupo de catadores.
O filme mostra a vida difícil de pessoas que vivem literalmente no lixo e que dependem dele para a sobrevivência. O artista, que nasceu na classe média baixa paulistana e hoje é um dos maiores expoentes das artes visuais no mundo, trabalha com colagens e montagens de materiais diversos para formar retratos.


Lixo Extraordinário - Documentário - Filme Completo

A Lei nº 12.305 prevê, desde 2 de agosto de 2010, que todos os rejeitos do país devem ter uma disposição final ambientalmente adequada em quatro anos. Traduzindo e atualizando o juridiquês, a lei — que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos no país — determina a desativação dos lixões a céu aberto. Na prática, seis meses depois de expirado o prazo, os lixões não foram todos extintos. A estimativa do Ministério do Meio Ambiente (MMA) é que 59% dos municípios brasileiros ainda dispõem seus resíduos em vazadouros a céu aberto ou aterros controlados (lixões com cobertura precária).

Há multa prevista para quem não cumpriu o prazo. De acordo com informações divulgadas no site do MMA, os artigos 61 e 62 do decreto 6.514 de 2008, que regulamenta a lei de crimes ambientais, prevê que quem causar poluição que possa resultar em danos à saúde humana ou ao meio ambiente, incluindo a disposição inadequada de resíduos sólidos, estará sujeito à multa de R$ 5 mil a R$ 50 milhões.
FRANK E SUSTENTABILIDADE E JOSÉ MARIA CATADOR DE RECICLÁVEIS
FRANK E SUSTENTABILIDADE E JOSÉ MARIA CATADOR DE RECICLÁVEIS

Os municípios alegam falta de verba e pleiteiam prorrogação do prazo previsto na Lei. “A maioria dos municípios brasileiros não teve condições técnicas e financeiras para cumprir o prazo estabelecido”, argumenta Francisco Lopes, secretário executivo da Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento (ASSEMAE). “A consolidação do fim dos lixões no Brasil é uma realidade ainda longe de ser alcançada. Sobre o impasse, acreditamos não ser possível impor prazos iguais a todos os municípios, afinal, cada um deles possui uma realidade econômica diferente”, diz ele, que defende a criação de um cronograma em escala para atender as normas da lei, com prazos diferentes conforme o número de habitantes dos municípios. “Os municípios com mais de 200 mil habitantes devem elaborar plano de saneamento, com disposição ambientalmente adequada até dezembro de 2015. Já as cidades de 50 a 200 mil habitantes teriam até final de 2016. O prazo para aqueles com menos de 50 mil moradores seria dezembro de 2017”, propõe.
A FALTA DE GESTÃO; RECICLAGEM; ADMINISTRAÇÃO; SUSTENTABILIDADE E CONSIDERAÇÕES POR QUEM VIVE DO LIXO DO BRASIL
A FALTA DE GESTÃO; RECICLAGEM; ADMINISTRAÇÃO; SUSTENTABILIDADE E CONSIDERAÇÕES POR QUEM VIVE DO LIXO DO BRASIL

Atentado ambiental

Em novembro de 2014, o Poder Executivo vetou o trecho de uma medida provisória aprovada pelo Congresso que previa a ampliação em mais quatro anos do prazo para municípios acabarem com lixões. O tema havia sido incluído pelos parlamentares na MP 651, que trata de outro assunto (medidas de incentivo à economia através de desonerações). “A prorrogação de prazos, da forma como prevista, contraria o interesse público, por adiar a consolidação de aspecto importante da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Além disso, a imposição de veto decorre de acordo realizado no plenário do Senado Federal com as lideranças parlamentares, que se comprometeram a apresentar alternativa para a solução da questão”, disse o vice-presidente da República Michel Temer, na justificativa do veto publicada no Diário Oficial da União em 14 de novembro de 2014.

O deputado federal Chico Alencar (PSOL/RJ) criticou o Congresso pela aprovação da medida que concedia mais prazo aos municípios, a que chamou de “atentado ambiental”. “Aqui na Câmara, quase todos se unem para enfiar em uma MP sobre fundos de renda fixa e ativos financeiros, um tremendo ‘jabuti’! Os mais de 2 mil que cumpriram a lei ficam prejudicados e as negociações com o Ministério Público para dosar as punições às Prefeituras que ainda não fizeram a coleta adequada e os aterros sanitários são jogadas fora. Enquanto a Pátria está distraída com as eleições presidenciais, o Parlamento comete um atentado ambiental (e antirregimental)”, escreveu o deputado em sua página na rede social Facebook à época.

A ambientalista Zilda Veloso, diretora de Meio Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, conta à Radis que o governo estuda um novo instrumento legal que estabeleça critérios para que o prazo possa ser prorrogado em casos especiais. “O Ministério entende a dificuldade dos municípios, mas simplesmente prorrogar o prazo para todos, sem nenhum critério, não é possível”, diz. O que está sendo feito, segundo ela, é uma articulação com o Ministério Público Federal para estabelecer uma estratégia de negociação dos prazos de encerramento dos lixões por meio de Termos de Ajustamento de Conduta (TAC) com as prefeituras. Ainda de acordo com a diretora, alguns municípios já foram notificados pelo Ministério Público para que dessem destinação adequada a seus resíduos.

