16 abril 2012

COLETAS ESPECIAIS DE RESÍDUOS; ENTULHOS E ANIMAIS MORTOS EM UM MUNICÍPIO

COLETAS ESPECIAIS
 Considera-se coleta especial à remoção de resíduos não tidos como lixo pela coleta regular. A seguir são apresentados os principais tipos de coletas especiais.

1. Coleta de Resíduos Volumosos


COLETA DE RESÍDUOS VOLUMOSOS
COLETA  DE RESÍDUOS VOLUMOSOS
Na grande maioria das cidades os resíduos considerados volumosos são removidos pelo próprio produtor. Porém, existem em muitos municípios coletas bancadas pela municipalidade denominadas “Operação Bota-fora, Cata bagulho, Cata treco”. Essas operações funcionam em dias predeterminados, em itinerários preestabelecidos, com muita campanha de esclarecimento e orientação a população envolvida. A administração coloca caminhões de carroçaria de madeira ou basculante munidos de guindaste tipo Munck, que fazem o recolhimento desses entulhos constituídos geralmente por móveis, geladeiras, fogões restos de mudanças em geral, colchões, máquinas de lavar roupas e outros. Esses resíduos são levados para alguma entidade assistencial e após triagem, são recuperados e doados às camadas menos favorecida da população. É bom lembrar que alguns desses objetos quando jogados no fundo do quintal, pode ser reservatório de água de chuva e contribuir em muito para a proliferação da Dengue.


2. Poda
Poda de Arvores
Poda de Arvores

São resíduos originários da poda da vegetação existente nos jardins, praças, vias e logradouros públicos e até em quintais particulares. Normalmente, para a realização dessa tarefa, utilizam-se caminhões munidos de carroçaria de madeira. Em função das características do material a ser transportado (galhos, pequenas árvores e arbustos) é necessário efetuar diversas viagens ao local de disposição, devido aos espaços vazios que sobram na carga. Hoje em dia está muito difundido o uso de picadores de galhos. Esses equipamentos são um conjunto formado por um rotor provido de lâminas acionados, por gerador, por motores à combustão ou acoplado no terceiro eixo de força de um trator tipo agrícola e a carreta que serve em parte para o transporte dos equipamentos e também para armazenamento dos cavacos. Esses cavacos são levados à carreta ou à carroçaria de outro caminhão, pela impulsão da própria força centrífuga do rotor, por intermédio de duto ou tubulação.

Os picadores atualmente existentes no mercado variam de potência dependendo da finalidade do seu uso. Normalmente se reduz o volume de poda em até 1/15 do original. O cavaco originário serve como forração de canteiros agrícola, cama de frango e outros. Em algumas cidades, como já verificado destinam esse tipo de resíduo para olarias, onde é utilizado como lenha e em contrapartida, esses estabelecimentos doam tijolos e telhas para a manutenção de escolas e creches municipais.

3.  Coleta de Animais Mortos


Animais Mortos
Animais Mortos

Um dos problemas que ocorre nos centros urbanos é o aparecimento de animais mortos nas vias públicas, vitimados geralmente em acidentes de trânsito (atropelamento) e cuja remoção tem que ser de imediato. Podemos classificá-los de duas maneiras:

3.1 Coletas de Animais de Grande Porte



Animais Mortos
Animais Mortos
 A maioria dos animais de grande porte mortos em vias públicas são os equinos. Quando é grande o número de acidentes e posteriormente a remoção desses animais, recomenda-se a aquisição de um equipamento especialmente projetado para esse fim, ou seja, de um veículo munido de guincho acionado por tomada de força dos chassis, carroçarias hermeticamente fechadas, com dispositivo para armazenagem do sangue, e com tampa traseira que baixa ficando como estrado inclinado. Com o uso do guincho, o animal é puxado sobre o estrado (tampa traseira) e posteriormente, para dentro da carroçaria. Essa mesma operação é feita para a descarga do animal nos incineradores ou aterrados em vala.

Animais vivos abandonados ou perdidos são recolhidos pela municipalidade, transportados em veículos apropriados com rampa na parte traseira, enviados a cocheiras públicas, onde aguardarão sua retirada pelo proprietário ou leiloados.

3.2 Coletas de Animais de Pequeno Porte



Animais Mortos
Animais Mortos

A maioria dos animais mortos de pequeno porte (cães e gatos), quando encontrados em vias públicas, são recolhidos da mesma forma que a descrita acima, para animais maiores. Outra atividade é o recolhimento de cães vivos que ficam perambulando pelas vias e logradouros públicos. Para isso são utilizados veículos tipo jaula denominados “carrocinhas” que após a apreensão levam os animais para o Serviço de Apreensão de Animais para posteriormente, se não forem reclamados e retirados pelos donos em três dias, serem sacrificados. Os animais, depois de mortos, são colocados em sacos plásticos e transportados em veículos hermeticamente fechados, para os incineradores de resíduos de serviços de saúde Em cidades pequenas onde a quantidade de animais mortos é bem menor, e devido a falta de um sistema de incineração, os mesmos são levados e enterrados nos aterros sanitários, em valas especiais.




