02 junho 2017

PERDAS, DEFINIÇÕES E CLASSIFICAÇÕES DENTRO DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Classificação das Perdas

Levando em consideração a necessidade de se ter uma classificação de perdas melhor estruturada, dentre as várias sugeridas por diversos outros autores, as perdas ficaram definidas e classificadas da seguinte maneira:
• perdas por superprodução;
• perdas por manutenção de estoques;
• perdas por transporte;
• perdas no movimento;
• perdas por espera;
• perdas por fabricação de produtos defeituosos;
• perdas no processamento em si;
• perdas por substituição; e
• outras perdas.

Perdas por Superprodução

As perdas por superprodução estão relacionadas com a produção de componentes ou processamento de materiais perecíveis, em quantidades superiores às necessárias (quantitativa) ou antecipadamente (fazendo antes que seja necessário), possibilitando a ocorrência de perdas de materiais, mão-de-obra e equipamentos.

Como exemplo deste tipo de perda pode-se citar a produção de argamassa em quantidade superior à necessária para um dia de trabalho (quantitativa) ou a confecção de armaduras em quantidades superiores a necessária gerando problemas com relação à necessidade de armazenamento além de correr o risco desta ser danificada.

Perdas por Manutenção de Estoques

As perdas por manutenção de estoques resultam da existência de estoques elevados de materiais, produtos em processo ou produtos inacabados, que podem ser originados por erros de planejamento ou programação, gerando possíveis perdas de mão-de-obra e equipamentos.

Para Costa (1999), estoques em elevadas quantidades podem gerar perdas diretas e indiretas de materiais, pois normalmente estes são depositados sem os cuidados necessários, ficando muitas vezes expostos a intempéries, roubos, danos físicos e até mesmo, obsolescência, para o caso de materiais que possuem maior tecnologia agregada. Segundo este mesmo autor “a manutenção de estoques nos canteiros se justifica, de uma forma geral, pelo fato de que os gerentes sentem-se mais seguros quando podem contar com grandes quantidades de materiais armazenados, garantindo assim a continuidade da produção (evitar paradas), o que torna evidente os problemas gerenciais que existem em muitas empresas desse setor, tais como a falta de planejamento, erros em orçamentos ou programação inadequada de entrega dos materiais no canteiro”. Para ele ainda existe um outro ponto negativo associado à manutenção de grandes estoques: a indução dos trabalhadores ao desperdício. Isso porque os funcionários tendem a reduzir seu cuidado com os materiais, pois sabem que estes estão disponíveis em grande quantidade no canteiro.

Perdas por Manutenção de Estoques
Exemplo de Perda por Manutenção de Estoque
Perdas por Transporte

Este tipo de perda está relacionado a todas as atividades de movimentação de materiais que geram custos e não adicionam valor, e que, além disso, podem ser eliminadas em um curto prazo de tempo (MEIRA et al, 1998).

Para que se consiga aumentar a eficiência da produção, as empresas construtoras devem evitar o transporte, ao invés de simplesmente mecanizá-lo. Assim sendo, melhorias podem ser conseguidas através: do aprimoramento do layout dos canteiros, da manutenção da limpeza nos canteiros, melhoramento na programação dos serviços, maior precisão no sistema de informações, etc.

Cabe salientar que, além do tempo que é gasto no transporte em si, ainda existe o tempo e o esforço empregado no carregamento e na descarga dos materiais, muitas vezes superior ao gasto com a atividade de transportar.

Este tipo de perda pode estar diretamente associado à gestão de resíduos. Um transporte inadequado aumenta bastante a quantidade de resíduos gerados. Como exemplo pode-se citar a excessiva quebra de blocos cerâmicos por serem transportados de forma inadequada.



Perdas por Transporte
Blocos Cerâmicos Transportados de Forma Inadequada Favorecendo Quebra.

Perdas no Movimento

As perdas no movimento estão relacionadas a todos os esforços e movimentos realizados pelos trabalhadores desnecessariamente durante a execução de operações, interferindo negativamente na produtividade.

Para Costa (1999), nos canteiros de obra estas perdas são originadas por diversos fatores, a saber:

• falta de organização dos postos de trabalho;

• falta de método de trabalho;

• falta de arranjo no layout do canteiro;

• inexistência de equipamentos para efetuar as tarefas ou emprego de equipamentos inadequados; e

• outras condições insatisfatórias de trabalho, relacionadas principalmente aos esforços e às necessidades dos operários (ergonomia, necessidades fisiológicas, descanso e segurança).

