O trabalho educacional é uma medida essencial, necessária e de caráter emergencial, pois se sabe que a maior parte dos desequilíbrios ecológicos e da limpeza urbana está relacionada às condutas humanas inadequadas impulsionadas por apelos consumistas, que geram desperdício, e ao uso descontrolados dos bens da natureza e sujeiras urbana.
A Educação Ambiental Escolar (EAE) é crucial para a limpeza urbana ao conscientizar alunos sobre a importância do descarte correto do lixo, promovendo o pensamento crítico e a mudança de hábitos para reduzir, reutilizar e reciclar, transformando-os em cidadãos ativos na gestão de resíduos e na preservação de ambientes, através de projetos práticos, campanhas e integração curricular, como mostram exemplos de escolas que alcançaram metas de lixo zero e engajamento comunitário.
A limpeza dos espaços públicos é um dos princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS, Lei 12305/10. Através dela, o poder público e a população compartilham responsabilidades. Compete ao primeiro a realização e ao segundo a preservação, a destinação correta dos resíduos e a manutenção dessa limpeza. As ações do poder público para a realização da limpeza dos logradouros são inúteis se a população não estiver consciente. A Educação Ambiental (EA) é o meio. Soares et al (2007, p 8), diz que ela é fundamental para sensibilizar as pessoas a destinar corretamente os resíduos e evitar os problemas ambientais causados por eles.
Entende-se que a escola tem um papel importante no processo de educação é um espaço social, capaz de formar consciências, não devendo ser apenas uma transmissora de conceitos biológicos. Um meio para facilitar a compreensão das inter-relações das pessoas entre si e destas com o meio ambiente. É necessário um trabalho sério e continuo para formar cidadãos mais conscientes. Ações mais sustentáveis podem reduzir os materiais que são descartados em ruas, praças, terrenos sendo levados por chuvas e entupindo galerias de águas pluviais ou levado para rios deve se educar ambientalmente para diminuir os impactos ambientais. Muitas das vezes os educadores se prendem nas disciplinas pré-estabelecidas, e que por serem extensas, acabam não conseguindo incluir uma abordagem mais direta voltada ao meio ambiente. Muitos professores não se sentem na obrigação da aplicação de um tema transversal, embora este seja de extrema importância.
Os anos pré-escolares salientam como o período em que são lançadas as sementes para as habilidades sociais e a personalidade da criança, mas, dos 2 aos 6 anos, este modelo inicial é revisado, consolidado e estabelecido mais firmemente (FREITAS e RIBEIRO, 2007).
A educação ambiental emerge como uma ferramenta crucial na busca por um desenvolvimento sustentável, equilibrando as necessidades humanas com a preservação dos 15 ecossistemas. Este texto acadêmico visa explorar os princípios fundamentais que norteiam a educação ambiental, destacando sua importância na formação de cidadãos conscientes e atuantes na promoção da sustentabilidade. (Gadotti, 2018)
A complexidade dos problemas ambientais e a necessidade de abordagens integradas para sua resolução. Nesse contexto, a colaboração entre diversas áreas do conhecimento, como ciências naturais, sociais, humanas e tecnológicas, é essencial para uma compreensão abrangente dos desafios ambientais e a formulação de soluções eficazes. (Carvalho, 2012)
A contextualização é outro princípio chave da educação ambiental, que busca relacionar os conceitos ambientais com a realidade vivenciada pelos estudantes. Isso implica explorar as interações entre os seres humanos e o meio ambiente em diferentes contextos geográficos, culturais e socioeconômicos, incentivando uma reflexão crítica sobre as práticas individuais e coletivas em relação ao meio ambiente. A participação ativa dos estudantes no processo educativo é fundamental para o empoderamento e o desenvolvimento de habilidades para a ação. Através de metodologias participativas, como projetos de investigação, debates e ações práticas, os alunos são incentivados a se envolverem ativamente na identificação de problemas ambientais locais e na busca por soluções sustentáveis, promovendo assim uma cultura de responsabilidade ambiental.
A educação ambiental também se relaciona intimamente com a promoção da cidadania global, que reconhece a interdependência e a interconexão entre os diferentes povos e o meio ambiente. Nesse sentido, a educação ambiental busca fomentar valores como justiça, equidade, solidariedade e respeito pela diversidade, preparando os estudantes para atuarem como agentes de mudança em um mundo cada vez mais globalizado e interconectado.
Por fim, a educação ambiental é concebida como um processo contínuo e ao longo da vida, que se estende desde a infância até a idade adulta e além. Isso requer o desenvolvimento de estratégias educativas flexíveis e adaptáveis, capazes de atender às necessidades e interesses dos diferentes grupos etários e contextos de aprendizagem, garantindo assim a formação de uma sociedade mais consciente e engajada com a sustentabilidade.
Os princípios da educação ambiental fornecem uma base sólida para a promoção da sustentabilidade, integrando conhecimentos, valores e práticas em prol da preservação do meio ambiente e do bem-estar humano. Ao adotar uma abordagem interdisciplinar, contextualizada, participativa, voltada para a cidadania global e ao longo da vida, a educação ambiental desempenha um papel crucial na formação de indivíduos e comunidades capazes de enfrentar os desafios ambientais do século XXI.
A inclusão da Educação Ambiental e da Educação para o Consumo nas escolas públicas não apenas atende aos ODS da ONU, mas também prepara os alunos para um futuro incerto e desafiador.
Essa educação não se limita a transmitir informações; ela desenvolve habilidades para a vida, como a capacidade de tomar decisões informadas, resolver problemas complexos e trabalhar em equipe.
A escola pública, ao adotar uma abordagem holística e integrada desses temas, além de contribuir para a construção de uma sociedade mais consciente e responsável, também capacita os cidadãos do futuro a lidarem com questões globais prementes, como as mudanças climáticas e o consumo desenfreado.
Abaixo os ODS da ONU ligados à educação e à limpeza urbana a educação de qualidade do ODS 4 da força para vários outros objetivos que vão ser citados abaixo ODS 6, 11, 12
ODS 4: Educação de Qualidade
Este objetivo visa "assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos". A educação é fundamental para capacitar as pessoas a compreenderem e abordarem os desafios da sustentabilidade, incluindo a limpeza urbana e a gestão ambiental.
ODS 6: Água Potável e Saneamento
Este ODS busca "assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos". Isso inclui metas específicas para garantir o acesso a saneamento e higiene adequados e equitativos para todos e acabar com a defecação a céu aberto, com atenção especial às necessidades das mulheres, meninas e pessoas em situações vulneráveis. A falta de saneamento básico afeta diretamente a saúde e, consequentemente, a frequência escolar das crianças.
ODS 11: Cidades e Comunidades Sustentáveis
O ODS 11 tem como foco "tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis". Entre suas metas, inclui-se a garantia de acesso de todos a serviços básicos e a melhoria da gestão de resíduos urbanos, promovendo a urbanização inclusiva e sustentável.
ODS 12: Consumo e Produção Responsáveis
Este objetivo aborda a "produção e consumo sustentáveis", com foco em ações como o manejo ambientalmente saudável de resíduos sólidos e a redução do desperdício. A educação (ODS 4) é crucial para mudar padrões de consumo e produção (ODS 12), incentivando a reciclagem e o uso eficiente dos recursos.
A interconexão entre esses ODS é evidente: a educação ambiental, promovida pelo ODS 4, é essencial para que as comunidades adotem práticas sustentáveis de limpeza urbana e saneamento, contribuindo para os ODS 6, 11 e 12.