4. Coleta de Resíduos de Serviços de Saúde


Resíduos de Saúde
Resíduos de Saúde
Os resíduos de serviços de saúde gerados em: hospitais, postos de saúde,prontos-socorros, ambulatórios, clínicas, farmácias, serviços veterinários e outros, normalmente são recolhidos de duas maneiras.A primeira são nos centros de grande e médio porte que contratam empresas especializadas neste tipo de atividade, que coletam esses resíduos em furgões com carroçarias especialmente projetadas e fabricadas para esse fim, que não permitem qualquer visualização da carga e também não deixam o sangue ou outro líquido escorrer pelas vias públicas. Após o seu recolhimento os mesmos são transportados para serem tratados em incineradores, sistema de micro-ondas, autoclaves e outros. Nesses locais pode ser adaptado um dispositivos pneumático que ergue a frente do veículo fazendo com que a carga deslize para traz. Não podemos esquecer que este tipo de coleta especial é caro em comparação com a coleta normal de resíduos domiciliares e, portanto deve ser cobrado um valor diferenciado da fonte geradora. Esses estabelecimentos, por conseguinte, farão uma segregação dos resíduos, diferenciando o que é realmente lixo séptico (do paciente ou que teve contato com o mesmo) do lixo tipo doméstico (material de escritório, recepção, refeitório de visitantes) que pode ser coletado pelo serviço de coleta regular.

A segunda forma é em cidades de pequeno porte onde a produção desse tipo de resíduo não comporta a aquisição de um veículo especial ou a contratação  de empresas especializada nesse recolhimento. Neste caso o lixo ainda é misturado com o resíduo doméstico e recolhido pela coleta regular. O que é recomendado, se possível, que esses resíduos sejam acondicionados em sacos plásticos na cor branca (mais resistentes), para posterior disposição em pequenas valas impermeabilizadas com manta de PEAD e com cobertura, escavadas no próprio aterro sanitário.



5. Coleta de Entulhos e Restos de Construções
COLETAS ESPECIAIS DE RESÍDUOS; ENTULHOS E ANIMAIS MORTOS EM UM MUNICÍPIO
RESÍDUOS VOLUMOSOS

 Normalmente a coleta e transporte desses resíduos, resultantes de reformas residenciais ou de trabalhos na construção civil são efetuados com a contratação de empresa especializada, que efetua essa atividade através do intercâmbio de caixas metálicas padronizadas (contêineres) conhecidas como “caixas Brooks”, transportadas através de caminhões poliguindastes. O gerador particular aluga essa caixa, e a mesma permanece defronte a obra por dois ou mais dias até seu esgotamento. O destino desse material inerte, nas grandes cidades, são os aterros especialmente construídos para esse tipo de resíduo nos próprios aterros sanitários, em locais reservados para esse fim. Não é aconselhado a misturado lixo doméstico com esse tipo de resíduo, pois em muitas vezes este último é constituído de grandes blocos e lajes de concreto, que ocasionará danos no equipamento ou dificuldade na operação do aterro sanitário. Hoje, já existe no mercado, um equipamento tipo moinho, utilizado em pedreiras, que faz a moagem desses restos de construção, constituídos especialmente de telhas e paredes de tijolos ou blocos, desde que nãopossuam em seu meio vigas ou outro elemento de concreto. O material resultante desta moagem serve para nivelamento de terrenos e vias públicas.



6. Coleta de Resíduos de Indústrias

Um resíduo industrial que não é citado no texto abaixo é o que se ver falar na foto


Resíduos industriais
Resíduos industriais


Existem três tipos de resíduos que podem ser gerados em estabelecimentos industriais. Esses são divididos em três classes, conforme segue:

 Resíduos classe I - perigosos gerados na área fabril.

 Resíduos classe II - não inertes, gerados na área fabril e nos refeitórios, banheiros, vestiários e administração.

 Resíduo classe III – inertes, gerados na área fabril ou demolições.

 A coleta desse lixo industrial gerado por grandes estabelecimentos não é atribuição do serviço de limpeza urbana.

 Os geradores normalmente contratam empresas especializadas para coleta e transporte até o destino final.Esses resíduos são acondicionados em caçambas estacionárias intercambiáveis nas quais são armazenados todos os resíduos gerados, tanto na área fabril como nos refeitórios, banheiros, vestiários e administração.Quando uma indústria gera resíduos de classe 2 – não inertes e de classe 1 –perigosos, esses últimos devem ser separados dos demais devido as formas especiais de tratamento e disposição que normalmente é cobrado por peso com um valor muito alto.