Perdas por Espera

As perdas por espera estão associadas aos períodos de tempo nos quais os trabalhadores e os equipamentos não estão sendo usados produtivamente, agregando valor, embora seus custos continuem sendo despendidos.

De acordo com Costa (1999) as perdas por espera são provenientes da falta de planejamento da produção, que ocasiona problemas de sincronismo entre as diversas atividades realizadas por diferentes trabalhadores ou entre as atividades dos trabalhadores e o fluxo de materiais. Além disso, um outro fator que pode ocasionar perdas por espera é o desbalanceamento entre a quantidade de trabalhadores e a capacidade de operação dos equipamentos disponíveis no canteiro.

Um exemplo deste tipo de perda pode ser a interrupção de um serviço por falta de material para a execução de uma determinada atividade (perda por espera de mão-de-obra) ou mesmo uma betoneira parada por falta de cimento (perda por espera do equipamento e também de mão-de-obra, se esta não for alocada para a execução de uma outra atividade).

Perdas por Fabricação de Produtos Defeituosos

Estas perdas ocorrem quando são fabricados produtos que não estão de acordo com os requisitos de qualidade especificados em projeto.

De acordo com Costa (1999), na construção civil estas perdas estão associadas normalmente a uma inspeção deficiente do processo, à falta de especificações ou de detalhamento na documentação (projetos, manuais de procedimentos), à utilização de materiais defeituosos ou de qualidade inferior, à falta de capacitação dos operários, além de outras.

Entre as principais consequências de se produzir com defeito, destacam-se: a redução do desempenho do produto final e os retrabalhos, ainda muito frequentes no setor da construção civil. Estes, além de gerarem perda física dos materiais utilizados, ainda causam: perdas no transporte, perdas no processamento (trabalho adicionado) e perda das inspeções que foram necessárias quando o produto estava sendo executado pela primeira vez.


Exemplo de Perda por Retrabalho (quebra de alvenaria por alteração no projeto).
Exemplo de Perda por Retrabalho (quebra de alvenaria por alteração no projeto).
Perdas no Processamento em Si

Para Meira et al (1998) estas perdas “originam-se na natureza das atividades do processo ou na execução inadequada dos mesmos, decorrentes da falta de procedimentos padronizados e ineficiências nos métodos de trabalho, da falta de treinamento dos operários ou defi ciências no detalhamento e construtividade dos projetos”.

Ou seja, são oriundas da realização de atividades de processamento desnecessárias, ou realização das atividades necessárias de maneira inadequada.

De acordo com Costa (1999) “as perdas no processamento em si estão relacionadas com as características básicas de qualidade do produto e, de uma forma geral, associam-se ao patamar tecnológico ou à técnica construtiva adotada pela empresa”.

Como exemplo pode-se citar: quebra manual de blocos devido à falta de blocos em tamanhos diferenciados para locais onde não é viável a colocação de blocos inteiros e recortes nas pedras cerâmicas para ajustes às áreas a serem revestidas.


Perdas no Processamento em Si
Perda no Processamento (sobra de cerâmica após execução de recortes para arremates).

Perdas no Processamento em Si
Perda Incorporada de Materiais Causada pela Espessura Excessiva de Revestimento Devido a uma Má Especificação de Projeto.
Perdas por Substituição

Consistem na utilização de materiais com características de desempenho superiores ao especificado em projeto, no emprego de mão-de-obra com melhor qualificação que a necessária ou no emprego de equipamentos com avanços tecnológicos onde equipamentos mais simples poderiam ser utilizados.

São exemplos de perda por substituição: oficiais (pedreiros, carpinteiros, etc.) transportando materiais ou limpando o canteiro de obras, tarefas que de modo geral são realizadas por serventes; substituição do acabamento em pintura especificado em projeto por acabamento em pastilha cerâmica, entre outros.

Outras Perdas

Nesta categoria de perdas estão inclusas todas as perdas de natureza diferentes das descritas nas categorias anteriores, mas que causam prejuízos para as empresas. Neste tipo de perdas relacionam-se: roubos, vandalismos, acidentes, condições climáticas adversas, entre outras.

