COLETAS
ESPECIAIS
3. Coleta de Animais Mortos
A maioria dos animais de grande porte mortos em vias públicas são os equinos. Quando é grande o
número de acidentes e posteriormente a remoção desses animais, recomenda-se a
aquisição de um equipamento especialmente projetado
para esse fim, ou seja, de um veículo munido de guincho acionado por tomada de
força dos chassis, carroçarias hermeticamente fechadas, com dispositivo para
armazenagem do sangue, e com tampa traseira que baixa ficando como
estrado inclinado. Com o uso do guincho, o
animal é puxado sobre o estrado (tampa traseira) e posteriormente, para
dentro da carroçaria. Essa mesma operação é feita para a descarga do animal nos
incineradores ou aterrados em vala.
3.2 Coletas de Animais de Pequeno Porte
Normalmente a coleta e transporte desses resíduos, resultantes de
reformas residenciais
ou de trabalhos na construção civil são efetuados com a contratação de empresa especializada, que efetua essa atividade
através do intercâmbio de caixas metálicas
padronizadas (contêineres) conhecidas como “caixas Brooks”, transportadas através
de caminhões poliguindastes. O gerador particular aluga essa caixa, e a
mesma permanece defronte a obra por dois ou mais dias até seu esgotamento. O destino desse material inerte, nas grandes cidades,
são os aterros especialmente
construídos para esse tipo de resíduo nos próprios aterros sanitários,
em locais reservados para esse fim. Não é aconselhado a misturado lixo
doméstico com esse tipo de resíduo, pois em muitas vezes este último é constituído de grandes blocos e lajes de concreto,
que ocasionará danos no equipamento ou dificuldade na operação do aterro
sanitário. Hoje, já existe no mercado, um
equipamento tipo moinho, utilizado em pedreiras,
que faz a moagem desses restos de construção, constituídos especialmente de telhas e paredes de tijolos ou
blocos, desde que nãopossuam em seu meio vigas ou outro elemento de concreto. O
material resultante desta moagem serve para nivelamento de terrenos e
vias públicas.
Em regiões onde ainda não possuem rede coletora de esgotos, a população envolvida se utiliza de fossas
sépticas como forma de tratamento dos dejetos. Esse tipo de tratamento exige
limpezas periódicas. Para executar essa tarefa existem empresas especializadas denominadas
“limpa-fossa”, que dispõem de veículos à
vácuo para sucção desse lodo, da fossa para o tanque. Esse resíduo deve ser
levado para a ETE – Estação de Tratamento de Esgoto municipal ou da
empresa concessionária do sistema. Deve-se
ter muito cuidado na contratação dessas empresas, pois algumas empresas não
idôneas podem coletar o esgoto da fossa e dispor em terrenos baldios ou
beiras de estradas secundárias causando sério efeito destrutivo ao meio
ambiente.
7. Coletas
de Resíduos Radioativos
Todo material que não se enquadra na definição legal de lixo, deve ser removido
para tratamento e disposição pelo próprio produtor. As remoções pelo próprio produtor ou seus
prepostos aliviam a coleta regular, mas exigem uma rígida fiscalização a fim de
disciplinar as condições de transporte e evitar descargas em terrenos baldios e
beiras de estradas.
Considera-se coleta especial à remoção de
resíduos não tidos como lixo pela coleta regular. A seguir são apresentados os
principais tipos de coletas especiais.
1. Coleta
de Resíduos Volumosos
COLETA DE RESÍDUOS VOLUMOSOS |
Na grande maioria das cidades os resíduos considerados volumosos são removidos pelo próprio produtor.
Porém, existem em muitos municípios coletas
bancadas pela municipalidade denominadas “Operação Bota-fora, Cata bagulho,
Cata treco”. Essas operações funcionam em dias predeterminados, em itinerários preestabelecidos, com muita campanha de esclarecimento
e orientação a população envolvida. A administração coloca caminhões de carroçaria
de madeira ou basculante munidos de
guindaste tipo Munck, que fazem o recolhimento desses entulhos
constituídos geralmente por móveis, geladeiras, fogões restos de mudanças em geral, colchões, máquinas de lavar roupas e
outros. Esses resíduos são levados para alguma entidade assistencial e
após triagem, são recuperados e doados às camadas menos favorecida da população.
É bom lembrar que alguns desses objetos quando jogados no fundo do quintal, pode ser reservatório de água de chuva e contribuir
em muito para a proliferação da Dengue.
2. Poda
Poda de Arvores |
São
resíduos originários da poda da vegetação existente nos jardins, praças, vias e
logradouros públicos e até em quintais particulares. Normalmente, para a
realização dessa tarefa, utilizam-se caminhões munidos de carroçaria de madeira. Em função das características do material a
ser transportado (galhos, pequenas
árvores e arbustos) é necessário efetuar diversas viagens ao local de disposição,
devido aos espaços vazios que sobram na carga. Hoje em dia está muito difundido o uso de picadores de galhos. Esses equipamentos são um conjunto formado por um rotor
provido de lâminas acionados, por
gerador, por motores à combustão ou acoplado no terceiro eixo de força de um
trator tipo agrícola e a carreta que serve em parte para o transporte dos equipamentos e também para
armazenamento dos cavacos. Esses cavacos são levados à carreta ou à
carroçaria de outro caminhão, pela impulsão
da própria força centrífuga do rotor, por intermédio de duto ou tubulação.