Resíduos industriais
Resíduos industriais
Para cada tipo de resíduo gerado na linha de produção, classificado como classe 1 ou 2, a empresa deverá, para sua remoção, obter o CADRI –Certificado de Autorização Para Disposição de Resíduos Industriais, emitido pelo órgão ambiental. Nele será mostrado o tipo de resíduo, sua classificação, a quantidade gerada e local de tratamento ou disposição final do mesmo. Pequenas indústrias que geram muito pouco resíduos, normalmente colocam os mesmos em recipientes para serem coletados pelo serviço de coleta regular do município. Os resíduos químicos oriundos de laboratórios de centros de pesquisas, escolas e particulares não industriais, têm os mesmos procedimentos dos resíduos industriais Classe 1, abrangido neste item.



Coleta de Resíduos Gerados em Fossas Sépticas

fossa sépticas
ESQUEMA DE UMA FOSSA FILTRO

                                                                         


 Em regiões onde ainda não possuem rede coletora de esgotos, a população envolvida se utiliza de fossas sépticas como forma de tratamento dos dejetos. Esse tipo de tratamento exige limpezas periódicas. Para executar essa tarefa existem empresas especializadas denominadas “limpa-fossa”, que dispõem de veículos à vácuo para sucção desse lodo, da fossa para o tanque. Esse resíduo deve ser levado para a ETE – Estação de Tratamento de Esgoto municipal ou da empresa concessionária do sistema. Deve-se ter muito cuidado na contratação dessas empresas, pois algumas empresas não idôneas podem coletar o esgoto da fossa e dispor em terrenos baldios ou beiras de estradas secundárias causando sério efeito destrutivo ao meio ambiente.

7. Coletas de Resíduos Radioativos

resíduos radioativos
resíduos radioativos
Os chamados lixos atômicos, potencialmente perigosos, exigem técnica ecautela para o seu manuseio, transporte e tratamento. A maior parte desses resíduos provém de reprocessamento em usinas nucleares ou em laboratórios de pesquisa. Em nosso país, cabe a união, com exclusividade, a remoção e tratamento desse lixo. Todo e qualquer material ou equipamento onde em seu conteúdo houver elemento radioativo deve ter seu cadastro no CNEN-Comissão Nacional de Energia Nuclear que deve ser comunicado em caso de translado.

8. Coleta pelo Próprio Produtor

 Todo material que não se enquadra na definição legal de lixo, deve ser removido para tratamento e disposição pelo próprio produtor. As remoções pelo próprio produtor ou seus prepostos aliviam a coleta regular, mas exigem uma rígida fiscalização a fim de disciplinar as condições de transporte e evitar descargas em terrenos baldios e beiras de estradas.

Outros graves problemas causados quando das descargas pelo próprio gerador em aterros sem fiscalização ou vazadouros não legalizado, é a queima desses resíduos para evitar identificação, ou a atração de catadores que imaginam retirar materiais de valor para seu sustento. Como nos resíduos gerados na construção civil, a coleta e transporte de resíduos é realizada com a contratação de empresa especializada que efetua essa atividade através do intercâmbio das caixas metálicas transportadas por caminhões poliguindastes. No Estado de São Paulo, a empresa contratada pelo gerador dos resíduos é obrigada a ser cadastrada no órgão oficial de controle da poluição. A legislação vigente considera o gerador como responsável pelos resíduos até seu destino final e não só a empresa contratada para removê-lo. Portanto, qualquer penalidade recairá sobre os dois. Como exemplo, vamos calcular quantos caminhões poliguindaste necessita uma cidade com os seguintes dados: 

Velocidade de deslocamento na cidade = 25 km/h
Velocidade de deslocamento na estrada = 35 Km/h
Tempo de coleta de uma caixa brooks = 10 minutos
Tempo de pesagem e basculamento no aterro = 15 minutos
 Distância do centro ao início da estrada do aterro = 3 Km
 Distância do perímetro urbano ao aterro = 7 Km
Quantidade de lixo gerado em diversas obras = 9 t/dia
Horas trabalhadas = 8 h/dia
Capacidade de cada caixa = 1,5 t
Distância da garagem a 1ª caixa = D1 = 1 KM
 Distância da 1ª caixa ao aterro = D2 = D3 = D4 = D5 = D6 = D7 = 3 + 7 = 10 km
Distância do aterro a garagem = D8 = 11 km
Cálculos:
Quantidade de caixas necessárias: QD = 9 t/dia : 1,5 = 6 caixas Quilometragem percorrida pelo caminhão poliguindaste:QC = D1 + 2D2 + 2D3 + 2D4 +2D5 + 2D6 + 2D7 + D8
Tempo de coleta: TC = T1 + 2T2 + 2T3 + 2T4 + 2T5 + 2T6 + 2T7 + T8

9. Outros

Qualquer outro resíduo não mencionado nos itens anteriores deverá ter sua remoção a cargo do gerador, que providenciará seu transporte com a contratação de empresa especializada. A administração só deverá efetuar essa remoção se houver qualquer tipo de risco a população. Após isso, se o gerador for identificado, a municipalidade solicitará o ressarcimento do custo dessa operação.
 FONTE: HTTP://SCRIBD.COM / Prof. Eng. FERNANDO ANTONIO WOLMER AGOSTO/2002