A segunda Pesquisa Setorial realizada
pela Abrecon – Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da
Construção Civil e Demolição apresenta o mapeamento de 120 usinas de
reciclagem de resíduos da construção civil e demolição do País. Os
resultados completos foram divulgados no dia 8/10, durante a 1ª Feira e Congresso RCD Expo,
promovida pela Eco Brasil, que traz novidades e inovações em máquinas e
produtos voltados para o mercado da reciclagem de entulho. A região
Sudeste concentra mais da metade das Usinas de Reciclagem de Entulho do
Brasil.
FEIRA E CONGRESSO DA ABRECON |
Segundo Levi Torres, coordenador da Abrecon, o que mais surpreendeu no resultado da pesquisa, foi saber que 86% das empresas entrevistadas têm planos de ampliar os negócios nos próximos anos.
“O mercado brasileiro de RCD (Resíduos da Construção e Demolição) tem
muito potencial para crescer, mas ainda sofre com a falta de incentivos
fiscal e tributária. No entanto, o momento é favorável para ampliar os
negócios, estimulado pelas obras de infraestrutura e da construção
civil. Em 2014, teremos um aumento significativo de novas usinas de RCD.
Deverão operar, principalmente nas regiões mais adensadas, como São
Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Paraná”, antecipa Torres.
A Pesquisa Setorial apresenta a
quantidade de entulho reciclada no país, bem como números de postos de
trabalho gerados com a reciclagem de resíduos da construção civil,
situação e localização das empresas e dados de confiança no segmento.
A 1ª RCD Expo - Feira
e Congresso Internacional de Negócios do Mercado de Reciclagem de
Resíduos de Construção e Demolição acontece simultaneamente à 8ª ExpoSucata – Feira e Congresso Internacional de Negócios da Indústria de Reciclagem, e à 2ª ExpoLixo – Feira e Congresso Internacional de Negócios do Mercado de Limpeza Pública, Resíduos Urbanos e Industriais.
As feiras integradas formam o maior
evento de resíduos sólidos na América Latina, e oferecem aos visitantes
um complexo de 15 mil m², formado por mais duas feiras: MercoApara (para o setor de papel), Reciclaplast
(para o setor de plástico). Em dois pavilhões, serão apresentadas
soluções para coleta, acondicionamento, transporte, movimentação,
triagem e processamento, entre outros processos.
Catadores terão que se adequar a uma nova realidade
Na 2ª Expolixo, novidades em
equipamentos e soluções que aumentam a produtividade e de pequenos,
médios e grandes recicladores estarão sendo demonstradas
A exemplo do que já ocorreu na Europa e
Estados Unidos, aos poucos, o Brasil está passando por uma profunda
mudança no manejo e no gerenciamento de resíduos sólidos urbanos (RSU).
Para aumentar a produtividade e qualidade na triagem de resíduos,
evitar que seja enviado para aterros materiais recicláveis e atender às
diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) algumas
prefeituras brasileiras estão partindo para a automação e mecanização
do sistema.
É o que está ocorrendo, por exemplo, na
cidade de São Paulo. Em abril deste ano, a prefeitura anunciou a
construção de quatro centrais automáticas de resíduos até 2016. Duas
dessas centrais (uma no bairro do Bom Retiro e outra em Santo Amaro)
deverão entrar em operação em 2014. Centrais automatizadas de resíduos
também estão previstas nas cidades de Uruguaiana e Panambi (RS).
Nesse sentido, catadores de todo o país
terão, em breve, que encontrar novas formas de ocupação dentro do
setor de resíduos, ou em alguns casos fora dele. “As prefeituras que
entregaram seus Planos Municipais de Gerenciamento Integrado de Resíduos
Sólidos (PMGIRS) já estão sinalizando essa mudança oferecendo cursos
profissionalizantes para catadores atuarem na área de serviços ou até
industrial”, diz Adriano Assi, diretor executivo da 2ª ExpoLixo – Feira e Congresso Internacional de Negócios do Mercado de Limpeza Pública, Resíduos Urbanos e Industriais.
Na cidade de Porto Alegre, uma lei municipal foi ainda mais longe. Um
projeto já regulamentado (PL nº 10.531/2008) prevê a proibição da
atividade de catador a partir de 2020.
Entre as novidades da ExpoLixo, uma
máquina de triagem ótica de embalagens de plástico (Ecopack), que ainda
não existe no mercado brasileiro, com capacidade para 6 toneladas/hora
está sendo demonstrada pela empresa espanhola PIC Visa. Já a linha de compactadores de resíduos sanitários da Bomag
traz quatro motores hidráulicos instalados no interior de quatro
câmaras hermeticamente seladas, que evitam a penetração de cabos de
ferro no seu interior. As cabines também são muito confortáveis e
totalmente isoladas do ambiente externo. São equipadas com ar
condicionado que utilizam filtro de carbono, para evitar que gases
nocivos penetrem na plataforma do operador.
O último relatório do IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada sobre a Situação Social das Catadoras e Catadores de Material Reciclável e Reutilizável na Região Sudeste, indica a possibilidade de um intervalo entre 400 mil e 600 mil catadoras e catadores,
considerado a partir de diversas fontes de dados sobre o tema. A
região Sudeste concentra 116.417 pessoas desse universo, o que
representa 41,6% do total. O estado de São Paulo possui o maior contingente da região, com 79.770 trabalhadores, praticamente a mesma quantidade da soma dos outros três estado da região.