Os picadores atualmente existentes no mercado variam de potência dependendo
da finalidade do seu uso. Normalmente se reduz o volume de poda em até
1/15 do original. O cavaco originário serve como forração de canteiros
agrícola, cama de frango e outros. Em algumas cidades, como já verificado
destinam esse tipo de resíduo para olarias, onde é utilizado como lenha e em contrapartida, esses
estabelecimentos doam tijolos e telhas para a manutenção de escolas e creches municipais.
3. Coleta de Animais Mortos
Um dos problemas que ocorre nos centros urbanos é o aparecimento de animais
mortos nas vias públicas, vitimados geralmente em acidentes de trânsito (atropelamento) e cuja
remoção tem que ser de imediato. Podemos classificá-los de duas maneiras:
3.1
Coletas de Animais de Grande Porte
Animais Mortos |
Animais
vivos abandonados ou perdidos são recolhidos pela municipalidade, transportados em veículos apropriados com rampa
na parte traseira, enviados a cocheiras públicas, onde aguardarão sua
retirada pelo proprietário ou leiloados.
3.2 Coletas de Animais de Pequeno Porte
Animais Mortos |
A maioria dos animais mortos de pequeno porte (cães e gatos), quando encontrados em vias públicas, são
recolhidos da mesma forma que a descrita acima, para animais maiores. Outra
atividade é o recolhimento de cães vivos que ficam perambulando pelas vias e logradouros públicos. Para isso são utilizados
veículos tipo jaula denominados
“carrocinhas” que após a apreensão levam os animais para o Serviço de Apreensão de Animais para posteriormente,
se não forem reclamados e retirados pelos donos em três dias, serem sacrificados.
Os animais, depois de mortos, são colocados
em sacos plásticos e transportados em veículos hermeticamente fechados,
para os incineradores de resíduos de serviços de saúde Em cidades pequenas onde
a quantidade de animais mortos é bem menor, e devido
a falta de um sistema de incineração, os mesmos são levados e enterrados
nos aterros sanitários, em valas especiais.
4. Coleta
de Resíduos de Serviços de Saúde
Resíduos de Saúde |
Os resíduos de serviços de saúde gerados em: hospitais, postos de
saúde,prontos-socorros, ambulatórios, clínicas, farmácias, serviços veterinários
e outros,
normalmente são recolhidos de duas maneiras.A primeira são nos centros de
grande e médio porte que contratam empresas especializadas neste tipo de
atividade, que coletam esses resíduos em furgões com carroçarias especialmente
projetadas e fabricadas para esse fim, que não permitem qualquer visualização
da carga e também não deixam o sangue ou outro líquido escorrer pelas vias
públicas. Após o seu recolhimento os mesmos
são transportados para serem tratados em incineradores, sistema de micro-ondas,
autoclaves e outros. Nesses locais pode ser adaptado um dispositivos pneumático que ergue a frente do
veículo fazendo com que a carga deslize para traz. Não podemos esquecer que este tipo de coleta especial
é caro em comparação com a coleta normal de resíduos domiciliares e,
portanto deve ser cobrado um valor diferenciado da fonte geradora. Esses
estabelecimentos, por conseguinte, farão uma
segregação dos resíduos, diferenciando o que é realmente lixo séptico
(do paciente ou que teve contato com o mesmo) do lixo tipo doméstico (material de escritório, recepção, refeitório de
visitantes) que pode ser coletado pelo serviço de coleta regular.
A segunda forma é em cidades de pequeno porte onde a produção desse tipo de resíduo
não comporta a aquisição de um veículo especial ou a contratação de empresas especializada nesse recolhimento.
Neste caso o lixo ainda é misturado com o resíduo doméstico e recolhido pela
coleta regular. O que é recomendado, se possível, que esses resíduos sejam
acondicionados em sacos plásticos na cor branca (mais resistentes), para
posterior disposição em pequenas valas impermeabilizadas com manta de PEAD e
com cobertura, escavadas no próprio aterro sanitário.
5. Coleta de
Entulhos e Restos de Construções
RESÍDUOS VOLUMOSOS |
6. Coleta de
Resíduos de Indústrias
Um resíduo industrial que não é citado no texto abaixo é o que se ver falar na foto
Existem três tipos de resíduos que podem ser gerados em estabelecimentos
industriais.
Esses são divididos em três classes, conforme segue:
Resíduos classe I - perigosos gerados na área fabril.
Resíduos classe I - perigosos gerados na área fabril.
