PROPRIEDADES AVALIADAS NO CONCRETO FEITO COM AGREGADOS RECICLADOS
Trabalhabilidade
• O preenchimento do tronco de cone foi realizado em três etapas, adensando o concreto com 25 golpes da haste metálica em cada etapa de preenchimento.
• Corpos de prova rompidos na prensa com uma velocidade constante até a ruptura .
Foram realizados ensaios de abatimento de tronco de cone para todos os traços. Após os ensaios, percebeu-se que as misturas feitas com a substituição do agregado graúdo natural pelo agregado reciclado tiveram uma maior trabalhabilidade como mostrado na tabela 7. Fato esse, pode ser explicado devido à perda da água presente no agregado reciclado, devido o mesmo ter sido pré-umidecido antes de ser inserido a mistura, o que causou posteriormente a perda de água do material.
Comparativo de resistência à compressão (MPa) das misturas aos 7 e 28
Nos ensaios de resistência à tração as amostras foram rompidas com as mesmas idades utilizadas na resistência à compressão.
Módulo de deformação aos 7 e 28 dias
Trabalhabilidade
Após o término de cada mistura, foi determinada a trabalhabilidade dos concretos produzidos através do abatimento do tronco de cone para todos os traços, visando analisar a mudança de comportamento da mistura, visto que a alta absorção de água, causada por sua textura rugosa, acaba reduzindo a água livre e menor fluidez da mistura no estado fresco.
O método utilizado é baseado na NBR7223 (ABNT, 1992). Foram seguidas as seguintes etapas de acordo com a norma citada:
• Fez-se utilização de um tronco cilíndrico de 24 cm de altura, barra de aço e uma base feita de chapa metálica. Foi aplicada camada de desmoldante na área que ficaria em contato com o concreto, a fim de evitar influência de atrito nos resultados obtidos.
• O preenchimento do tronco de cone foi realizado em três etapas, adensando o concreto com 25 golpes da haste metálica em cada etapa de preenchimento.
• Quando o tronco cilíndrico encontrava-se completamente cheio, o mesmo foi retirado cuidadosamente e colocado ao lado do tronco de concreto, para ser feita a medida da diferença de altura entre os dois troncos em centímetros.
Ensaio de trabalhabilidade feito por abatimento do tronco de cone.
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Ensaio de trabalhabilidade feito por abatimento do tronco de cone. |
Resistência à compressão axial e resistência à tração por compressão diametral.
Os ensaios de compressão axial e tração por compressão diametral foram baseados na norma NBR 5739/94 e NBR 7222/94. Para obtenção dos valores, foi utilizada prensa hidráulica da marca EMIC (figura Abaixo), de capacidade máxima de 100 tf.
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ENSAIO DE COMPRESSÃO AXIAL |
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TRAÇÃO POR COMPRESSÃO DIAMETRAL |
Os corpos de prova cilíndricos de dimensões de 10 cm x 20 cm foram desmoladados após 48 horas de moldagem, em seguida foram colocados totalmente imersos em água, permanecendo até serem alcançadas as idade de rompimento. O ensaio ocorreu da seguinte forma:
• Os corpos de prova foram retirados 3 horas antes do rompimento para secagem a temperatura ambiente;
• Corpos de prova rompidos na prensa com uma velocidade constante até a ruptura .
Módulo de deformação
O módulo de deformação foi obtido segundo a expressão descrita na norma NBR 8522. A norma considera o módulo de deformação tangente inicial a 30% fck ou outra tensão especificada em projeto. No caso de não existirem ensaios e/ou dados mais precisos sobre o concreto usado na idade de 28 dias, estima-se o valor do módulo de elasticidade usando a expressão:
Eci = 5600 fck
1/2
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RESULTADOS E ANÁLISE DOS RESULTADOS
• Trabalhabilidade.
Foram realizados ensaios de abatimento de tronco de cone para todos os traços. Após os ensaios, percebeu-se que as misturas feitas com a substituição do agregado graúdo natural pelo agregado reciclado tiveram uma maior trabalhabilidade como mostrado na tabela 7. Fato esse, pode ser explicado devido à perda da água presente no agregado reciclado, devido o mesmo ter sido pré-umidecido antes de ser inserido a mistura, o que causou posteriormente a perda de água do material.