Cabe esclarecer que estes tipos de perda afetam cada obra de maneira diferente, uma vez que podem variar devido a alguns fatores, como o local (bairro, cidade ou país), onde a edificação está sendo construída, a situação econômica do país, os costumes dos trabalhadores e habitantes da região, a forma como a empresa gerencia o empreendimento e outros. Sendo assim, um tipo de perda qualquer pode originar uma nova categoria dentro da classificação, em função da sua relevância ou da frequência com que ocorrem nas obras de uma determinada localidade ou país.

A seguir, na tabela 1, são apresentados exemplos de perdas segundo sua natureza, momento de incidência e origem.

Tabela 1 – Exemplos de Perdas Segundo sua Natureza, Momento de Incidência e Origem (adaptada de SEBRAE, 1996).

Natureza
Exemplo
Momento de
Incidência
Origem
Superprodução
Produção de argamassa em quantidade superior à necessária para um dia de trabalho.
Produção
Planejamento: falta de procedimentos de controle.
Manutenção de Estoques
Deterioração da argamassa estocada.
Armazenamento
Planejamento: falta de procedimentos referentes às condições adequadas de
armazenamento.
Transporte
Condições inadequadas para
transporte.
Recebimento, transporte,
produção
Gerência da obra: falha no planejamento de meios para
executar o transporte de materiais.
Movimentos
Tempo excessivo de
deslocamento devido às
grandes distâncias entre os
postos de trabalho.
Produção
Gerência da obra: falta de planejamento das sequências
de atividades e dos postos de
trabalho.
Espera
Parada na execução dos
serviços por falta de material.
Produção
Suprimentos: falha na
programação de compras.
Fabricação de Produtos
Defeituosos
Espessura de lajes e vigas diferentes das especificadas em projeto.
Produção, inspeção
Projeto: falhas no sistema de fôrmas utilizado.
Processamento em si
Necessidade de quebrar uma
laje depois de pronta para
passagem de instalações.
Produção
Planejamento: falhas no
sistema de controles.
Recursos humanos: falta de
treinamento dos funcionários.
Substituição
Substituição do acabamento
em pintura especificado em
projeto por acabamento em
pastilha cerâmica
Produção
Suprimentos: falha na
programação de compras.
Planejamento: falhas no
sistema de controles.

TABELA FORMATADA POR - Frank e Sustentabilidade


Perdas x Geração de Resíduos

Com base na classificação, pode-se dividir as perdas em dois tipos: as que englobam os desperdícios de materiais e as que englobam a execução de tarefas desnecessárias que geram custos adicionais e não agregam valor.

No primeiro grupo estão as perdas responsáveis pela geração de resíduos e, de acordo com a classificação estabelecida no item Classificação das Perdas, estas perdas seriam:

• perdas por superprodução;

• perdas por manutenção de estoques;

• perdas por transporte;

• perdas por fabricação de produtos defeituosos; e

• perdas no processamento em si.

Os outros tipos de perdas (perdas nos movimentos e perdas por espera), apesar de não serem responsáveis por gerarem resíduos devem ser cuidadas para serem eliminadas, pois geram desperdícios de tempo, além de perdas financeiras.

Na indústria da construção civil alguns fatores contribuem negativamente para o aumento no volume de resíduos gerados. É uma indústria antiga, na qual, diferentemente de outros ramos industriais, as máquinas foram inseridas em pequena escala, o trabalho manual é a base da atividade produtiva e o trabalho se organiza em torno de especializações. Além desses agravantes, Meseguer (1991) ainda destaca algumas outras peculiaridades:

• cada produto é único e normalmente não seriado;

• o produto é fixo e os operários são móveis, ao contrário da produção seriada, dificultando a organização e controle; e

• trata-se de uma indústria muito tradicional, que apresenta muita inércia às alterações;

Por todas estas especificidades nota-se o grande problema vivido pela indústria da construção no tocante às perdas e geração de resíduos. Assim, no capítulo a seguir, serão apresentadas algumas diretrizes para gerenciar os resíduos de construção.
Fonte do texto:fieb.org.br/Adm/Conteudo/uploads/Livro-Gestão-de-Resíduos

01 junho 2017

PERDAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Entendendo o Conceito de Perdas

O setor da construção civil está passando por um processo de reestruturação. Os recursos financeiros são cada vez menores, o mercado consumidor está cada vez mais exigente, os trabalhadores, por sua vez, têm buscado melhores condições de trabalho. Todos estes fatores têm exigido uma nova postura das empresas. Estas estão sendo obrigadas a adotar estratégias empresariais mais modernas, focadas na qualidade, na racionalização e na produtividade, possibilitando a obtenção de um produto final de melhor qualidade e mais barato (COSTA; FORMOSO,1998).