Resíduos classe II -
não inertes, gerados na área fabril e nos refeitórios, banheiros,
vestiários e administração.
Resíduo classe III – inertes, gerados na área
fabril ou demolições.
A coleta desse lixo
industrial gerado por grandes estabelecimentos não é atribuição do
serviço de limpeza urbana.
Os geradores normalmente contratam empresas
especializadas para coleta e transporte até o destino final.Esses resíduos são acondicionados em caçambas estacionárias
intercambiáveis nas quais são armazenados todos os resíduos gerados,
tanto na área fabril como nos refeitórios, banheiros, vestiários e
administração.Quando uma indústria gera resíduos de classe 2 – não inertes e de
classe 1 –perigosos, esses últimos devem ser separados dos demais devido as
formas especiais de tratamento e disposição
que normalmente é cobrado por peso com um valor muito alto.
Para cada tipo de resíduo gerado na linha de produção, classificado como
classe 1 ou 2, a empresa deverá, para sua remoção, obter o CADRI –Certificado
de Autorização Para Disposição de Resíduos Industriais, emitido pelo órgão ambiental. Nele será
mostrado o tipo de resíduo, sua classificação, a quantidade gerada e local de
tratamento ou disposição final do mesmo. Pequenas indústrias que geram muito
pouco resíduos, normalmente colocam os mesmos em recipientes para serem
coletados pelo serviço de coleta regular do município. Os resíduos químicos oriundos de laboratórios de centros de pesquisas, escolas e particulares não industriais, têm os
mesmos procedimentos dos resíduos industriais Classe 1, abrangido neste
item.
Coleta de
Resíduos Gerados em Fossas Sépticas
resíduos radioativos |
Os chamados lixos atômicos, potencialmente perigosos, exigem técnica ecautela para
o seu manuseio, transporte e tratamento. A maior parte desses resíduos provém de
reprocessamento em usinas nucleares ou em laboratórios de pesquisa. Em nosso país, cabe a união, com exclusividade, a remoção e
tratamento desse lixo. Todo e qualquer material ou equipamento onde em
seu conteúdo houver elemento radioativo deve
ter seu cadastro no CNEN-Comissão Nacional de Energia Nuclear que deve
ser comunicado em caso de translado.
8. Coleta pelo Próprio Produtor
Outros graves problemas causados quando das descargas pelo próprio gerador
em aterros sem fiscalização ou vazadouros não legalizado, é a queima
desses resíduos para evitar identificação, ou a atração de catadores que imaginam retirar materiais de
valor para seu sustento. Como nos resíduos
gerados na construção civil, a coleta e transporte de resíduos é
realizada com a contratação de empresa especializada que efetua essa atividade
através do intercâmbio das caixas metálicas transportadas por caminhões poliguindastes.
No Estado de São Paulo, a empresa contratada
pelo gerador dos resíduos é obrigada a ser cadastrada no órgão oficial
de controle da poluição. A legislação vigente considera o gerador como
responsável pelos resíduos até seu destino
final e não só a empresa contratada para removê-lo. Portanto, qualquer
penalidade recairá sobre os dois. Como
exemplo, vamos calcular quantos caminhões poliguindaste necessita uma cidade com os seguintes dados:
Velocidade de deslocamento na cidade = 25 km/h
Velocidade de deslocamento na cidade = 25 km/h
Velocidade
de deslocamento na estrada = 35 Km/h
Tempo de
coleta de uma caixa brooks = 10 minutos
Tempo de
pesagem e basculamento no aterro = 15 minutos
Distância do centro ao início da
estrada do aterro = 3 Km
Distância do perímetro urbano ao aterro = 7 Km
Quantidade
de lixo gerado em diversas obras = 9 t/dia
Horas
trabalhadas = 8 h/dia
Capacidade
de cada caixa = 1,5 t
Distância
da garagem a 1ª caixa = D1 = 1 KM
Distância
da 1ª caixa ao aterro = D2 = D3 = D4 = D5 = D6 = D7 = 3 + 7 = 10 km
Distância
do aterro a garagem = D8 = 11 km
Cálculos:
Quantidade
de caixas necessárias: QD = 9 t/dia : 1,5 = 6 caixas Quilometragem percorrida
pelo caminhão poliguindaste:QC = D1 + 2D2 + 2D3 + 2D4 +2D5 + 2D6 + 2D7 + D8
Tempo de coleta:
TC = T1 + 2T2 + 2T3 + 2T4 + 2T5 + 2T6 + 2T7 + T8
9. Outros
Qualquer outro resíduo não mencionado nos itens anteriores deverá ter
sua remoção a cargo do gerador, que providenciará seu transporte com a contratação
de empresa especializada. A administração só deverá efetuar essa remoção se
houver qualquer tipo de risco a população. Após isso, se o gerador for
identificado, a municipalidade solicitará o ressarcimento do custo dessa operação.
FONTE:
HTTP://SCRIBD.COM / Prof. Eng. FERNANDO ANTONIO
WOLMER AGOSTO/2002