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17 maio 2017

GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS E MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO NOS CANTEIROS DE OBRAS



Gestão no Canteiro de Obras

A questão do gerenciamento de resíduos está intimamente associada ao problema do desperdício de materiais e mão-de-obra na execução dos empreendimentos. A preocupação expressa, inclusive na Resolução CONAMA nº 307 com a não geração dos  resíduos  deve  estar  presente  na  implantação  e  consolidação  do  programa  de gestão de resíduos.

Em relação  à  não-geração  dos  resíduos,    importantes  contribuições  propiciadas  por  projetos  e  sistemas construtivos racionalizados e também por práticas de gestão da qualidade já consolidadas.

A gestão nos canteiros contribui muito para não gerar resíduos, considerando que:

I - o canteiro fica mais organizado e mais limpo;
II - haverá a triagem de resíduos, impedindo sua mistura com insumos;
III - haverá possibilidade de reaproveitamento de resíduos antes de descartá-los;
IV - serão quantificados e qualificados os resíduos descartados, possibilitando a identificação de possíveis focos de desperdício de materiais.

Os aspectos considerados na gestão de resíduos abordados a seguir dizem respeito à organização do canteiro e aos dispositivos e acessórios indicados para viabilizar a coleta diferenciada e a limpeza da obra. No que se refere ao fluxo dos resíduos no interior da obra, são descritas condições para o acondicionamento inicial, o transporte interno e o acondicionamento final. Há considerações gerais sobre a possibilidade de reutilização ou reciclagem dos resíduos dentro dos próprios canteiros. Finalmente, são sugeridas condições contratuais específicas para que empreiteiros e fornecedores, de um modo geral, formalizem o compromisso de cumprimento dos procedimentos propostos.

Organização do canteiro

Há uma profunda correlação entre os fluxos e os estoques de materiais em canteiro e o evento da geração de resíduos. Por conta disso é importante observar:

• Acondicionamento adequado dos materiais

É extremamente importante a correta estocagem dos diversos materiais, obedecendo a critérios básicos de:

I -  classificação;

II -  frequência de utilização;

III -  empilhamento máximo;

IV - distanciamento entre as fileiras;

V - alinhamento das pilhas;

VI - distanciamento do solo;

VII - separação, isolamento ou envolvimento por ripas, papelão, isopor etc. (no caso de louças, vidros e outros materiais delicados, passíveis de riscos, trincas e quebras pela simples fricção);

VIII - preservação da limpeza e proteção contra a umidade do local (objetivando principalmente a conservação dos ensacados).

A boa  organização  dos  espaços  para  estocagem  dos  materiais  facilita  a  verificação,  o  controle  dos  estoques e otimiza a utilização dos insumos.

Mesmo em espaços exíguos, é possível realizar um acondicionamento adequado de materiais, respeitando critérios de:

I -  intensidade  da  utilização;

II - distância entre estoque e locais de consumo;

III - preservação do espaço operacional.

Os materiais classificados para a reutilização devem obedecer aos critérios acima relacionados. (FOTO 1)


gestão ambiental de resíduos de construção civil
gestão ambiental de resíduos de construção civil

• A organização do canteiro e suas vantagens

A  boa  organização  faz  com  que  sejam  evitados  sistemáticos  desperdícios  na  utilização  e  na  aquisição  dos materiais  para  substituição.  Em  alguns  casos,  os  materiais  permanecem  espalhados  pela  obra  e  acabam  sendo descartados  como  resíduos.  A  dinâmica  da  execução  dos  serviços  na  obra  acaba  por  transformá-la  num  grande almoxarifado, podendo haver “sobras” de insumos espalhadas e prestes a se transformar em resíduos. A prática de circular pela obra sistematicamente, visando localizar possíveis “sobras” de materiais (sacos de argamassa contendo apenas parte do conteúdo inicial, alguns blocos que não foram utilizados, recortes de conduítes com medida suficiente para reutilização, etc.), para resgatá-los de forma classificada e novamente disponibilizá-los até que se esgotem, pode gerar economia substancial. Isso permite reduzir a quantidade de resíduos gerados e otimizar o uso da mão-de obra, uma vez que não há a necessidade de transportar resíduos para o acondicionamento. A redução da geração de resíduos também implica redução dos custos de transporte externo e destinação final. (FOTOS 2 E 3)



gestão ambiental de resíduos de construção civil
gestão ambiental de resíduos de construção civil




gestão ambiental de resíduos de construção civil
gestão ambiental de resíduos de construção civil

• Planejar a disposição dos resíduos

No âmbito da elaboração dos projetos de canteiro, deve ser equacionada a disposição dos resíduos, considerando os aspectos relativos ao acondicionamento diferenciado e a definição de fluxos eficientes, conforme abordam os próximos itens.

Dispositivos e acessórios

Dependendo  da  finalidade,  os  seguintes  dispositivos  são  utilizados  na  maioria  dos  casos  para  o  manejo interno dos resíduos:


DISPOSITIVOS
DESCRIÇÃO
ACESSÓRIOS  UTILIZADOS
BOMBONAS
Recipiente  plástico,  com  capacidade  para  50 litros,  normalmente  produzido  para  conter substâncias  líquidas.
Depois de  corretamente  lavado  e  extraída sua  parte  superior,  pode  ser  utilizado  como dispositivo  para  coleta.
1-Sacos  de  ráfia

2-Sacos  de  lixo  simples  (quando  forem dispostos resíduos orgânicos ou outros passíveis  de  coleta  pública)

3-Adesivos  de  sinalização
BAGS
Saco  de  ráfia  reforçado,  dotado  de  4  alças  e
com  capacidade  para  armazenamento  em
torno de 1m³
1-Suporte  de  madeira  ou  metálico

2-Plaquetas  para  fixação  dos  adesivos  desinalização

3-Adesivos  de  sinalização
BAIAS
Geralmente  construída  em  madeira,  com dimensões  diversas,  adapta-se  às necessidades de armazenamento  do  resíduo
e  ao  espaço  disponível  em  obra.
1-Adesivos  de  sinalização

2-Plaquetas  para  fixação  dos  adesivos  de sinalização  (em  alguns  casos)
CAÇAMBAS
ESTACIONÁRIAS
Recipiente  metálico  com  capacidade volumétrica de 3, 4 e 5m
Recomendável  o  uso  de  dispositivo  de cobertura,  quando  disposta  em  via  pública.

 Tabela formatada por Frank e Sustentabilidade


Limpeza -  Aspectos  gerais


As tarefas de limpeza da obra estão ligadas ao momento da geração dos resíduos, à realização simultânea da coleta e triagem e à varrição dos ambientes. A limpeza preferencialmente deve ser executada pelo próprio operário que gerar o resíduo. Há a necessidade de dispor com agilidade os resíduos nos locais indicados para acondicionamento,  evitando  comprometimento  da  limpeza  e  da  organização  da  obra,  decorrentes  da  dispersão  dos resíduos.  Quanto  maior  for  a  freqüência  e  menor  a  área-objeto  da  limpeza,  melhor  será  o  resultado  final,  com redução  do  desperdício  de  materiais  e  ferramentas  de  trabalho,  melhoria  da  segurança  na  obra  e  aumento  da produtividade dos operários. Um exemplo: É melhor fazer a limpeza “por ambiente” do que fazê-la por pavimento.

FONTE DO TEXTO:  gestão ambiental de resíduos de construção civil - cuiaba.mt.gov.br/upload/arquivo/Manual_Residuos_Solidos.