O DESPERDÍCIO NA CONSTRUÇÃO CIVIL
O DESPERDÍCIO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Diante deste contexto, as perdas geradas ao longo do processo de produção se tornam o centro das atenções, pois cada vez mais as empresas são obrigadas a produzir apenas o necessário com a mínima força de trabalho, ou seja, eliminando desperdícios.

De acordo com Formoso et al (1996) perda é qualquer ineficiência que se reflita no uso de equipamentos, materiais, mão-de-obra e capital em quantidades superiores àquelas necessárias a produção da edificação. Sendo assim, as perdas englobam tanto a ocorrência de desperdícios de materiais quanto a execução de tarefas desnecessárias que geram custos adicionais e não agregam valor.

Para Jaques (1998) apud John (2000) as perdas têm origens nas mais diversas etapas do ciclo de vida do edifício.

Desde a fase de projeto, uma decisão equivocada pode ser responsável por desperdícios ou por gastos com retrabalho. Porém, é na fase de execução onde acontece a parcela mais visível das perdas, pois todas as decisões tomadas na fase anterior ganham dimensão física.

Uma pesquisa desenvolvida no Brasil que contou com a participação de 18 (dezoito) Universidades e 52 (cinquenta e duas) empresas mostrou como um de seus principais resultados que as variações na perda chegaram a ordem de 100 vezes. Em alguns casos estas variações aconteceram entre diferentes empresas e em outros, entre canteiros de uma mesma empresa. Essas variações revelam que é possível reduzir enormemente as perdas sem mudança na tecnologia utilizada (AGOPYAN, et al., 1998).

Para que as perdas sejam eliminadas é preciso que as empresas saibam diferenciar, dentre as várias atividades que fazem parte do processo produtivo, as que efetivamente contribuem para a obtenção do produto final daquelas que são complementares (que têm possibilidade de serem melhoradas ou eliminadas sem o prejuízo do processo).

Os esforços direcionados para evitar as perdas devem ser relacionados com certa cautela, pois algumas atividades tais como planejamento, contabilidade e prevenção de acidentes, não agregam valor ao produto, porém produzem valor para os clientes internos.

Apesar das várias definições encontradas para perdas nas bibliografias, neste material será adotada a seguinte definição:


PERDAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
PERDAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Para Ohno (1988) é necessário dividir o movimento dos trabalhadores nas suas atividades em duas diferentes dimensões: a do trabalho e a das perdas. O trabalho constitui-se do trabalho real, necessário nas empresas, e pode ser dividido em dois tipos:


• o que adiciona valor (ou efetivo) g corresponde à ocorrência de algum tipo de processamento, ou seja, transformação de matéria-prima ou partes em produtos; e

• o que não adiciona valor (ou adicional) g é necessário para viabilizar o trabalho que adiciona valor. Este não deve ser confundido com perda, embora deva ser minimizado como se fosse, pois também gera custos.

A figura a seguir, adaptada de Ohno (1988), ajuda a compreender a concepção de trabalho, na qual parte dos movimentos dos trabalhadores é considerada como perda.



Divisão dos Movimentos dos Trabalhadores: Trabalho e Perdas (adaptado de OHNO, 1988)
Divisão dos Movimentos dos Trabalhadores: Trabalho e Perdas (adaptado de OHNO, 1988)



 Divisão dos Movimentos dos Trabalhadores: Trabalho e Perdas (adaptado de OHNO, 1988)

Similarmente à classificação de Ohno, Fritz Gehbauer no seu livro Racionalização na Construção Civil: como melhorar processos de produção e de gestão apresenta uma metodologia, baseada na simples observação aleatória dos trabalhadores no canteiro, para medir o grau de efetividade dos trabalhos em operação. O modo como realizar esta observação será descrita nas postagens que será feita a frente desta, no item Formulários para Aplicação da Metodologia.

Apesar da importância das perdas relacionadas aos movimentos dos trabalhadores, neste trabalho será dado mais destaque às perdas de material que, como comentado anteriormente, podem estar incorporadas ou serem eliminadas como resíduos.

As perdas incorporadas são muito comuns nas atividades moldadas “in loco” quando são utilizadas quantidades de materiais superiores à teoricamente prevista. Como exemplo deste tipo de perda pode-se citar um revestimento interno de parede com argamassa que estava previsto ser realizado com 1 cm e ao término do serviço alcançou mais de 3 cm (Figura). Neste caso, por exemplo, tem-se uma perda incorporada superior a 200%.