Slump medido após ensaio de abatimento do tronco de cone.
Traço
|
Slump
(cm ±2)
|
Referência
|
10
|
RCD
|
12
|
Resistência à compressão.
Foram realizados os ensaios de resistência à compressão aos 7 e 28 dias de idade. Os resultados obtidos estão na tabela 8.
Resultado de resistência à compressão axial aos 7 e 28 dias de idade.
Comparativo de resistência à compressão (MPa) das misturas aos 7 e 28
0 7 14 21 28
-------------------------------------------------------------------------------------------------
DIAS
dias de idade. 7 a 28
O Traço de referencia é de 14,03 a 19,02
7 a 28
O Traço de RCD é de 8, 91 a 13,04
Nos valores de resistência a compressão aos 7 dias, é percebido uma queda de 36% da mistura de RCD em relação ao traço referência. Aos 28 dias a diminuição foi de 32%. Estes valores de redução de resistência são muito próximos aos valores encontrados no Japão, onde estas reduções variam entre 14 e 32% (Topçu, citado por Bazuco, 1999).
A queda de resistência pode ser explicada por vários fatores. Um deles seria a menor resistência do agregado reciclado que influencia diretamente, tendo em vista que, segundo Coutinho (1997), a resistência do concreto só não é influenciada pela resistência do agregado graúdo quando seus valores são muito superiores aos valores de resistência do concreto.
Outra explicação plausível seria o fato do agregado graúdo reciclado perder, durante o processo de cura, a água absorvida no processo de pré-umidificação do agregado, influenciando na relação água/cimento, o que impacta diretamente na queda de resistência.
Por fim, o fato dos agregados possuírem formas lamelares acumulam bolhas de ar e proporcionam uma de transição maior, o que também reflete em menor resistência da mistura.
Resistência à tração
Nos ensaios de resistência à tração as amostras foram rompidas com as mesmas idades utilizadas na resistência à compressão.
Resultado de resistência à tração por compressão diametral aos 7 e 28 dias de idade.
|
Comparativo de resistência à tração (MPa) das misturas aos 7 e 28 dias de
0 7 14 21 28
-------------------------------------------------------------------------------------------------
DIAS
dias de idade. 7 a 28
O Traço de referencia é de 2 a 2,11
7 a 28
O Traço de RCD é de 1, 97 a 1,99
Os ensaios de resistência à tração por compressão diametral não demonstraram valores tão discrepantes, visto que, aos sete dias, a diferença de resistência da mistura com RCD foi apenas 1,5% menor em relação ao traço de referência. Somente aos vinte e oito dias, teve-se uma diferença de 5,68% nos valores de resistência dos mesmos, o que ainda não é um valor tão significativo.
Módulo de deformação
Como abordado no item 3.2.3, o módulo de deformação foi obtido de acordo com a expressão encontrada na norma NBR 8522. Com isso, os valores são diretamente atrelados aos valores de resistência à compressão.
Módulo de deformação aos 7 e 28 dias
Módulo e de formação
|
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Traço
|
a/c
|
7Dias (Gpa)
|
28
Dias
(Gpa)
|
Referência
|
0,65
|
20,97
|
24,86
|
RCD
|
0,65
|
16,71
|
20,49
|
O fato de o valor do módulo de deformação estar diretamente atrelado ao resultado de resistência à compressão das misturas, nos leva a dispensar comentários quanto a diminuição 20% do módulo de deformação do traço RCD em relação ao traço referência aos dias, e 17,5% nas mesmas condições do anterior, sendo 28 dias.
Fonte somente do texto tabelas e imagens adaptadas pelo autor do blogger FRANK E SUSTENTABILIDADE
FONTE DO TEXTO:UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA / DAVID DOMINGUES /CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DE DOSAGEM DO CONCRETO COM AGREGADO / DE RCD / BELÉM / 2013
Fonte somente do texto tabelas e imagens adaptadas pelo autor do blogger FRANK E SUSTENTABILIDADE
FONTE DO TEXTO:UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA / DAVID DOMINGUES /CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DE DOSAGEM DO CONCRETO COM AGREGADO / DE RCD / BELÉM / 2013