“O governo não vai propor prorrogação dos prazos, mas é favorável a abrir debates sobre o aperfeiçoamento da lei”, afirmou ministra Izabella Teixeira, em matéria publicada no site do MMA (5/8/2014). Para ela, é necessário que sejam levadas em conta dificuldades de municípios pequenos, muitas vezes remotos, nem sempre em situação econômica favorável para implantar as ações necessárias. A maior parte do lixo é gerada nas grandes cidades, e a discrepância de volume produzido é muito grande, considerando o porte do município. Quase metade do volume total (que corresponde a mais de 300 mil toneladas de resíduos por dia) são produzidos por 5% dos municípios, um total de 299 cidades.

Planos simplificados

Os municípios de pequeno porte, com menos de 20 mil habitantes, podem elaborar planos simplificados de gestão integrada de resíduos sólidos. Os planos permitem que eles obtenham recursos do Governo Federal, específicos para o manejo dos resíduos e a implantação da coleta seletiva. Segundo o IBGE, até 2013, 1865 municípios haviam declarado possuir planos de gestão integrada de resíduos sólidos nos termos da PNRS.
O Governo Federal tem apoiado a formação de consórcios públicos como forma de tornar viável a gestão integrada de resíduos sólidos. Há a possiblidade também de municípios e estados optarem por contratos com empresas privadas para a execução de soluções e prestação de serviços. Questionada se as terceirizações abririam possibilidade para uma “privatização do lixo”, Zilda Veloso garante que a responsabilidade é do poder público. “Ele pode contratar, mas essa contratação não o exime de nada”.

Catadores não são prioridade

A pesquisadora Amanda Rodrigues acompanhou o fechamento do lixão localizado no bairro Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, na região da Baixada Fluminense, em 2012, quando realizava sua pesquisa de mestrado em Saúde Pública na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz). Para ela, mesmo nos casos em que houve construção de aterro sanitário, isso não representa que a melhor solução socioambiental tenha sido encontrada. “O caso de Jardim Gramacho vem sendo considerado exemplo por ter conseguido encerrar o funcionamento do lixão e por ter concedido indenização para os 1.603 catadores. Mas que condições têm essas pessoas para disputar no mercado de trabalho?”, questiona.

“O fechamento de Jardim Gramacho foi um evento midiático”, considera a pesquisadora, lembrando que o aterro foi desativado em junho de 2012, às vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20). O local também recebeu bastante divulgação por ter sido retratado nos documentários Lixo Extraordinário, de Lucy Walker, e Estamira, de Marcos Prado, premiados internacionalmente.

Amanda relata que em setembro de 2013, ou seja, bem depois do encerramento do lixão, o governo do Estado do Rio de Janeiro ainda aguardava o fim do diagnóstico socioeconômico encomendado a um instituto de pesquisa para implementar melhorias na região onde ficava o lixão. “O curso profissionalizante que foi oferecido aos catadores só se iniciou depois da desativação do lixão. Eles são autônomos, estão acostumados a receber por dia. Alguns não sabiam somar. E depois? Não se fala mais nisso e ninguém volta para observar as condições de vida dessas pessoas. Mesmo assim, esse desfecho foi considerado moralmente aceitável”, afirmou.

*Matéria publicada na Revista Radis 149. Fevereiro de 2015. Veja aqui a revista na íntegra.
Publicado no Portal EcoDebate, 25/02/2015
Fonte:http://www.ecodebate.com.br / vídeo You Tube - Profissão Repórter rede Globo 27/10/2015

PRAZO PARA MUNICÍPIOS ACABAREM COM LIXÕES PRORROGADO ATÉ 2021 - Senado conivente

Os municípios brasileiros estão livres para  continuar poluindo com lixões. Para se manterem livres de cumprir a lei que  dava  agosto de 2014 como prazo final para o fim dos lixões no país, receberam um presente do Senado. Um novo prazo que, para alguns municípios, vai até 2021. O projeto seque agora para a Câmara dos Deputados.


  Em todo o país, os lixões já deveriam ter sido fechados e substituídos por aterros sanitários desde o ano passado. Mas cerca de 40% dos municípios brasileiros ainda não realizaram os procedimentos para isto, como a coleta seletiva, passo fundamental para que a logística reversa, também prevista na lei, seja implementada.
Então, os senadores entraram em cena para socorrer os municípios, mesmo com prejuízo da população e do ambiente. Nesta quarta-feira (1), o Projeto de Lei do Senado (PLS 425/2014) foi aprovado em plenário. O projeto prorroga e escalona o prazo para que os municípios cumpram a  Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010). 
O projeto aprovado beneficia quase três mil municípios e o Distrito Federal, que não dão destinação correta ao lixo produzido por moradores e empresas. O Senado atendeu à Confederação Nacional dos Municípios (CNM) e dilatou o prazo dos infratores atuais da Lei 12.305/2010.
Pelo projeto aprovado, as capitais e municípios de região metropolitana terão até 31 de julho de 2018 para acabar com os lixões. Os municípios de fronteira e os que contam com mais de 100 mil habitantes, com base no Censo de 2010, terão até 2019 para implementar seus  aterros sanitários. 
Já as  cidades que têm entre 50 e 100 mil habitantes terão prazo até 31 de julho de 2020. E, os municípios com menos de 50 mil habitantes, será até 31 de julho de 2021.
Em 2013, havia 1.196 lixões contra apenas 652 aterros sanitários no país. Para fechar um lixão, é necessário ações como a criação de aterros sanitários e áreas de transbordo, tratamento de resíduos de construção civil, coleta seletiva e campanhas educativas. 
No final de 2014, o Congresso Nacional manteve o veto à prorrogação do prazo para que os municípios acabassem com seus lixões. No Espírito Santo, a situação não se difere do quadro nacional.
Fonte: http://seculodiario.com.br / Montagem: Frank e Sustentabilidade