Perda Incorporada.
Perda Incorporada.
  
Tendo como base estudos em diversas obras 8, pode-se citar como outro exemplo que as perdas de argamassa no serviço de revestimento interno de paredes podem chegar aos seguintes indicadores percentuais:

PERDAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
PERDAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL


           Nas próximas postagens virão a classificação das perdas

Classificação das Perdas

Levando em consideração a necessidade de se ter uma classificação de perdas melhor estruturada, dentre as várias sugeridas por diversos outros autores, as perdas ficaram definidas e classificadas da seguinte maneira:
• perdas por superprodução;
• perdas por manutenção de estoques;
• perdas por transporte;
• perdas no movimento;
• perdas por espera;
• perdas por fabricação de produtos defeituosos;
• perdas no processamento em si;
• perdas por substituição; e

• outras perdas.
Fonte do texto:fieb.org.br/Adm/Conteudo/uploads/Livro-Gestão-de-Resíduos

30 maio 2017

ALTERNATIVAS PARA REDUÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

Nos itens publicados nas postagens anteriores foram citados diversos exemplos de impactos ambientais gerados pela atividade construtiva.

ALTERNATIVAS PARA REDUÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL
ALTERNATIVAS PARA REDUÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL


Soma-se a estes, o impacto ambiental gerado durante o uso. Reduzir este impacto é um desejo para a engenharia e soluções simples, como os exemplos citados a seguir, devem ser estudadas e implementadas:

• Alteração em projeto visando à redução do consumo de recursos na fase de utilização

Exemplo: Aproveitamento da iluminação e ventilação natural, promovendo uma redução no consumo de energia elétrica, principalmente nos edifícios comerciais;

• Substituição de equipamentos e sistemas descartáveis por outros de maior durabilidade.

Exemplo: Substituição das escoras de madeira por escoras metálicas, auxiliando na redução da extração de madeira;

• Reciclagem dos resíduos gerados nas obras e uso de materiais reciclados.

Exemplo 1: Segregação de resíduos de plástico, papel e metal nas obras e encaminhamento para reciclagem.

Exemplo 2: Utilização de agregados reciclados em substituição aos agregados naturais, evitando a extração de novos recursos naturais e reduzindo o descarte dos resíduos;

• Projeto do produto e planejamento dos sistemas de produção visando evitar perdas

Exemplo 1: Planejamento da aquisição e do sistema de transporte e armazenamento dos materiais, evitando desperdícios por quebra ou perda das propriedades dos materiais.

Exemplo 2: Compatibilização de projetos e paginação da alvenaria, possibilitando o uso mais racional dos materiais, evitando quebra de blocos.

Fonte do texto:fieb.org.br/Adm/Conteudo/uploads/Livro-Gestão-de-Resíduos

29 maio 2017

RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E SUA POLUIÇÃO

Resíduos e Poluição

Os resíduos gerados, provenientes das perdas ocorridas durante o processo de construção ou de demolições, são responsáveis por aumentar ainda mais o impacto ambiental provocado por este setor.


A excessiva geração de resíduos e seu descarte irregular, em grande parte das cidades brasileiras, causam a poluição do ambiente urbano. Como exemplo, pode-se citar a obstrução e contaminação dos leitos de rios e canais, o comprometimento do tráfego em vias públicas e a degradação da paisagem das cidades, além da poluição do ar com gás carbônico liberado pelos veículos necessários para realizar o transporte dos resíduos.

RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E SUA POLUIÇÃO
 Impactos Ambientais Causados pela Disposição Irregular dos Resíduos (obstrução e contaminação dos leitos de rios e canais).


Resíduos de Obra Dispostos de Forma Irregular no Centro de Grande Cidade Degradando a Paisagem.

RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E SUA POLUIÇÃO
Resíduos de Obra Dispostos no Passeio em Bairro de Classe Média Comprometendo o Tráfego na Via Pública.

RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E SUA POLUIÇÃO
RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E SUA POLUIÇÃO

A etapa de produção de materiais de construção também contribui para o impacto ambiental provocado pelo setor devido à quantidade de poluição (poeira, CO¬¬2, etc.) que é gerada. A liberação de partículas de poeira está presente em quase todas as atividades da construção civil, desde a extração da matéria-prima, passando pelo transporte, produção de materiais de construção, até a execução das atividades em canteiro.


RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E SUA POLUIÇÃO
RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E SUA POLUIÇÃO

Vale a pena salientar que a fase de uso dos edifícios também gera impacto ambiental significativo. E boa parte deste impacto é definida ainda no momento do projeto da edificação. Energia é consumida para iluminação e condicionamento do ar, pois não existe o aproveitamento da ventilação e iluminação natural, principalmente nos edifícios comerciais. A manutenção, que durante a vida útil de um edifício vai consumir recursos em volume aproximadamente igual aos despendidos na fase de produção, também gera poluição.
Fonte do texto:fieb.org.br/Adm/Conteudo/uploads/Livro-Gestão-de-Resíduos

27 maio 2017

IMPACTO AMBIENTAL DA CADEIA PRODUTIVA DA CONSTRUÇÃO -Consumo de Recursos Naturais


O setor da construção civil “além de ser um dos maiores da economia ele produz os bens de maiores dimensões físicas do planeta, sendo consequentemente o maior consumidor de recursos naturais de qualquer economia”

(JOHN, 2000). Segundo este mesmo autor, o consumo de recursos naturais na construção civil é variável de acordo com cada região, isso dependendo de fatores como:

IMPACTO AMBIENTAL DA CADEIA PRODUTIVA DA CONSTRUÇÃO -Consumo de Recursos Naturais
IMPACTO AMBIENTAL DA CADEIA PRODUTIVA DA CONSTRUÇÃO -Consumo de Recursos Naturais


• taxa de resíduos gerados;

• vida útil ou taxa de reposição das estruturas construídas;

• necessidades de manutenção, inclusive as que visam corrigir falhas construtivas;
• perdas incorporadas nos edifícios; e

• tecnologia empregada.

Como citado na introdução, a construção civil é responsável pelo consumo de parte signifi cativa dos recursos naturais do planeta. Para John (2000) a estimativa é um consumo de 9,4 ton/hab.ano de materiais de construção.


O DETR (1998) menciona que, no Reino Unido, a construção consome algo em torno de 6 ton/hab.ano e 250 a 300 milhões de toneladas de agregados por ano.


Para John (2000), considerando que no Brasil são produzidas por ano cerca de 35 milhões de toneladas de cimento Portland e que este cimento é misturado com agregados a um traço médio de 1:6, pode-se estimar que 210 milhões de toneladas de agregados são consumidos anualmente somente na produção de concretos e argamassas, sem considerar o volume de agregados que são utilizados em pavimentação e as perdas.

ELEVADO CONSUMO DE AGREGADOS NATURAIS

O consumo de agregados naturais varia entre 1 e 8 toneladas/habitante/ano.

No Brasil, o consumo de agregados naturais somente na produção de concreto e argamassa é de 220 milhões de toneladas.

Ao redor de grandes cidades, a areia e outros agregados naturais começam a ficar escassos, influenciado também pelo controle ambiental da extração que vem se intensificando.

ELEVADO CONSUMO DE MADEIRA

A construção civil consome cerca de 2/3 da madeira natural extraída.

A maioria das florestas não é remanejada adequadamente. 66% da madeira

MATÉRIAS PRIMAS ESCASSAS

Algumas matérias primas tradicionais da construção possuem reservas mapeadas escassas. O cobre e o zinco, por exemplo, possuem reservas suficientes para durarem cerca de 60 anos.  Cobre - reserva por 60 anos

Pode-se dizer ainda que o consumo de recursos naturais é maior do que o necessário devido ao elevado volume de perdas incorporadas às construções ou eliminadas como resíduos. De acordo com John (2000) é inevitável que ocorra um determinado volume de perdas. Porém a fração das perdas que excede ao limite mínimo característico da tecnologia empregada é considerada desperdício. Segundo este mesmo autor “os limites entre perda inevitável e o desperdício são difíceis de estabelecer e para uma mesma tecnologia variam com características regionais e no tempo”. A perda incorporada apesar de na maioria das vezes ser menos perceptível que a perda que saí da obra na forma de resíduos é causadora de consumo excessivo de recursos e geração de desperdício.

Para a construção civil o grande desafio é alcançar uma melhoria e ampliação do ambiente construído com o emprego de um volume inferior de recursos naturais, principalmente nos países não desenvolvidos devido à necessidade de se construir uma quantidade maior de bens.
Fonte do texto:fieb.org.br/Adm/Conteudo/uploads/Livro-Gestão-de-Resíduos